Público: interessados em geral
Duração: 05 encontros
Curso completo: R$ 400 em até 2 parcelas
Pós-Modernidade, exaustão das vanguardas, crise das meta-narrativas. Todas estas expressões já são bastante conhecidas por quem acompanhou este debate que teve início na segunda metade do século passado. Na filosofia, na sociologia ou na história, a era da desconstrução, a crise de paradigmas e a virada linguística produziram efeitos razoáveis e que são percebidos no mundo contemporâneo, especialmente no circuito universitário, editorial e na mídia produtora de conteúdo.
Mas, se já nos acostumamos ao estranhamento frente às expectativas de inovação vanguardista, ou até mesmo da quebra de paradigmas, o mesmo não ocorre no campo das artes visuais. E se não mais falamos da existência de movimentos artísticos nos moldes dos “ismos” do século XX, as propostas das artes no XXI, nas mais variadas linguagens – performance, gravura, tridimensional, pintura, audiovisual, fotografia – recuperam a aprofundam as poéticas gestadas e aprimoradas na modernidade.
Programação*
Aula 1 | (10/03) Realismo
Movimento autointitulado na primeira exposição individual da história moderna realizada por Gustave Courbet, o Realismo se caracterizou pela ambição pretensiosa já disposta pelo seu nome: acreditava-se na possibilidade da representação da realidade por meio da arte. Neste encontro, a proposta será a de retomada do contexto do Realismo no século XIX e a persistência desta ambição ao longo do século XX e XXI. Iremos tomar contato com a reflexão teórica sobre os limites da representação mimética, bem como com o questionamento desta viabilização numa atmosfera de relativismo.
Aula 02 | (17/03) Abstração
Abstrai-se quando se toma um símbolo como fonte de representação. Abstraiu-se na arte rupestre, no momento em que se configurou na escultura a forma humana estilizada. A abstração também pode se configurar no desejo e na obsessão pela linha, pela cor, pela composição que sequer guarda proximidade com as tradições greco-latinas, retomadas no Renascimento, no neoclassicismo ou no realismo. Na modernidade, nos deparamos com as pesquisas de Kandisnki, Malevitch ou Mondrian. Mas também podemos pensá-la a partir das propostas de Marcel Duchamp e da Arte Conceitual.
Aula 03 | (24/03) Futurismo
O Futurismo foi um movimento marcado pelo interesse dialético de se estabelecer o que se entendia que seria o futuro, no presente. Trata-se então de uma aspiração que a modernidade nos acostumou a pensar e supor como possível. Assim, a paixão pelo ruído das máquinas, pelo ranger dos motores, típica do Futurismo italiano do início do século XX, permanece entre nós na defesa que muitos fazem dos benefícios dos computadores, do Big Data, das supostas viagens espaciais. Enfim, da presença do otimismo em relação às melhorias trazidas pela Inteligência Artificial. Digamos que os Futuristas se sentiriam em casa e tivessem contato com os carros autômatos, com a internet das coisas, com os smartphones e os drones. E somente lastimariam a não ocorrência de muitas guerras, uma vez que viam nelas um objetivo quase que higiênico, de limpeza quanto ao que entendiam que deveria ser abandonado.
Aula 04 | (31/03) Dadaísmo
Movimento artístico do período da Primeira Guerra (1914-1918), o Dadaísmo se caracterizou pelo nonsense e pelo absurdo. Levamos em consideração uma situação de alteridade, uma vez que o movimento foi fundado no Café Voltaire, em Zurique, Suíça, país neutro no confronto mundial. Mas também há uma percepção de esgotamento em relação ao que o mundo estava oferecendo: o absurdo estava em toda parte e a arte somente veio a configurar esta impressão na poética dos artistas que se aproximaram do Dadaísmo. Reconhecendo os estudos recentes de Sigmund Freud, o movimento incorpora o chiste, uma abordagem do humor e que se posiciona na valorização da revelação daquilo que se encontra na inconsciência.
Aula 05 | (07/04) Pop Art
Talvez o mais conhecido dos movimentos artísticos de todos os tempos. E como não seria se ele veio a incorporar aquilo que contemplamos nas gôndolas de supermercados, nas propagandas e na mídia em geral? Já se disse que a Pop Art fez uma atualização da natureza morta, dispondo as caixas de sabão em pó e as embalagens de hambúrgueres e refrigerantes de um modo que nunca havíamos visto antes. Com influências e releituras do dadaísmo, o fôlego da Pop Art se manifesta inclusive na poética visual que se articula entre o consumo, sua necessidade excessiva e sua quase metafísica.
Fernando Amed, Dr. Em História pela Universidade de São Paulo, professor titular da Faap e da Belas Artes. Autor de Thomas Sowell: da obrigação moral de ser cético, dentre outros livros e artigos acadêmicos. Pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia, Labô – PUC-SP.
Ao se inscrever no curso, você tem direito a um catálogo do mam sp. O catálogo só pode ser retirado presencialmente na recepção do museu apenas nos dias e horários em que o museu estiver aberto seguindo os protocolos da covid-19, a partir do dia 10/03/2021. Apenas um catálogo por pessoa. O catálogo é escolhido previamente pela instituição. Os catálogos não poderão ser enviados pelo correio.
Inscreva-se