Ministério da Cultura e Museu de Arte Moderna de São Paulo apresentam:

Santídio Pereira: Paisagens Férteis.

Descrição da imagem: Imagem da capa do catálogo. Xilogravura de uma mancha laranja que se assemelha a uma flor com sete pétalas. Ela está centralizada em um fundo branco. Fim da descrição da imagem.

Descrição da imagem: régua de logos institucionais. Lei de Incentivo à cultura: Lei Rouanet. Realização: MAM; São Paulo, capital da cultura; (Brasão da) Cidade de São Paulo - Cultura; Ministério da Cultura, Governo Federal: Brasil - União e Reconstrução.

Sumário

Apresentação.

Santídio Pereira: paisagens férteis é uma exposição individual de um jovem artista promissor. Com mais de trinta obras, a maior parte delas em grande formato, a mostra enfatiza os trabalhos recentes do artista, em especial as paisagens e as plantas. A seleção de obras feita pelo curador-chefe do MAM, Cauê Alves, inclui gravuras, pinturas e objetos em madeira. Além disso, Santídio Pereira elaborou um trabalho novo, um canteiro com capim que, tal como seus papéis, é cheio de vitalidade.

O presente catálogo conta com texto do curador e uma entrevista dele com Santídio Pereira em que são abordados a formação do artista e seu processo de trabalho. Trata-se de uma oportunidade rica para sabermos mais sobre a trajetória do artista e o modo como ele pensa e constrói sua obra.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo, além de organizar exposições de sua coleção, promove periodicamente mostras temporárias de artistas jovens e consagrados. Historicamente, o MAM é uma instituição próxima dos artistas, especialmente pela presença recorrente deles nas mostras do museu. Ao mesmo tempo, o museu tem provocado memórias marcantes na vida dos seus diversos frequentadores. Seja pela sua programação, seja pelas montagens inovadoras ou pela sua linha editorial.

Além de referência em arte moderna, o MAM é uma instituição conhecida por exibir arte contemporânea, não só durante as primeiras edições das Bienais de São Paulo, que organizou nos anos 1950 e início dos anos 1960, mas também nas edições do Panorama da Arte Brasileira e em outros espaços dentro e fora de sua sede, inclusive no Projeto Parede, na Sala de Vidro e no Jardim de Esculturas.

A mostra Santídio Pereira: paisagens férteis contribui para que o MAM mantenha sua relevância cultural por meio de diálogos com todos os públicos. A exposição traz um frescor e, ao mesmo tempo, é acolhedora e afetuosa. Assim, o MAM São Paulo, mais que cumprir sua missão de incentivar e difundir a arte contemporânea brasileira, fortalece sua identidade como um museu experimental, democrático e inclusivo.

Elizabeth Machado é presidente da Diretoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Ding 1

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a esquerda, segurando uma peça de madeira amarela com as mãos. Ele tem pele negra, cabelos pretos curtos, barba rala, e usa camiseta preta. Está em um cômodo com diversas matrizes de xilogravura grandes e já coloridas, em formatos de folhas e flores amarelas, verdes, azuis, rosas e roxas. Estão sobrepostas umas as outras encostadas na parede ao fundo. Fim da descrição da imagem.

Ding 2

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira trabalhando em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a direita, segurando uma peça de madeira amarela com o formato de uma flor. Está em um cômodo com diversas peças grandes de madeira coloridas, em formatos de folhas e flores, sobrepostas umas as outras. Fim da descrição da imagem.

Ding 3

Descrição da imagem: fotografia horizontal que exibe o detalhe das matrizes coloridas do ateliê de Santídio Pereira. As peças estão sobrepostas umas as outras. As peças são em formatos de folhas ou flores e possuem cores variadas, como verde claro, verde escuro, verde azulado e amarelado. Fim da descrição da imagem.

Ding 4

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira em seu ateliê. Ele está sentado de frente. Usa camiseta preta, calça jeans e está com os braços e pernas cruzados. Está em um cômodo com chão bege e parede verde. Há diversas peças de madeira colorida em formato de flores e folhas encostadas na parede. Atrás de Santídio, há uma grande pintura de uma flor amarela pendurada. No lado direito da imagem, há uma estante marrom de madeira com cinco prateleiras. Nela estão organizados diversos potes de tinta, pincéis e outros materiais de pintura. Fim da descrição da imagem.

Ding 5

Descrição da imagem: fotografia horizontal que exibe o detalhe das matrizes coloridas do ateliê de Santídio Pereira. As peças estão sobrepostas umas as outras. As peças são em formatos de folhas ou flores e possuem cores variadas, como verde claro, verde escuro, verde azulado e amarelado. Fim da descrição da imagem.

Ding 6

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a esquerda, segurando com a mão direita uma matriz de xilogravura. O ateliê tem chão beje e parede verde. A matriz retangular, é da altura dele, com quase 1,70m de altura. É tingida de amarelo, com desenhos de caules e folhas gravados. Fim da descrição da imagem.

Ding 7

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a esquerda, com o corpo levemente inclinado para frente, enquanto lixa uma peça de madeira com uma lixadeira elétrica amarela. Usa máscara de proteção azul e camiseta preta. No ateliê há mesas com cavaletes, madeiras e uma escada de alumínio ao fundo. Fim da descrição da imagem.

Ding 8

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira trabalhando em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a direita, observando diversas matrizes de xilogravuras coloridas apoiadas umas sobre as outras. As peças de xilogravura são grandes e em formatos de folhas e flores. Há trabalhos impressos pendurados no teto, no lado direito da imagem, e uma fotografia pendurada na parede ao fundo. Fim da descrição da imagem.

Ding 9

Descrição da imagem: fotografia horizontal das mãos de Santídio Pereira segurando um caderno aberto. A mão direita está sob ele e a esquerda, com a palma da mão esticada, esta sobre ele. O caderno tem capa preta e folhas brancas. Nele há desenhos de flores em tons de amarelo e vermelho e um estudo de cor em marrom. Ao fundo há uma mesa de madeira com um celular azul, rolos de fita crepe e outros papéis com desenhos e pinturas coloridas. Fim da descrição da imagem.

Ding 10

Descrição da imagem: fotografia horizontal que exibe uma mesa de madeira com diversos papéis, cartões, estudos de cores e objetos sobre ela. Há pelo menos quatro desenhos grandes de estudos de folhas e plantas sobre esses papeis, sendo: o primeiro da esquerda para a direita, verde; o segundo, amarelo; o terceiro, mais abaixo, vermelho; o quarto e o quinto, centralizados, amarelo e verde, respectivamente. No centro há um caderno com desenhos coloridos de diversos objetos e seus nomes. Há diversos outros objetos sobre a mesa, como recortes de papeis no formato das plantas dos estudos, fita crepe, grafite, bisnagas de tintas, lápis de cor, giz pastéis, entre outros. Fim da descrição da imagem.

Ding 11

Descrição da imagem: fotografia horizontal que exibe uma mesa de madeira com diversas bisnagas de tintas e lápis coloridos sobre ela. Há mais de 50 tubos e lápis, dispostos em fileiras e organizados por cor. Há lápis e tubos amarelos, vermelhos, verdes, azuis, de diversos tons, entre outras cores. Fim da descrição da imagem.

Ding 12

Descrição da imagem: fotografia colorida e horizontal que exibe uma mesa de madeira com diversas tintas coloridas sobre ela. A mesa está encostada em uma parede verde. Há mais de 50 tubos de tinta sobre ela, dispostos em quatro fileiras e organizados por cor. Há tubos amarelos, vermelhos, verdes, azuis, de diversos tons, entre outras cores. Atrás das tintas, há um desenho em grafite, emoldurado, de um coqueiro com frutos. No canto direito da imagem, há uma estante marrom de madeira. Fim da descrição da imagem.

Ding 13

Descrição da imagem: fotografia horizontal de Santídio Pereira no ateliê, sentado com os braços apoiados no encosto da cadeira à frente de três homens. Santídio usa camiseta preta e calça jeans azul. Atrás dele, da esquerda para direita: um homem branco sentado. Usa boné preto e camiseta preta; um homem negro de pé. Usa boné branco, camisa e avental pretos; e por fim, um homem negro sentado. Usa os cabelos trançados, camisa azul escuro e bermuda preta. Nas paredes, há diversos quadros e desenhos pendurados. Há armários de canto, mesas e bancadas ao longo do ateliê. No canto superior direito da imagem, é possível perceber a ponta de uma rede de dormir armada, pendendo do teto. Fim da descrição da imagem.

Santídio Pereira: Paisagens Férteis.

Cauê Alves.

Curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Santídio Pereira nasceu no interior do Piauí, no nordeste do Brasil, em 1996, numa área caracterizada pelo ecossistema semiárido. Nesse período, tal como em décadas anteriores, houve fluxos migratórios para o sudeste do país. Embora a região seja comumente descrita por suas condições climáticas com temperaturas elevadas e chuvas escassas, o povoado em que o artista nasceu, Curral Comprido, no município de Isaías Coelho, está em suas lembranças como um lugar de chuvas fortes, especialmente no inverno. Nessa época, a paisagem é tomada pelo capim-do-pendão-roxo, como é conhecida, na região, a espécie de origem do sul da África, com nome científico Melinis repens.

As lembranças do artista, além de se manifestarem em seus desenhos, materializam-se no canteiro de capim construído por ele no espaço expositivo. Trata-se de um índice da vida, uma espécie de origem do mundo. Sua forma circular, como se fosse um umbigo gigante, aponta para a natureza cíclica da vida. O capim é o início do processo de nascimento, crescimento e renovação. É o começo de uma cadeia alimentar em que ocorre a transferência de energia por diferentes espécies. Os herbívoros alimentam-se do capim e são consumidos por carnívoros. Além de estar na origem da carne, do leite, do couro e do sebo, o capim é responsável por alimentar os cavalos, meio de transporte importante, ainda, na região.

A experiência de Santídio Pereira, como ele mesmo observa, é diferente daquela do retirante apresentado na obra literária de Graciliano Ramos, em Vidas secas, da década de 1930, marcada pelas lutas e falta de perspectiva diante da escassez de chuva e da pobreza. Santídio Pereira, ao contrário, aponta para a multiplicidade de caatingas (baixões, chapadas, malhadas, passagem molhada), para a riqueza da região, em vez de enfatizar o solo como infértil. Seu trabalho também não se aproxima das pinturas de Cândido Portinari, em que migrantes nordestinos, fugindo da seca rumo aos centros urbanos, são representados de modo edificante, como exemplos que podem nos instruir sobre as questões sociais e humanas enfrentadas pela população durante a estiagem. Santídio Pereira se recorda dos diferentes tipos de chuva e das transformações da flora, conforme as estações do ano. As folhas e flores, em períodos mais úmidos, são abundantes, e os verdes, intensos. Sua obra é de uma vitalidade extraordinária; ela enfrenta o lugar-comum do Piauí como árido e inóspito, ao apresentar uma atmosfera alegre, prazerosa e com cores vibrantes.

Legenda técnica:Capim-do-pendão-roxo
(Melinis repens) na natureza
Piauí, 2024

Descrição da imagem: fotografia colorida e vertical de uma paisagem composta por vegetação rasteira com flores. A vegetação é formada predominantemente por capim verde com flores rosas espalhadas por toda sua extensão. Ao fundo há uma área verde formada por árvores. O céu está encoberto por nuvens, mas visualmente claro. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2018
xilogravura impressa em papel arroz chinês Wenzhou
185 x 165 cm
Coleção Andrea e José Olympio Pereira

Descrição da imagem: xilogravura colorida e vertical que retrata um pássaro. A gravura possui fundo azul escuro e roxo. A ave, que se assemelha com um papagaio, possui tons de azul, roxo, lilás, vermelho e branco. Está posicionada de perfil para a direita, como se estivesse pousada, com uma asa para baixo. Fim da descrição da imagem.

Em vez de retratar um ambiente árido, desolado, com a terra seca, rachada e com animais mortos, a gravura e pintura recentes de Santídio Pereira elegem a vegetação como motivo central. As plantas, em geral, surgem isoladas de seu bioma de origem. Elas flutuam, não como ideias, mas como se estivessem acima das circunstâncias geográficas e meteorológicas. Construídas a partir da memória, suas imagens possuem aspectos exuberantes, estão plenas, muitas vezes em época de floração. Mas se afastam do gênero da natureza-morta. Elas não são lembranças sobre a efemeridade da vida, mas elogios à força vital das plantas. A linguagem gráfica de Santídio Pereira é direta, sem excessos ou dramas, mas recusa a objetividade cientificista. Aos poucos, o artista foi simplificando seu vocabulário, recorrendo a poucos recursos, mas para chegar ao elementar, usou diversas nuances de luzes e sutilezas cromáticas.

Na sua série de pássaros de 2017 e 2018, eram frequentes as sobreposições de cores. O artista recorreu a várias camadas quase transparentes, uma por cima da outra, em que plantas se somavam a pássaros. Aos poucos, principalmente desde 2022, ele foi reduzindo as sobreposições, e o que era fundo se tornou figura. Folhas azuis, amarelas, vermelhas ou rosa vieram para o primeiro plano e tornaram-se protagonistas da gravura. O que antes era apenas parte da composição, preparação para uma imagem que seria aplicada por cima, se tornou tema central e, aos poucos, ganhou uma série de variações. Conforme o estudo que o artista fez de variadas espécies da caatinga (mandacaru, xique-xique) ou da mata atlântica (em especial, das bromélias), seus desenhos foram se tornando massas de cor. Uma mesma matriz pode gerar impressões de diferentes tons, mas Santídio Pereira faz com que cada impressão e cada gravura seja diferente da outra, com tiragem única.

Legenda técnica:Sem título, 2019
xilogravura impressa em papel japonês kozo
95 x 100 cm
Coleção Michelle Novak

Descrição da imagem: xilogravura de uma forma que lembra uma grande folha. Ela é amarela sobre um fundo branco. A folha é formada por treze seções ovais, com bordas arredondadas, que se interligam na parte inferior da imagem. Há marcas de textura de madeira pela imagem. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2019
xilogravura impressa em papel japonês kozo
95 x 100 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura colorida e vertical que retrata uma folha verde. A folha possui treze ramificações abertas para cima e com as pontas arredondadas, que se interligam na parte inferior da imagem. Ela está centralizada em um fundo branco. Fim da descrição da imagem.

Muitas de suas primeiras gravuras traziam o preto. Algumas tinham cores sobrepostas, mas, nos trabalhos recentes, o preto é raro. As cores na obra de Santídio Pereira, em geral, são solares; elas emanam uma luz intensa e forte. Suas cores, misturadas a partir das tintas de ofsete usadas em grandes gráficas, não se restringem à representação do mundo, ou seja, não apontam para uma correspondência direta com o percebido. Uma flor que pode ser azul ou verde, já que seu compromisso é a correspondência entre suas lembranças e sensações que quer imprimir. O artista se aproxima do decorativo, mas sem buscar regras universais ou o lugar-comum; ao contrário, ele se baseia em suas experiências subjetivas e não habituais. Quanto mais íntimas e singulares são suas intenções, mais elas reverberam nos outros.

Em seu fazer, a referência a uma espécie de planta específica, que está disponível aos seus olhos, não se opõe à imaginação, ou seja, à mentalização de algo que não está presente. É como se ele interpretasse o que viu e o que lembra do que viu, mas de modo diferente, novo, já que vai além do que se passou e do que se recorda.

Legenda técnica:Sem título, 2022
guache sobre papel Arches 300 g/m²
79 x 70 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura de uma mancha azul escura que se assemelha a uma folha com sete pontas arredondadas. A imagem está centralizada e com o fundo branco. Fim da descrição da imagem.

Em suas gravuras de paisagens, mais que usar as ferramentas tradicionais da gravura, como a goiva para as incisões sobre a madeira ou compensado, Santídio Pereira usa recursos da marcenaria, em especial o recorte da madeira e o posterior encaixe dela na hora da impressão. O que possibilita uma série enorme de variações e combinações.

Legenda técnica:Sem título, 2023
xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
168 x 117,5 cm
Coleção Diane e Jim Connelly

Descrição da imagem: xilogravura de uma paisagem montanhosa com tons de verde. Nesta paisagem, as montanhas são percebidas através de suas silhuetas sobrepostas e são verde escuro, com um contorno verde claro. São ao todo cinco montanhas sobrepostas, como se estivesse uma atrás da outra. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2023
xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
168 x 117,5 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura de uma paisagem montanhosa com tons que vão do amarelo ao laranja escuro. Nesta paisagem, as montanhas são percebidas através de suas silhuetas sobrepostas e vão do amarelo claro, na parte superior da imagem dando impressão de estarem mais ao fundo, ao laranja escuro, na parte inferior da imagem, mais perto do espectador. São ao todo cinco montanhas sobrepostas, como se estivesse uma atrás da outra. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2023
xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
168 x 117,5 cm
Coleção Renata Amaral Tadeu de Soares

Descrição da imagem: xilogravura de uma paisagem montanhosa composta por tons laranja. Nesta paisagem, as montanhas são percebidas através de suas silhuetas sobrepostas, delimitadas por linhas brancas. São ao todo cinco montanhas, como se estivesse uma atrás da outra. Fim da descrição da imagem.

Em suas paisagens, a linha é suave e fluida. Santídio Pereira aproxima as montanhas do horizonte e umas das outras, sem recorrer ao desenho tradicional. As linhas que surgem entre duas placas são linhas que marcam o encontro, e não exatamente a incisão na madeira. O contorno branco surge do encaixe, local em que a tinta não chega. Em vez de um desenho feito com o gesto e o movimento da mão, a linha indica uma aproximação, um encaixe e um diálogo com o que está próximo. A linha marca uma distância e, ao mesmo tempo, une diferentes tons. É como se cada montanha respondesse ao sol com seu próprio timbre, e o branco ao redor fosse uma espécie de brilho, uma qualidade intangível da atmosfera.

A amplidão é também um elogio à natureza e ao mundo gigante para se conhecer. Se as paisagens de Alberto da Veiga Guignard, nos anos 1950 e início dos 1960, costumam trazer névoas e mistérios, como se tudo estivesse suspenso ou em transformação, as vistas de Santídio Pereira são precisas e cristalinas, mas não deixam de apresentar algo fantasioso. Sejam as paisagens com tons quentes ou mais frios, elas são nítidas, como se nossos olhos pudessem vê-las completamente, sem ilusionismos. Mas, sob essa clareza, há algo de incerto, já que a luz unifica as montanhas e o horizonte. Não se trata de uma luz impressionista que reflete ou atravessa os objetos, mas de uma luz que emana das próprias montanhas. É como se a claridade viesse do interior delas, mas sem qualquer conotação espiritual. As paisagens são planas, e a ambiguidade surge quando o céu pouco contrasta com a cordilheira; ele aparece como continuidade tranquila, com nuances coerentes, com praticamente a mesma cor das montanhas, em vez de se comportar como um pano de fundo.

A paisagem brasileira foi elemento central nas investigações de vários artistas, desde os viajantes e colonizadores dos séculos XVII, XVIII e XIX até pintores modernos. O artista, paisagista e cientista amador Roberto Burle Marx está entre os grandes investigadores da paisagem. Ao longo de sua trajetória, trabalhou com plantas do cerrado, amazônicas e do sertão nordestino, valorizando espécies nativas pouco trabalhadas até então. Assim como para Burle Marx, Santídio Pereira não aborda a paisagem e as espécies brasileiras como exóticas. Ao se afastar do olhar estereotipado sobre o Brasil e sua flora, a paisagem é vivida por ele como necessidade humana imprescindível para nossa existência.

Cadernos de estudos

Descrição da imagem: fotografia horizontal que exibe uma mesa de madeira com diversos papéis, cartões e objetos sobre ela. Há pelo menos quatro desenhos grandes de estudos de folhas e plantas sobre esses papéis, sendo o primeiro da esquerda para a direita, verde, o segundo, laranja, o terceiro, amarelo, e o quarto, mais abaixo, vermelho. No canto inferior direito há um caderno com desenhos coloridos de diversos objetos e seus nomes. Há diversos outros objetos sobre a mesa, como recortes de papéis no formato das plantas dos estudos, fita crepe, grafite, potes de tinta, entre outros. Fim da descrição da imagem.

O interesse de Santídio Pereira pela botânica é evidente, assim como pela sua terra natal. Além de organizar uma residência artística e oficinas que visam colaborar com a formação dos habitantes do povoado em que nasceu, ele faz viagens, espécies de expedições. Nelas, ele busca a aproximação com a paisagem natural e visões para a prática do desenho. Sua postura diante da natureza não é a de um predador ou daquele que apenas retira a imagem que interessa. Tampouco se comporta como o turista que faz uma fotografia e parte para o próximo destino, como um explorador descompromissado. Em vez de apenas sugar a informação relevante, o modo como o artista se coloca diante do mundo se dá a partir de trocas, de afetos e de experiências significativas.

Santídio no ateliê

Descrição da imagem: fotografia vertical de Santídio Pereira trabalhando em seu ateliê. Ele está em pé, de frente para a direita, com o corpo levemente inclinado para frente, enquanto segura uma grande peça de madeira amarela com as duas mãos. Diversas outras peças grandes coloridas estão encostadas na parede ou deitadas no chão. As peças tem formatos de folhas e flores e possuem as cores verde, vermelho, rosa, lilás, roxo, entre outras. Fim da descrição da imagem.

Se alguns esboços, anotações gráficas, são feitos em seus pequenos cadernos, os trabalhos finais são bem maiores. A escala dos trabalhos de Santídio Pereira é a do corpo humano. Impressas sem o uso de prensa, o artista se debruça sobre cada gravura usando ferramentas, como colheres, para que a tinta se fixe no papel. Muitas de suas obras são gigantes, e isso faz com que nosso contato com elas não seja apenas com os olhos, mas com o corpo todo. Os grandes formatos, além de indicar essa vontade de superar o desafio físico e manual, apontam para uma ambição de figurar o mundo numa escala mais próxima possível do 1 x 1, sem reduzir as imagens a miniaturas.

Legenda técnica:Sem título, 2023
xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
248 x 108 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura de uma planta com flor. As folhas são verdes escuras, finas, compridas e se abrem em leque a partir da base da planta. O caule é fino e longo e possui cor verde claro. As flores são vermelhas, pequenas, ovais e dispostas sequencialmente em torno do caule. O fundo é branco. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Desenho de estudo para o canteiro de capim-do-pendão-roxo, apresentado na exposição do MAM São Paulo
2024

Descrição da imagem: imagem colorida e vertical de um desenho feito em vermelho sobre um fundo branco. A imagem é um estudo de canteiro circular. Na parte superior da imagem, há uma circunferência pequena e, logo abaixo, há uma forma circular maior com diversos riscos verticais no seu interior, indicando a plantação de alguma vegetação neste canteiro. Na parte inferior há anotações de medidas e do nome dessa vegetação, "Melinis repens". Fim da descrição da imagem.

De um tempo para cá, Santídio Pereira vem mostrando também trabalhos em madeira. Em vez de trabalhos impressos ou pintados em papel, a própria matriz é tratada como um objeto. As madeiras possuem uma presença física e um peso maior que os papéis. Diferentes espécies de plantas são cortadas em seus formatos orgânicos, sem um anteparo ou fundo, pintadas e fixadas direto na parede. As peças são bem-acabadas e ficam entre a escultura e a matriz da xilogravura, por isso o artista prefere o termo objeto, que é amplo o suficiente para abarcar a pintura, o desenho e até aspectos da instalação. Esses objetos são também carregados de memória, tanto no sentido de tornar presente aquilo que não está próximo, como por possivelmente terem dado origem a xilogravuras.

Santídio Pereira é um artista jovem, com um olhar atento e sensibilidade rara. A qualidade de sua obra também está ligada ao modo espontâneo e verdadeiro de ele se relacionar com o mundo. Sua história de vida é uma exceção, e a visibilidade que seu trabalho alcançou é atípica no meio da arte. Ele soube relacionar sua liberdade com aquilo que era, de fato, necessário para ele, apostando na invenção, mas sem renunciar ao trabalho ou abandonar suas origens. Nesse sentido, sua obra é também originária, ela recorre a referências do Piauí, assim como à tradição da gravura e pintura modernas, para projetar horizontes fecundos e paisagens férteis.

Entrevista: Cauê Alves e Santídio Pereira.

14 de dezembro de 2023, ateliê de Santídio Pereira, São Paulo, Brasil.

Cauê Alves: Vamos começar a falar de suas memórias. Como você começou a se interessar por arte? Conte um pouco da sua trajetória, da sua formação e estudos.

Santídio Pereira:  Os fazeres artísticos aparecem na minha vida sobretudo a partir do momento em que cheguei em São Paulo. Antes disso, eu tinha uma relação com algo que poderia ser entendido como arte. Mas eu não tinha consciência de que isso poderia ser entendido como arte. Era uma coisa bonita, lá na Caatinga, onde eu nasci. Quando estava chovendo muito, muito, na Caatinga, no inverno, quando a enchente alagava o baixão, e a água quase encostava nas casas. Quando chovia muito, eu tinha um costume para parar de chover: pegava um graveto, desenhava um círculo na terra vermelha, no barro vermelho, puxava algumas linhas e fazia um olho de sol; fazia um sol para parar de chover e fazer sol. Isso, assim, é o primeiro desenho que fiz na minha vida, se eu for pensar. É minha primeira relação com desenho mesmo.

Ding 14

Descrição da imagem: Retrato fotográfico de Santídio Pereira. Ele aparece da cabeça até a cintura, usa camisa escura e está de frente para nós e com o olhar para a câmera. A foto tem um filtro azulado. Ao fundo há uma parede com desenhos de plantas e flores em linhas verticais. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Então você começou desenhando na terra, antes de ser no papel?

Santídio : Um desenho na vida. Fiz um desenho porque as pessoas falavam: “Faça um olho de sol, que o sol vem. E aí vai parar de chover”.

Cauê : E adiantou?

Santídio : Parou de chover; já tinha chovido muito, de qualquer modo, ia parar de chover, mas eu era criança, então acreditei muito que foi o meu olho de sol. Deve ter história sobre isso, é um costume lá no Nordeste. 

FB 1

Descrição da imagem: fotografia horizontal com filtro azul e efeito monocromático. O retrato, um pouco desfocado, é de Santídio mais jovem, sentado em uma sala de aula. Sorridente, ele olha para a esquerda, Usa boné com a aba curva e virado para a direita e camisa com um par de listras nos ombros. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Quando você chegou em São Paulo, foi fácil a adaptação? Onde você iniciou seus estudos?

Santídio : Assim que cheguei do Piauí, minha mãe me colocou num lugar chamado Instituto Acaia, que é a ONG da Elisa Bracher aqui em São Paulo. E foi no Acaia que eu tive o primeiro contato com o que entendo como procedimentos artísticos. Por exemplo, com oito anos, comecei a fazer marcenaria. E, nas aulas de marcenaria, como eu tinha saudade do Piauí, saudade das memórias da infância, as aulas de marcenaria com o professor [Ênio] Alex me ajudaram a ter o Piauí perto de mim, novamente.

Eu queria ter um cavalinho perto de mim, que estava no Piauí. E o Alex me ensinava a materializar esse cavalo na madeira. Então, eu fazia o desenho de um cavalo junto com o Alex, recortávamos e tínhamos um cavalo. Para mim, o cavalo que eu fazia com sete, oito anos de idade no Acaia era tão verdadeiro quanto o cavalo que eu tinha deixado no Piauí, de tal forma que supria a saudade que eu tinha daquilo que eu havia deixado no Piauí. A marcenaria começou assim, para suprir a saudade, para colocar no mundo o que eu tinha ausência. Então eu, com oito anos, eu acho, consegui materializar muitas memórias.

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Descrição da imagem: fotografia colorida horizontal com filtro azul. Santídio está sentado a uma mesa em um ateliê de esculturas. Usa boné e avental pretos. Ele modela uma peça de argila, que é um híbrido de bode e humanoide. Ao redor da mesa, ao fundo, três garotas de pé e também de avental, modelam outra peça. Uma caixa de feira sobre a mesa tem outros aventais dentro dela. Fim da descrição da imagem.

Depois fiz aulas de desenho com a Andressa. Foi de tal forma que eu olhava uma garrafa, uma planta, qualquer coisa que estivesse na minha frente, exceto o ser humano, porque não sou bom de retrato, nem era. E me senti muito feliz. Parei de fazer marcenaria, parei de fazer tudo e fiquei louco por desenho. Foi muito satisfatório mesmo, eu era uma criança ainda.

Aí chegou um tempo em que percebi que o desenho não me satisfazia tanto quanto as oficinas de marcenaria. Eu não queria desenhar o que estava na minha frente; eu não queria desenhar aquilo com que tinha contato. Eu queria desenhar o que eu não tinha, o que eu tinha ausência. Eu queria colocar no mundo o que eu tinha ausência, não o que estava perto de mim. O desenho de observação não dava conta dessa parte simbólica do desenho. Chegou um tempo em que começou a não fazer sentido para mim. Um dia, o Alex me falou: “Santídio, que tal você conhecer uma outra oficina? Vamos, tem um professor chamado Fabrício Lopez, tem o grupo Xiloceasa, vamos lá, vou apresentar você”.

FB 3

Descrição da imagem: fotografia colorida horizontal com filtro azul. Santídio desenha sobre um papel. Ao fundo, há outros papéis, um estilete, uma tesoura, um pedaço de argila e outros objetos sobre a mesa. Fim da descrição da imagem.

Comecei a fazer as aulas de gravura. Comecei só fazendo xilo. Aí, sim, lá eu desenhava, tentava desenhar a partir da memória. Fazia um desenho, gravava esse desenho. Quando imprimia, era uma outra coisa, mas era uma coisa satisfatória. Uma coisa pesada, que tinha gravidade para mim. Primeiro você faz um desenho, você grava, depois você imprime. Tem uma mudança muito grande do início até o momento da impressão. O seu desenho muda, tudo fica invertido, entram as massas, os brancos, os pretos, o resultado é muito bom. Eu gostei de fazer gravura, então, eu falei: “Quero entrar no grupo Xiloceasa”, um grupo montado pelo Fabrício que tinha um certo prestígio na instituição, eles iam para feiras, vendiam as gravuras deles.

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Descrição da imagem: fotografia colorida horizontal com filtro azul. Santídio está de pé, de perfil para a esquerda, pinta um mural em uma parede branca com um giz preto ou carvão. Ele veste uma camisa listrada e avental preto. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Já havia o desejo de se profissionalizar, de escolher o que você queria fazer da vida?

Santídio : Não, absolutamente nenhum! Era mais pelo sentido de pertencimento a algo. Eu queria pertencer àquele grupo que tinha prestígio no Acaia. Entrei no Xiloceasa com uns dez, onze anos. Quando entrei, o Fabrício claramente sabia que eu era um aluno dedicado. Tinha um processo para entrar no Xiloceasa. Eu já entrei direto, porque ele sabia que eu fazia as aulas de desenho e sabia que eu era um aluno bom de marcenaria. Aí eu tive que fazer aulas de tipografia e de gravura, além de fazer as aulas de história da gravura. Para entrar no grupo Xiloceasa, para ganhar essa bolsa, você tinha que fazer isso. Só que, assim que eu entrei no grupo, pararam de dar bolsa, o que não era problema nenhum, porque minha mãe sempre trabalhou, sustentou os filhos, eu não passava necessidade em casa, nada do tipo.

Quando pararam de dar essa bolsa, os alunos que faziam história da gravura deixaram de ir para as aulas. E eu estava já criando uma intimidade ali com o Fabrício, então comecei a fazer as aulas de história da gravura sozinho com ele. A gente estava estudando o ukiyo-e na época, como a gravura chegou na Europa, qual era a função da gravura, antes da chegada… que era alinhada à gráfica, à imprensa, essa coisa de reproduzir a imagem.

Fiquei um ano estudando com ele, só eu e ele, na sala, tomando café, lendo, olhando, lendo os livros da Madalena Hashimoto, fiquei muito amigo do Fabrício. Imagina, um ano, ele e eu estudando toda terça à noite. Ele chamou a Madalena Hashimoto, que tinha escrito os dois livros grandes que eu tinha folheado, tinha lido. Ele chamou a Madalena, ela conversou com a gente nas aulas, depois, de algum modo, ele conseguiu algumas gravuras japonesas originais e levou para eu ver.

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Descrição da imagem: fotografia colorida horizontal com filtro azul. Santídio e seu professor Fabrício estão de frente para uma mesa, com as mãos espalmadas sobre uma folha branca. Santídio usa camiseta branca com estampas de tartaruga. Ao lado, Fabrício usa barba, cabelo cacheado e camiseta de manga curta. Eles estão em um ateliê. Fim da descrição da imagem.

Em seguida, comecei a participar de feiras, das feiras que o Xiloceasa ia. Era na Feira Plana, Tijuana… O que eu levava, vendia. Fui entendendo que minhas memórias, de certo modo, não eram só minhas, mas era uma memória coletiva, a partir do momento em que alguém se reconhecia naquela memória. E isso me deixava alegre. Mais que vender, era uma pessoa se reconhecendo naquilo. Nessa época, o Fabrício estava ensinando a gente a se inscrever em editais. Quem quisesse poderia ir lá aprender. Eu me inscrevi no edital da Bienal de Gravura de Santo André, quando eu tinha treze, quinze anos, e ganhei o prêmio! Eles compraram o meu trabalho, deve estar no acervo até hoje lá. Quando ganhei esse prêmio, deu um prestígio.

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Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Santídio está em um ateliê de gravura. Ele usa boné e avental pretos, e está em pé, sorrindo, em frente a uma mesa com uma matriz de xilogravura, na qual trabalha usando um rolo de borracha. Há outras pessoas ao fundo trabalhando em outras mesas. Fim da descrição da imagem.

Comecei a me inscrever em tudo que era edital. Tinha dezesseis anos e me inscrevi no edital de Praia Grande. Era um meio muito legal de começar a entrar em alguns lugares, eu me inscrevi no Arte Londrina 4, inclusive, você estava na curadoria, e também entrei. Eu me inscrevi em vários. Eventualmente, eu passava, não ganhava nada, às vezes, ganhava alguma coisa.

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Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Santídio está sentado, de perfil para a esquerda, e esculpe uma matriz xilográfica com um formão. Ele usa boné escuro e camiseta clara. Fim da descrição da imagem.

Foi nesse momento que comecei também a fazer umas gravuras coloridas e umas sobreposições, porque o Fabrício ensinou a fazer sobreposição de cores, matriz perdida, gravura PB, todos os procedimentos da gravura, da xilogravura… Então comecei a usar, mais que os outros, alguns procedimentos que envolviam a cor, porque fui entendendo que a cor na gravura estava mais alinhada àquilo que eu desejava. Eu não desejava uma memória em preto e branco; eu desejava uma memória colorida.

Com dezoito anos, necessariamente, eu precisaria sair do Acaia. Quando você completa essa idade, você tem que sair. Então foi preciso um trabalho. Eu estava trabalhando na feira; dos quinze aos dezoito anos, eu trabalhei na feira, vendendo fruta no Ceasa, sábado e domingo. O fato de trabalhar no Ceasa sábado e domingo foi muito bom para mim. Minha mãe não exigia dinheiro em casa, então eu ia para o Reserva Cultural, para o Cine Sesc, ia para vários cinemas em São Paulo, exposições. Meus irmãos iam jogar bola; eu ia a exposições, assistia a filmes diferentes.

Cauê : Você continuou trabalhando com gravura depois que saiu do Acaia?

Santídio : Eu ia para o Acaia no fim de semana, acho que era aberto para mim, eu continuava fazendo gravura. O Xiloceasa já tinha quase se desfeito, todo mundo já tinha completado dezoito anos. E foi nessa época que resolvi imprimir tudo o que eu tinha feito de gravura, fiz uma tiragem de tudo, assinei com a orientação do Fabrício, como se fosse quase um TCC. Quando completei dezoito anos, levei tudo o que eu tinha feito debaixo do braço.

Cauê : Qual era a tiragem das gravuras naquela época?

Santídio : Geralmente era de cinco. Algumas de que eu gostava mais, eu fazia tiragem de dez. Fiz as impressões e tenho até hoje o resultado disso. E fiz isso em 2015, eu acho. 

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Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Retrato de Santídio. Ele está em frente a uma parede com lambe-lambes de desenhos em xilogravura. Nelas, lê-se as palavras como "gato", "canção", "cacho", entre outras. Ele usa boné e camiseta em tons claros. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Conte como você se virou depois disso. Você continuou a trabalhar no Ceasa e fazia o curso de história da arte do Rodrigo Naves…

Santídio : Eu tinha dezoito anos e, por algum motivo, o Rodrigo Naves ficou sabendo que eu tinha estudado no Acaia. Eu nunca falei para ele que eu estudei no Acaia. Mas eu pedi, e ele me deu uma bolsa. E, numa época, a Dulce, assistente do Rodrigo, ia sair de férias, e ele não tinha ninguém para trabalhar lá, eu já estava terminando o curso dele, ele falou: “Santídio, você não quer substituir a Dulce?” Aí eu fiquei um mês com o Rodrigo. Aprendi muito com ele. Foi um jeito de fechar o curso melhor. Eu lia, eu via como ele estudava, o que ele fazia, como ele escrevia, como ele organizava a mesa dele, como funcionava o raciocínio dele.

Santídio Pereira e Vilma Eid

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Retrato de Santídio Pereira e Vilma Eidi. Ela está à direita da imagem com as mãos apoiadas em uma placa branca. Ela tem pele branca, cabelos curtos, lisos e escuro, usa blusa estampada de bolas concêntricas. Santídio está mais ao centro, atrás de Vilma, usa camisa branca de manga comprida. Ambos olham diretamente para a câmera. Fim da descrição da imagem.

Santídio de braços abertos

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul . Retrato de Santídio Pereira. Ele está de pé, de braços abertos e com um grande sorriso. Ele usa casaco preto, camiseta branca e está dentro de uma galeria com duas de suas gravuras de pássaros atrás de si. Fim da descrição da imagem.

Cauê : E foi a partir dele que você conheceu a Galeria Estação.

Santídio : Sim. Quando terminei esse trabalho, ia terminar o curso também, então o Rodrigo falou: “Santídio, eu ouvi dizer que você faz umas gravuras e tal, você não quer trazer para eu ver?” Tinha uma pasta no Acaia, fiz uma seleção, um portfólio das que eu gostava mais, levei para ele. Aí, ele falou: “Abra aí, tire as cadeiras”. Coloquei tudo no chão, espalhei várias gravuras, ele subiu ali naquele mezzanino, olhou e falou: “Você é um artista mesmo. Poxa, você é um artista”, ele falou para mim. Foi a primeira vez que alguém falou que eu era um artista, eu acho.  

Depois, ele falou: “Você quer mostrar para alguém? Quer mostrar numa galeria, esses trabalhos?” Eu falei: “Quero!” Ele subiu, ligou para a Vilma Eid e falou: “Estou mandando os trabalhos de um garoto aí para você ver”. Chamou o motoboy. Trinta minutos depois, veio o motoboy, pegou e levou para a Vilma. E ela também gostou.

Cauê : E como foi sua primeira exposição individual?

Santídio : Algum tempo depois, dividi um ateliê com a Guga Szabzon, durante um ano e pouco. A Guga era uma amiga, ela me ligou e falou: “Tem um cara que quer incentivar a arte jovem no Brasil, ele pediu para eu indicar alguém, indiquei você”. O André tinha um negócio chamado Acervo CSC. Ele viu todos os trabalhos que eu tinha feito, viu os novos trabalhos grandes que eu estava fazendo, uns pássaros, uns cavalos grandes, de 2,20 m. Com o dinheiro do Ceasa, eu comprava papel; tinha parado de ir ao cinema, tinha enjoado de cinema, estava comprando papel, tinta, comprando algumas coisas e ampliando a escala. Eu estava saindo do Acaia, mas ainda estava lá no fim de semana. Aí o André foi lá e falou: “Santídio, e exposição? Se tiver uma exposição, eu posso providenciar todas as molduras das obras, eu pago, você me dá umas obras, eu vendo, a gente capta para emoldurar as que vão para a exposição. Se tiver uma exposição, eu me responsabilizo por tudo que está emoldurado”.

Liguei para o Rodrigo e falei: “O André veio aqui, gostou, falou que se tiver uma exposição, ele vai emoldurar tudo”. O Rodrigo respondeu: “Se tiver exposição, Santídio, eu faço a curadoria e faço o texto para você”. Acho que o Rodrigo deve ter ligado para a Vilma também, não sei como aconteceu, porque a Vilma disse: “Santídio, parece que estão querendo fazer uma exposição sua, se tiver a exposição, eu vou dar uma sala da galeria”. Aí uma amiga designer, com quem eu tinha feito um curso de design no Acaia, falou: “Se tiver um catálogo, eu faço o design”.

Cauê : Tudo conspirando a favor…

Santídio : Aí um amigo fotógrafo falou: “Eu posso tirar as fotos dos trabalhos”. E assim nasceu essa exposição de 2016, primeira exposição individual na Galeria Estação, com texto do Rodrigo Naves. Ninguém ganhou absolutamente nada para fazer essa exposição. Depois, a Camila Molina, do Estadão, alguém deve ter comentado com ela, queria fazer uma fala comigo, ela foi lá no Acaia, eu contei um pouco dessa história que estou contando para você. Uma semana depois, saiu na primeira capa do jornal. Saiu lá uma foto grande, eu falando sobre a exposição que ia abrir. Depois a TV Cultura ligou, o programa Manos e Minas, o Metrópolis, TV Brasil ligou, teve muita mídia, vendeu tudo que tinha na galeria. 

Com o dinheiro, comprei uma casa lá no Piauí. Aí fiquei um mês, voltei, continuei trabalhando. Quando eu voltei, a Galeria Estação me convidou para ser representado por ela. Perguntei para o Rodrigo, liguei para uns amigos e fiz um acordo muito bom, que é o acordo que eu tenho com a galeria até hoje. E [eu] trabalhando na feira ainda, no Ceasa, a Galeria Estação vendia e entrava dinheiro. Depois eu parei de trabalhar no Ceasa, para ficar desenhando, ficar fazendo aquilo de que gosto. Continuei trabalhando no Acaia no começo, porque eles deixavam eu usar o ateliê, depois eu aluguei um ateliê pequeno, minúsculo.

Em 2018, fizeram outra exposição. Nela, eu mostrei uns pássaros, acho que uns vinte pássaros grandões. Com sobreposição de camadas, havia sempre umas plantas atrás dos pássaros, umas memórias, depois eu jogava o pássaro em cima. Fiz uns vinte pássaros da Caatinga. Fiz essa segunda exposição individual, os pássaros grandões, a Vilma não acreditou no tamanho, parecia uma coisa enorme, várias camadas no papel. 

Um dia, a Vilma me ligou e falou: “Santídio, mostrei o seu trabalho, estão convidando você para fazer uma residência em Nova York, você quer ir? A galeria vai pagar tudo, o que você tiver de custo, a galeria vai pagar”. Fiquei um mês em Nova York, inverno frio, trabalhando. Na volta, a Vilma tinha mostrado meu trabalho para alguém que tinha gostado, era da Fundação Cartier. Aí, em seguida, a Fundação Cartier pagou as passagens para eu ir para a França ver a exposição.

Vista aérea de casa rural

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Vista aérea de uma casa térrea simples em uma área rural em um território semiárido. A casa está no canto esquerdo da imagem. Ela possui telhado de duas águas e uma varanda térrea. À frente dela há uma área cercada, provavelmente um quintal, com algumas árvores. Há um caminho de terra que se estende do canto inferior direito da imagem até a casa, passando por um portão de madeira. Ao redor da casa, e por toda a imagem, há diversas árvores, arbustos e vegetação rasteira. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Fale sobre seu projeto de residência no Piauí.

Santídio : A casa da minha mãe, no Piauí, era uma casa cheia de memórias. Os tijolos que a gente tinha feito, minha mãe e meu bisavô. As telhas com barro ali da mata, as portas de amburana também da mata. Então era uma casa muito, muito cheia de memórias. Eu sempre ia para o Piauí, todo ano eu ia, e a casa estava se desfazendo, a chuva derrubando a parede, as telhas caindo. Minha mãe deixou eu cuidar da casa. Aí eu tive mais liberdade também de preservar a memória da casa. Ela foi construída com dois pensamentos: para ser da minha mãe e para ser residência artística.

Mandacaru

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Um cacto alto e ramificado está em destaque no lado esquerdo da imagem. Ao fundo, há diversos outros cactos menores espalhados pelo terreno, e uma área verde com árvores. Há nuvens no céu, que está parcialmente encoberto. Fim da descrição da imagem.

Casa vista por fresta

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Uma casa térrea de tijolos está centralizada na imagem. Tem telhado de telhas e varanda que se estende por toda a frente e lateral da casa. No lado esquerdo da casa há um poste de energia, e à direita há uma árvore que se debruça sobre o telhado da casa. À frente, uma área de terra batida com pilhas de galhos finos. A casa é vista através de uma fresta triangular de um portão, na qual emoldura a imagem. Fim da descrição da imagem.

Comprei todos os móveis. Fui comprando coisas que têm memória e ativam a memória das pessoas. É um lugar muito importante para mim, muito especial. Então não é qualquer pessoa que pode ir para esse lugar muito especial. Não quero levar alguém que trate as pessoas de qualquer maneira. Não quero que uma pessoa racista, conscientemente racista, e que continua sendo racista, vá para lá.

RK 1

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Santídio está em um local com diversas plantas e árvores ao seu redor. Ele está em pé, de perfil para a esquerda, observando uma planta com as mãos. Ele usa camiseta preta. Fim da descrição da imagem.

Então, nessa primeira ida, chamei pessoas em que confio verdadeiramente: o Ramon, o Deusvaldo, o Igor, as pessoas do Xiloceasa, meus amigos do Xiloceasa e tal. E fomos, ficamos duas semanas na Caatinga, planejamos tudo.

RK 2

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Santídio está em um local de vegetação fechada, com diversas plantas e árvores ao seu redor. Ele está do lado direito da imagem, em pé, de frente para a câmera. Observa uma planta enquanto a desenha com uma prancheta que está em suas mãos. Ele usa uma camiseta clara. Fim da descrição da imagem.

Mas como a gente ia usufruir a Caatinga? A flora, a fauna, o sol, a sonoridade, a inteligência das pessoas, a gente sabe que estamos indo usufruir isso. A comida, os costumes… Não queremos ser parasitas culturais. A gente não quer ir lá pegar, desenhar o mandacaru lá, vir aqui para São Paulo e vender. A gente quer deixar algo também em troca. Com a inteligência do Ramon, do Igor, do Des, do Eduardo, todo mundo. Então, eu fui preparando o terreno antes, falando com as pessoas o que seria aquela casa, qual era a ideia daquela casa, que era uma casa para receber artistas. Fui tentando convencer as pessoas da região. Quando passamos nas casas, falamos que íamos dar aula de gravura, oficina de gravura. Deusvaldo fez um cinema a céu aberto com pipoca, refrigerante, telona grandona na parede da casa, som bom, as pessoas foram lá assistir. O Ramon deu aula de encadernação para quinze crianças e jovens, eu dei aula de desenho expandido para quinze crianças. O que a gente aprendeu no Acaia, a gente deu um pouco também.

E a ideia é que a gente sempre dê algo, [que] todo artista que vá para a Caatinga, dê algo. Não é dinheiro. É… é… dê algo para retribuir aquilo que você está usufruindo. Seria bom você deixar algo também para a população. Não é para a residência, é para a população. E sempre ter relações horizontais. E assim nasce a ideia do meu TCC da Residência Artística Caatinga. Como eu estava construindo essa casa, eu estava estudando na FAAP, precisava ter um projeto de conclusão de curso de licenciatura, então, eu pensei: “Vou fazer um TCC sobre residência artística, sobre a minha ideia do que é construir essa casa”.

Ding 15

Descrição da imagem: fotografia colorida horizontal com filtro azul. Uma mesa de madeira com diversos papéis, cartões e objetos sobre ela. Há pelo menos quatro desenhos grandes de estudos de folhas e plantas sobre esses papeis. No centro há um caderno com desenhos coloridos de diversos objetos e seus nomes. Há diversos outros objetos sobre a mesa, como recortes de papeis no formato das plantas dos estudos, fita crepe, grafite, potes de tintas, lápis de cor, giz pastéis, entre outros. Fim da descrição da imagem.

Cauê :Como é o seu processo de pesquisa? Você desenha, fotografa o que vai estudar?

Santídio : Eu tiro foto, desenho, tenho ideias. Eu vou para a natureza, é lá que nasce a ideia. Eu penso: “Isto aqui é azul; isto aqui é verde; esta forma é assim”. Lá nascem as ideias. Mas eu tiro foto, desenho, faço rascunho e tal. 

Comecei a andar muito atrás de plantas. Eu fui para o Pantanal. Naquela época do Panorama do MAM, eu saí do Panorama e, no mesmo dia, fui para ali perto de Minas, atrás de plantas. Era uma imersão artística com vários artistas maravilhosos. Fui lá desenhar plantas, desenhar bromélias, fiquei lá duas semanas desenhando plantas, olhando. Ah, o sapinho dentro da planta, a bromélia de sol, bromélia de sombra, bromélia de meia-sombra, bromélia com inflorescência, bromélia de chão, bromélia epífita, pesquisando e tendo ideias.

MP 1

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Uma pessoa está com a mão direita espalhando uma tinta sobre uma placa, de forma circular. Há uma espátula na parte inferior esquerda da imagem. Fim da descrição da imagem.

Quando cheguei aqui, eu tinha vários desenhos. Eu peguei o caderno, tinha várias bromélias, vários morros, muitas paisagens, acho que é a Bocaina, a Serra da Bocaina. Estava lá, fiquei desenhando e vi que tinha muitos morros. Pensei: “Acho que estou querendo fazer morros além de plantas”. Comecei a desenhar os morros, fazer os morros, pesquisar morros. Fui algumas vezes para Minas, atrás de morros. Os morros nascem a partir das plantas, porque eu fui atrás de plantas, e o morro se mostrou para mim. O morro me escolheu, eu escolhi o morro.

MP 2

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Um detalhe de tênis diante de uma matriz de xilogravura deitada no chão. Uma mão em movimento espalha tinta sobre a matriz. Atrás dos pés, um pouco fora de foco, há um quadro retangular na vertical. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Em seguida, você mudou o modo como trabalha com xilogravura.

Santídio : É um outro jeito de fazer xilogravura, muito mais fácil. Com esse jeito, eu pensei: “Vou fazer os morros só no recorte”. Eu nem gravo esses morros; eu desenho um morro na madeira, pego a serra tico-tico, depois passo tinta nesse pedaço, passo tinta no outro pedaço, passo tinta em todos os pedaços, junto-os e imprimo. Então, não é mais uma gravura.

MP 3

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Cinco mãos, de três pessoas distintas, estão sobre uma folha branca. Elas seguram colheres de madeira e fazem pressão com a parte côncava, fazendo uma impressão xilográfica. Fim da descrição da imagem.

Cauê : Em seguida, você começou a expor as madeiras, as matrizes viraram objetos. 

Santídio : Quando comecei a fazer o recorte, a incisão e o encaixe, vi que a madeira não era mais uma matriz. Quando comecei a recortar, vi que tinha uma qualidade de objeto e, consciente disso, pensei: “Vou fazer um objeto, então, não vai ser mais uma matriz, vai ser um objeto que vai ser impresso”. Aí nasce uma consciência de objeto que pode ser impresso, o que muda tudo. Até a própria impressão muda, a partir da consciência de objeto. O resultado impresso muda. Aí, eu pensei: “Vou recortar”. Criando esses objetos, eu fui entendendo como eu poderia instalá-los na parede, e isso vai se desdobrando… E eu venho fazendo isso faz uns três ou quatro anos.

Ding 16

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Um amontoado de matrizes de xilogravura, no formato de folhas, estão apoiadas na parede uma sobre as outras. As peças preenchem toda a área da fotografia. Fim da descrição da imagem.

Ding 17

Descrição da imagem: fotografia horizontal colorida com filtro azul. Ateliê de Santídio Pereira. No canto esquerdo da imagem há uma mesa e um retrato de Santídio pendurado na parede. No centro, há diversas matrizes grandes de xilogravura em formatos de flores e folhas, apoiadas na parede. À direita, há diversas pinturas em papel penduradas em um varal desde o teto, com desenhos de plantas e flores. Fim da descrição da imagem.

Obras na exposição

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
100 x 100 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: Mesma imagem da capa. Sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma mancha laranja que se assemelha a uma flor com sete pétalas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2019
Xilogravura impressa em papel Pen Bold 90 g/m²
80 x 70 cm
Coleção Denise Abdala

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma flor roxa com miolo branco, também em formato de flor. A flor roxa possui onze pétalas de bordas arredondadas e a flor branca possui seis pétalas mais pontiagudas. Há marcas da textura de madeira pela xilogravura. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2019
Xilogravura impressa em papel Pen Bold 90 g/m²
80 x 70 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma flor azul com miolo branco, também em formato de flor. A flor azul possui onze pétalas de bordas arredondadas e a flor branca possui seis pétalas mais pontiagudas. Há marcas da textura de madeira pela xilogravura. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
131 x 130 cm
Coleção Ana Lia Penón

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma folha de trevo de quatro folhas verde. As folhas são unidas no centro, formando uma cruz. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
135 x 132 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma flor vermelha formada por quatro pétalas. As pétalas possuem formato irregular com bordas arredondadas e se encontram no centro da imagem. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2019
Xilogravura impressa em papel Pen Bold 90 g/m²
80 x 70 cm
Coleção Lucas Arruda

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma mancha rosa que se assemelha a uma flor com nove pétalas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
167,5 x 120 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma bromélia em azul escuro. A bromélia possui cinco folhas grandes e compridas que se abrem para cima saindo da base arredondada. Mais duas folhas menores saem da base, se abrindo para os lados. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Fabriano Disegno 4R 200 g/m²
217,5 x 150,5 cm
Coleção Fabia Toqueti Pace

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada colorida e vertical composta por uma área verde irregular na parte inferior, sobreposta por três flores vermelhas. As flores são dispostas lado a lado, sendo que as das extremidades, com sete pétalas cada, são menores que a central, que possui seis pétalas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
190 x 121 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de bromélia em azul. A bromélia possui seis folhas grandes e compridas que se abrem para cima, sobrepostas por mais duas folhas menores no centro, formando a base. Na parte superior direita há um conjunto de sete pequenas folhas amarelas, assim como outro conjunto menor na inferior esquerda da bromélia. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
152 x 170 cm
Coleção Galeria Estação

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma bromélia bege claro. A bromélia possui mais de uma dezena de folhas grandes, compridas e que variam entre pontiagudas ou arredondadas. Elas se abrem para cima, sobrepostas por mais três folhas menores no centro, formando a base. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2017
Xilogravura impressa em papel japonês 100% kozo
185 x 165 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de um caule verde com ramificações de folhas. As folhas são de diversos tamanhos e têm as pontas curvadas para baixo. O caule atravessa centralmente toda a extensão vertical da xilogravura. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel japonês 100% kozo
210 x 200 cm
Coleção Andrea e José Olympio Pereira

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma forma amarela que lembra uma flor ou sol, com dezesseis raios. Os raios são curvos e se encontram no centro da imagem. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Objeto III, 2019
Tinta ofsete sobre madeira
118 x 19 cm
60 x 162 cm
(2 pçs.)
Coleção Galeria Estação

Descrição da imagem: sobre fundo branco, fotografia centralizada de matriz xilográfica, pintada de amarelo e branco. Ela tem a forma de uma flor, com quinze pétalas, em amarelo, com um caule fino saindo de seu centro, em branco, ladeado por folhas pequenas e arredondadas que vão até alto da imagem. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2021
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
188 x 170 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de vegetação verde escura, que se assemelha a um capim alto, com formato irregular, mais densa na parte inferior da imagem e mais esparsa na parte superior. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2021
Xilogravura impressa em papel 100% algodão
180 x 170 cm
Coleção Luciana e Roberto Eid Philipp

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de vegetação azul, que se assemelha a um capim. O capim possui diversas folhas finas e compridas que saem da lateral esquerda inferior da xilogravura. Elas seguem para cima em arco com as pontas para a direita. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Objeto XV, 2023
Tinta ofsete sobre madeira
214 x 159 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, fotografia centralizada de matriz xilográfica pintada de verde, laranja e vermelho. A parte verde tem a forma da base de uma bromélia, com mais de duas dúzias de folhas grandes. Por trás delas, saem sete flores nas cores laranja e vermelho. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2021
Xilogravura impressa em papel Fabriano Disegno 4R 200 g/m²
225 x 150 cm
Coleção João e Maria Vieira da Cunha

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de uma bromélia com flor. As folhas são verdes escuras e se abrem para cima, sobrepondo-se umas as outras. No lado esquerdo superior, saindo da bromélia, há uma flor rosa composta por pétalas sobrepostas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2021
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
223 x 180 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de bromélia verde, com flores vermelhas e amarela. A bromélia possui uma dúzia de folhas grandes, compridas, com bordas arredondadas, que se abrem para cima a partir da base. Dela, na parte superior, saem três flores vermelhas com bordas irregulares, e uma flor amarela menor no canto direito. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
232 x 167 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de bromélia verde, com linhas brancas marcadas e sobrepondo manchas coloridas que se assemelham a flores. A bromélia possui uma dúzia de folhas grandes e compridas que se abrem para cima, sobrepostas por outras folhas menores no centro, a partir da base. Ao redor de quase toda a bromélia estão as nove flores coloridas, sendo nas cores roxo azul, lilás, verde e amarelo. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
204,5 x 96 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de bromélia vermelho salmão com base formada por sete pétalas arredondadas. De seu centro, emerge um caule amarelo, vertical e comprido, ladeado por folhas. Sua ponta se divide em três ramos de flores, também amarelas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2024
Xilogravura impressa em papel 100% algodão e pH neutro
190 x 170 cm
Coleção do artista

Descrição da imagem: sobre fundo branco, xilogravura centralizada de dez ramos verticais com folhas e flores, todos amarelos. Eles são longilíneos, espaçados uns dos outros e distribuídos pela gravura. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2023
Guache sobre papel Montval Canson 300 g/m²
109 x 75,3 cm
Coleção Galeria Estação

Descrição da imagem: sobre fundo branco, pintura centralizada de uma flor roxa com sete pétalas. As pétalas são irregulares com as bordas arredondadas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2023
Guache sobre papel Arches 300 g/m²
100 x 70,5 cm
Coleção do artista

Descrição da imagem: sobre fundo branco, pintura centralizada de uma planta com flores. As flores são em tons de vermelho com detalhes azuis, pequenas, ovais e dispostas aleatoriamente em cima da planta. As folhas são verdes escuras, largas, curtas e se abrem em leque a partir da base da planta, na parte inferior da imagem. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Guache sobre papel Arches 300 g/m²
82,5 x 56 cm
Coleção do artista

Descrição da imagem: sobre fundo branco, pintura centralizada de uma planta azul com cinco pares de pequenas folhas ovais amarelas dispostas em linha reta acima dela. A base possui seis pontas arredondadas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2022
Guache sobre papel Arches 300 g/m²
109,5 x 61 cm
Coleção do artista

Descrição da imagem: sobre fundo branco, pintura centralizada de uma planta com flores amarela. Quatro pétalas, em forma de coração, e uma oval, estão dispostas em linha reta acima dela. A base possui nove pontas arredondadas. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Pen Bold 90 g/m²
75,5 x 67 cm
Coleção Giselli Gumiero

Descrição da imagem: xilogravura vertical de paisagem montanhosa com céu azul escuro ao fundo. Na paisagem, as montanhas são coloridas e destacadas umas das outras por suas silhuetas de contorno branco. Há duas montanhas verdes, uma amarela, um vermelha, e uma laranja. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
76,5 x 66 cm
Coleção Thais Chede

Descrição da imagem: xilogravura vertical de uma paisagem montanhosa com céu lilás ao fundo. Na paisagem, as montanhas são coloridas e destacadas umas das outras por suas silhuetas de contorno branco. De baixo para cima, as montanhas são: azul acizentado, verde-água, lilás, verde acizentado e verde escuro. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
86 x 115 cm
Coleção Shasta Darlington e Esteban Israel

Descrição da imagem: xilogravura horizontal de uma paisagem montanhosa com céu rosa escuro. Na paisagem, as montanhas são coloridas e destacadas umas das outras por suas silhuetas de contorno branco. De baixo para cima, as montanhas são: rosa claro, lilás escuro e magenta, com tons mais claros na parte inferior da imagem e escurecendo gradualmente até a parte superior. As montanhas se sobrepõem ocupando toda extensão horizontal da imagem, como se fossem cordilheiras. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2021
Tinta ofsete sobre papel Hahnemühle
126 x 220 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: pintura de uma paisagem montanhosa com céu verde. Na paisagem, as montanhas são coloridas em diversos tons de verde que variam entre claros, na parte superior, e escuros na parte inferior. São quase duas dezenas de montanhas criando um efeito visual chamado "mares de morros". Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
75,5 x 67 cm
Coleção Marcelo Araújo

Descrição da imagem: xilogravura vertical de uma paisagem montanhosa com céu vermelho escuro. Na paisagem, as montanhas são coloridas e destacadas umas das outras por suas silhuetas de contorno branco. As montanhas são de diversos tons de vermelho, que variam pouco entre claro e escuro, e se sobrepõem ocupando toda extensão horizontal da imagem, como se fossem cordilheiras. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
80 x 225 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura horizontal de uma paisagem montanhosa composta por tons de amarelo, com tons mais claros e escuros distribuidos por toda a imagem. Nesta paisagem, as montanhas são percebidas através de suas silhuetas sobrepostas, delimitadas por linhas brancas. Elas se sobrepõem, ocupando toda a extensão horizontal da imagem, como se fossem cordilheiras. Fim da descrição da imagem.

Legenda técnica:Sem título, 2020
Xilogravura impressa em papel Kashiki 100% kozo
80 x 225 cm
Coleção particular

Descrição da imagem: xilogravura horizontal de paisagem montanhosa com tons de azul, com céu azul-claro. Nesta paisagem, as montanhas são percebidas através de suas silhuetas sobrepostas em diversos tons de azul que variam entre tons claros, na parte superior da imagem, e escuros, na parte inferior, em uma cadeia de montanhas. Fim da descrição da imagem.

Projeto expográfico.

Metrópole_Arq

MT 1

Descrição da imagem: vista aérea renderizada da planta baixa da exposição. A sala tem formato trapeizoidal, suas paredes são azul-claras, e o piso, cinza-claro. Penduradas nas paredes estão diversas xilogravuras e pinturas de Santídio Pereira. No centro da sala há uma parede em formato de "S", com obras em ambos os lados. Na ponta superior do "S" há um canteiro circular com um tipo de capim plantado. A porta de entrada da exposição está na parte inferior da imagem. Fim da descrição da imagem.

MT 2

Descrição da imagem: Mesma vista aérea da imagem anterior, com uma ligeira rotação da perspectiva da sala expositiva, na qual a porta de entrada se encontra no lado esquerdo da imagem, e outras obras de Santídio Pereira são vistas penduradas na parede. Fim da descrição da imagem.

MT 3

Descrição da imagem: Mesma vista aérea da imagem anterior, com uma ligeira rotação da perspectiva da sala expositiva, na qual a porta de entrada se encontra no lado superior da imagem, e outras obras de Santídio Pereira são vistas penduradas na parede. Fim da descrição da imagem.

Currículo Santídio Pereira.

Formação

Exposições individuais

Exposições Coletivas

Coleções públicas

Prêmios, bolsas e residências

Publicações selecionadas

Exposição Santídio Pereira: Paisagens férteis.

Realização: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Curadoria: Cauê Alves

Sala: Paulo Figueiredo

Período: 01 de abril de 2024 à 25 de agosto de 2024

Produção executiva: Marcela Tokiwa Obata dos Santos, Ana Paula Pedroso Santana

Projeto expográfico: Metrópole_Arq

Projeto gráfico: Julio Mariutti

Coordenação editorial: Renato Schreiner Salem

Execução do projeto expográfico: Secall Cenografia

Conservação: Fabiana Oda e equipe, Mara Lúcia Carrett de Vasconcelos

Montagem: MReneé Arte, Produção e Montagem Phina

Transporte: ATM Janus

Tradução para o inglês: Paul Webb

Revisão e preparação de texto: Regina Stocklen

Assessoria de imprensa: a4&holofote comunicação

Catálogo.

Realização: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Curadoria: Cauê Alves

Textos: Cauê Alves, Elizabeth Machado

Projeto gráfico: Julio Mariutti

Coordenação editorial: Renato Schreiner Salem

Assistência editorial: Gabriela Gotoda

Tradução para o inglês: Paul Webb

Revisão e preparação de texto: Regina Stocklen

Versão acessível: Cida Leite, Gregório Sanches, Jean Bernando da Silva Vieira

Fotos:

Tratamento de imagem e impressão: Ipsis

Agradecimentos.

Ana Lucia Penón Gonçalves
Andrea Veiga Pereira
André Lefki Brennand
Antônio Passos
Beatriz Junqueira
Claudia Miranda Barroso
Cristina Baumgart
Denise Abdala
Denise Rabinovich
Deusvaldo Pereira
Eduardo Rabinovich
Esteban Luís Israel
Fabia Toqueti Pace
Fabrício Lopez
Fernanda Marinho Aidar Iune
Flavia Brito
Fundação Iberê Camargo
Galeria Estação
Giselli Gumiero
Igor Romualdo
Instituto Acaia
Ivan José Bernuzzi Filho
Janaína Damaceno
Jane Savi de Freitas
João Liberato
João Lucas Pereira
João Vieira Cunha
José Luiz P. C. Vianna
José Olympio da V. Pereira
Leticia Rudge Barbosa Kina
Libano Miranda Barroso
Lucas Arruda
Luiz Lira
Marcelo Araújo
Maria Barreto
Numa Pereira do Valle Bisneto
Patricia Asdourian Lapenta
Patricia Quirico Coimbra
Paulo Henrique Conrado
Pedro Lapenta
Ramon Santos
Roberto Eid Philipp
Santídio Pereira
Shasta Darlington
Thais Chede Soares Barreto
Vilma Eid

Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Presidente de honra: Milú Villela

Diretoria:

Conselho deliberativo:

Comitê cultural e de comunicação:

Comitê de governança:

Comitê financeiro e de captação:

Comitê de nomeação:

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Comissão de arte:

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Programas educativos

O Museu de Arte Moderna de São Paulo está à disposição das pessoas que eventualmente queiram se manifestar a respeito de licença de uso de imagens e/ou de textos reproduzidos neste material, tendo em vista que determinados autores e/ou representantes legais não responderam às solicitações ou não foram identificados ou localizados.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santídio Pereira: paisagens férteis / realização Museu de Arte Moderna de São Paulo; curadoria Cauê Alves; tradução Paul Webb; projeto expográfico Metrópole_Arq, Ana Paula Pontes, Anna Helena Villela. – São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2024.

Edição bilíngue português/inglês

ISBN 978-65-84721-16-6

  1. Arte – Brasil – Exposições – Catálogos 2. Arte contemporânea 3. Pereira, Santídio, 1996– 4. Xilogravura I. Museu de Arte Moderna de São Paulo. II. Alves, Cauê. III. Metrópole_Arq. V. Pontes, Ana Paula. VI. Villela, Anna Helena.

24-197980 CDD-709.81

Índices para catálogo sistemático:

  1. Brasil: Arte: Exposições: Catálogos 709.81

Eliane de Freitas Leite – Bibliotecária

CRB 8/841

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