MAM São Paulo: encontros entre o moderno e o contemporâneo

Foi um dos grandes nomes da arte contemporânea brasileira, destacando-se pela crítica política e social em suas pinturas, desenhos e assemblages. Iniciou sua carreira nos anos 1960, associado à Nova Figuração e à Pop Art brasileira. Auto-exilado em Paris em 1966, teve contato com o movimento Arte Povera, o que o levou a adotar uma abordagem mais abstrata e conceitual. Sua obra, marcada por experimentos com materiais como metais e pigmentos, mescla erotismo, opressão política e uma crítica ao sistema da arte.

Nascido em 1896, Alberto da Veiga Guignard viveu na Europa até 1929, estudando na Real Academia de Belas-Artes de Munique. Ele trouxe ao modernismo brasileiro uma liberdade sutil, explorando subjetividade, memória e ilusão. No Brasil, lecionou no Rio e em Belo Horizonte, formando artistas como Iberê Camargo e Lygia Clark. Sua obra transita entre retratos, naturezas-mortas e paisagens, destacando-se as vistas de Ouro Preto nos anos 1950-60, onde funde influências ocidentais e orientais.

Aldo Bonadei foi um pintor, gravador, figurinista e professor brasileiro. Formado por Pedro Alexandrino e pela Accademia di Belle Arti di Firenze, integrou o Grupo Santa Helena e a FAP. Ensinou na Escola Livre de Artes Plásticas e cofundou a Oficina de Arte – O. D. A. Criou figurinos para teatro e cinema, destacando-se pela versatilidade e influência na cena cultural paulistana.

Alex Červený trabalha com pintura, gravura, desenho e aquarela, explorando as possibilidades narrativas da arte. Suas imagens remetem a representações medievais, retábulos renascentistas e ao surrealismo, mesclando referências literárias, cultura popular e memórias pessoais. Formou-se em ateliês com Valdir Sarubbi, Odair Magalhães e Selma D’Affré. Nos anos 1980, também se dedicou ao circo e ao contorcionismo, incorporando essas experiências à sua poética visual.

Alfredo Volpi foi um dos artistas modernos brasileiros mais consagrados, desenvolvendo uma trajetória independente que flertava com o concretismo sem se filiar a escolas. Iniciou com paisagens e figuras, evoluindo para composições geometrizadas, com destaque para suas icônicas “fachadas”. Integrante do Grupo Santa Helena nos anos 1930, uniu cultura popular e arte erudita, criando um vocabulário formal próprio e cores vibrantes preparadas artesanalmente, em resistência à impessoalidade.

Ana Maria Tavares iniciou sua formação na UFMG e depois cursou artes plásticas na FAAP, onde também lecionou. Influenciada por Regina Silveira e Julio Plaza, aprofundou seu experimentalismo no mestrado na School of the Art Institute of Chicago. Doutora pela USP, onde leciona desde 1993, foi bolsista da John Simon Guggenheim Foundation. Seu trabalho explora espaço e percepção, com obras de grande escala exibidas em instituições como o Instituto Tomie Ohtake e a Bienal de Cingapura.

André Komatsu (1978) vive e trabalha em São Paulo, desenvolvendo uma obra que questiona o poder, os conflitos sociais e a relação dos indivíduos com o espaço urbano. Influenciado pela teoria foucaultiana da microfísica do poder, sua produção envolve esculturas, instalações e obras em suportes diversos com forte crítica política. Expôs em instituições como MASP, Bienal de Veneza e MoMA, e tem obras em acervos como TATE Modern e MACBA. Recebeu prêmios como o Marcantonio Vilaça e participou de residências no Brasil e no exterior.

Anna Maria Maiolino é uma das principais artistas contemporâneas brasileiras, autora de uma obra que explora pintura, escultura, performance, instalação, gravura e desenho para refletir sobre identidade, linguagem e corpo. Sua obra combina o pessoal e o político, criando contextos sensíveis e evocativos. Nascida na Itália, estudou em Caracas e no Brasil, com passagens por Nova York. Sua trajetória, marcada pela ditadura civil-militar, conecta-se a movimentos como a Nova Figuração e Nova Objetividade, e desde os anos 1980, investe na materialidade e gestualidade de sua produção.

Antonio Henrique Amaral foi um influente artista, desenhista e pintor brasileiro. Iniciou sua formação em 1952, no MASP, sob Roberto Sambonet, e em 1956 estudou gravura com Lívio Abramo no MAM São Paulo. Em 1958, suas viagens à Argentina e Chile ampliaram suas influências culturais, e em 1959, aprimorou seus estudos em gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. De volta ao Brasil, trabalhou na Galeria Bonino e teve contato com grandes nomes da arte brasileira. Sua obra transitou do surrealismo para temas sociais e influências da pop art.

Antonio Manuel, nascido em Avelãs de Caminho, Portugal, em 1947, é escultor, pintor, gravador e desenhista, cuja obra reflete crítica social e política. Mudou-se para o Brasil em 1953, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Na década de 1960, estudou na Escolinha de Arte do Brasil com Augusto Rodrigues e no ateliê de Ivan Serpa, além de ser aluno ouvinte na ENBA. Destacou-se em 1968 com “Urnas Quentes” e, em 1970, propôs seu próprio corpo como obra de arte. Nos anos 1980, focou na pintura abstrato-geométrica, e, em 1994, apresentou a instalação “Fantasma” e em 2015 foi um dos artistas que representou o Brasil na Bienal de Veneza.

Arthur Luiz Piza inovou na gravura, criando formas geométricas em metal com buris e goivas, explorando volume e ritmo. Sua pesquisa buscava organizar e reorganizar elementos em composições irregulares e caóticas. Iniciou seus estudos artísticos na década de 1940 com Antonio Gomide e, em Paris, aprofundou-se nas técnicas de gravura com Johnny Friedlaender. Participou de exposições importantes, como a Bienal de Veneza (1966) e a Documenta de Kassel (1959).

Arthur Luiz Piza inovou na gravura, criando formas geométricas em metal com buris e goivas, explorando volume e ritmo. Sua pesquisa buscava organizar e reorganizar elementos em composições irregulares e caóticas. Iniciou seus estudos artísticos na década de 1940 com Antonio Gomide e, em Paris, aprofundou-se nas técnicas de gravura com Johnny Friedlaender. Participou de exposições importantes, como a Bienal de Veneza (1966) e a Documenta de Kassel (1959).

Beatriz Milhazes é uma figura chave na arte contemporânea e um dos maiores nomes da abstração atual. Sua obra, construída ao longo de quatro décadas, combina precisão e fluidez, mesclando elementos da paisagem tropical e cultura brasileira. A artista explora a ornamentação, com influências da barroca e do carnaval, e desenvolve uma técnica única de monotransfer. Seu trabalho abrange pintura, colagem, gravura, tapeçaria e escultura, criando uma sintonia entre dinamismo e formalidade.

Candido Portinari, nascido em 1903 em Brodowski, São Paulo, é um dos maiores nomes da arte brasileira. Filho de imigrantes italianos, desde jovem demonstrou talento artístico. Formou-se na Escola Nacional de Belas Artes e, em 1928, conquistou o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, o que o levou a Paris. Seu retorno ao Brasil em 1931 marcou o início de sua obra dedicada ao povo brasileiro e à crítica social. A partir da década de 1930, Portinari se tornou referência com seus murais e pinturas de temática social, como “Café” e os painéis do Ministério da Educação e Saúde. Sua carreira internacional cresceu nas décadas seguintes, com exposições em Nova York e reconhecimento mundial.

Carlos Fajardo é um dos principais artistas brasileiros da arte conceitual. Sua obra, marcada pela experimentação, explora diversas linguagens como escultura, pintura e instalação. Nos anos 1960, integrou movimentos que desafiavam a arte tradicional, utilizando formas geométricas e objetos para questionar a relação entre arte, espaço e sociedade. Sua pesquisa com materiais simples e a transformação do ambiente expositivo consolidaram-no como referência na arte contemporânea brasileira.

Carlos Vergara, natural de Santa Maria, Rio Grande do Sul, é um artista cuja obra se consolidou na década de 1960, durante a resistência à ditadura militar. Participante da histórica mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Vergara foi um dos protagonistas da Nova Figuração Brasileira, movimento que uniu arte e crítica política. Nos anos 70, ampliou seu vocabulário com fotografias e instalações, e, desde os anos 1980, suas pinturas e monotipias seguem um caminho de experimentação, mantendo a inovação dentro da tradição da pintura.

Carmela Gross é reconhecida por suas intervenções de grande escala no espaço urbano, que questionam a arquitetura e a história das cidades. Seu trabalho parte do conceito de “trabalhar-na-cidade”, onde a relação dialética entre a obra, o espaço e o público é central. Cada projeto, desde a concepção até sua instalação, busca provocar novas percepções e reflexões críticas, explorando a carga semântica do local, seja ele um espaço público, uma instituição ou um contexto expositivo.

Cildo Meireles é um dos mais influentes artistas contemporâneos brasileiros, conhecido por suas ações e proposições políticas e filosóficas dentro da arte conceitual. Sua carreira foi marcada por uma crítica constante ao isolamento da arte em instituições, defendendo a necessidade de a arte se inserir no cotidiano e na vida. A série Inserções em Circuitos Ideológicos (1970), com suas cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola alteradas, é um exemplo disso. Sua obra também se apropria de objetos comuns para questionar a funcionalidade e os valores da sociedade, propondo novas formas de relação com o mundo. Em 2008, foi o segundo brasileiro a ter uma retrospectiva no Tate Modern de Londres.

Cláudio José Tozzi é um pintor brasileiro com formação em arquitetura pela FAU/USP. Influenciado pela arte pop, ele abordou temas políticos e urbanos, como na série Bandido da Luz Vermelha (1967), que remete à estética das HQs. Após uma viagem à Europa em 1969, seu trabalho se distanciou do panfletarismo, explorando a formalidade e a cromática. Na década de 1980, passou a incorporar figuras e geometrização. Tozzi também criou painéis para espaços públicos em São Paulo e no Rio, além de participar de exposições importantes como Brasil + 500 e Nave dos Insensatos.

Eduardo Berliner explora a pintura e a imagem para questionar a autenticidade da memória e da experiência direta. Sua relação com o mundo físico altera suas percepções do cotidiano, transformando suas obras em manifestações de suposições e mal-entendidos. A paisagem, a arquitetura e as relações humanas são reconfiguradas por narrativas pessoais e pelo processo de pintura. Suas representações de seres vivos, cenas naturais e pessoas revelam conexões imprevistas entre invenção e memória, indiferente e traumático.

Di Cavalcanti foi um dos principais nomes do modernismo brasileiro, participando ativamente das discussões sobre os rumos da arte no início do século XX, ao lado de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Ele idealizou a Semana de Arte Moderna de 1922, criando o catálogo e o cartaz. Em Paris, teve contato com grandes pintores como Picasso e Matisse, cujas influências aparecem no estilo escultural de suas figuras. Seu trabalho foca na sensualidade das mulheres brasileiras e na construção de uma identidade nacional através de temas realistas, como o carnaval e as mulatas.

Ernesto De Fiori, nascido em Roma e naturalizado alemão, emigrou para o Brasil em 1936 devido ao ascenso nazista. Estabeleceu-se em São Paulo, onde influenciou a Família Artística Paulista e o Grupo Santa Helena. Sua escultura se distingue pelo naturalismo das figuras humanas e pela expressividade das texturas, como em obras como o busto de Marlene Dietrich. No Brasil, além de trabalhar a escultura, voltou-se para a pintura e o desenho, explorando paisagens e cenas cotidianas que conectavam sua experiência europeia à realidade brasileira.

Evandro Carlos Jardim, nascido em 1935 em São Paulo, iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde estudou pintura e escultura. Em 1957, aprofundou-se em gravura com Francesc Domingo Segura. Mestre e doutor pela ECA-USP, o artista é conhecido por sua técnica apurada em gravura em metal, especialmente água-forte, além de desenho e pintura. Sua obra aborda o cenário urbano, elementos naturais e momentos cotidianos, sendo considerada intimista e silenciosa. Também atuou como docente em diversas instituições.

Farnese de Andrade foi um pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador brasileiro. Estudou com Guignard em Belo Horizonte (1945-1948) e, após se mudar para o Rio de Janeiro para tratar uma tuberculose, trabalhou como ilustrador em diversos jornais e revistas. Em 1959, aperfeiçoou-se em gravura no Museu de Arte Moderna do Rio. Nos anos 1960, passou a criar obras com materiais descartados e objetos encontrados, refletindo um contexto político e moral da época.

Ferreira Gullar foi um poeta, ensaísta e artista plástico brasileiro. Nascido em São Luís, Maranhão, iniciou sua carreira literária na década de 1950, sendo um dos principais nomes do movimento neoconcreto, que buscava integrar a arte com a vivência cotidiana. Sua produção poética, marcada por uma linguagem clara e profunda, abrange temas como a existência humana e a busca por identidade. Além da literatura, Gullar se destacou como crítico e teórico da arte, influenciando diversas gerações de artistas e pensadores.

Flávio de Carvalho foi um artista multifacetado, arquiteto, teórico e agitador cultural, protagonista do modernismo brasileiro. Fundador do Clube de Artistas Modernos (CAM), suas ações provocativas, como a Experiência n° 2 (1931) e a Experiência n° 3 (1956), testaram os limites da arte e da sociedade, misturando performance, moda e crítica cultural. Seu trabalho abrange pintura, desenho e teatro, com forte influência da filosofia e da psicanálise, explorando a subjetividade humana e questões como a morte, religiosidade e sexualidade.

Flávio Shiró (1928) foi um dos pioneiros da nova pintura brasileira, transitando entre o expressionismo, a abstração e a fusão entre figuração e abstração. Sua obra, marcada por cores escuras e texturas dinâmicas, reflete a influência da natureza brasileira sem traços orientalistas. Walter Zanini associa seu trabalho ao action painting, enquanto Frederico Morais destaca sua postura introspectiva, quase ritualística, embora atento às questões políticas e sociais do mundo contemporâneo.

Franklin Cassaro emergiu nos anos 1990 como um dos artistas mais experimentais de sua geração, retomando a pesquisa formal característica das décadas de 1960 e 1970. Influenciado por Lygia Clark, seu trabalho não se fixa no objeto, mas no processo de sua construção e transformação. Suas esculturas infláveis, performances e estruturas reversíveis expressam uma poética instável, onde a forma se refaz continuamente, rejeitando a cristalização e instaurando um movimento orgânico e sensorial.

Geraldo de Barros foi um artista multifacetado, atuando entre a fotografia, a pintura e o design. Pioneiro da fotografia experimental no Brasil, explorou sobreposições, rasuras e manipulações gráficas em sua série Fotoformas (1946-1951). Ligado ao concretismo, integrou o Grupo Ruptura e desenvolveu obras geométricas rigorosas. No design, fundou a Unilabor, trazendo o pensamento modernista para móveis acessíveis. Sua obra transita entre arte e funcionalidade, sempre inovadora.

Haruka Kojin é uma artista japonesa conhecida por instalações imersivas que distorcem a percepção da realidade. Seu trabalho explora a relação entre o olhar e o ambiente, utilizando materiais como lentes translúcidas e estruturas orgânicas para alterar a forma como o espectador percebe o espaço. Integrante do coletivo mé, Kojin investiga a subjetividade da visão e a fragilidade da experiência sensorial, criando obras que desafiam a distinção entre ilusão e realidade.

Heitor dos Prazeres foi pintor, compositor e sambista, destacando-se na cultura carioca do século XX. Autodidata, retratou o samba, a vida urbana e as tradições afro-brasileiras em pinturas vibrantes, com figuras planas e cores intensas. Sua obra, marcada pelo detalhismo e pela valorização da cultura negra, reflete a efervescência da “Pequena África” no Rio. Também compôs sucessos como Pierrot Apaixonado, em parceria com Noel Rosa.

Hélio Oiticica (1937–1980) foi um dos maiores expoentes da arte brasileira. Iniciou no concretismo, aderiu ao neoconcretismo e revolucionou a relação entre arte e público, criando obras imersivas como Parangolés, Bólides e Tropicália. Passista da Mangueira, incorporou o samba em sua produção. Viveu em Nova York nos anos 1970, onde desenvolveu o quasi-cinema. Sua obra, experimental e crítica, desafiou convenções e influenciou a arte contemporânea mundial.

Henry Moore foi um escultor britânico considerado um dos maiores artistas do século XX. Sua obra é marcada pela exploração da forma humana, especialmente a figura humana abstrata, e pelo uso de espaços vazios, criando esculturas monumentais em bronze e pedra. Influenciado pela arte primitiva e pelo modernismo, Moore desenvolveu um estilo único, fundindo abstração e organicidade. Seu trabalho teve grande impacto no design e na escultura pública, especialmente no Reino Unido.

Hércules Rubens Barsotti foi um influente pintor, desenhista, gravador e programador visual brasileiro. Formado em química, iniciou sua trajetória artística na década de 1940, destacando-se na arte concreta nos anos 1950. Fundou, junto com Willys de Castro, o Estúdio de Projetos Gráficos e foi pioneiro em ilustrações e estampas. Associado ao Grupo Neoconcreto, foi reconhecido por suas obras que exploram formas geométricas e cores, criando efeitos de tridimensionalidade. Em 2004, o MAM/SP fez uma grande retrospectiva de sua carreira.

Foi um pintor, gravador, desenhista e professor brasileiro. Iniciou sua formação artística em Santa Maria e Porto Alegre, estudando pintura e arquitetura. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1942, onde fundou o Grupo Guignard e estudou com mestres internacionais. Pioneiro em exposições e ensino de gravura, fundou o curso de gravura do Instituto Municipal de Belas Artes. Seu trabalho foi influenciado por um incidente pessoal em 1980. Recebeu o título de doutor honoris causa em 1986.

Foi pintora e escultora nascida no Rio Grande do Sul. Sua obra, marcada por rigor e coerência, transitou da pintura figurativa dos anos 1940 à abstração dos anos 1950, até suportes tridimensionais a partir dos anos 1960. Seu trabalho reflete a verticalidade e a síntese de elementos arquitetônicos e urbanos populares. Saldanha deslocou a geometria para uma medida da terra e da vida, criando obras que extrapolavam a tela, ganhando espaço e autonomia, como nas séries Bambus e Ripas.

Iracema Ruffolo Arditi foi uma artista autodidata de São Paulo, cuja obra teve início com retratos das paisagens e flora cariocas. Em 1954, participou do Salão Baiano de Artes Plásticas e, desde então, expôs no Brasil e na Europa. Entusiasta da Arte Naif, fundou o Museu do Sol em 1972, o primeiro da América do Sul, e o doou em 1979 para Penápolis. Foi convidada de honra da Bienal de Arte Naif Brasileira na França em 1998 e recebeu diversas distinções internacionais.

Ismael Nery foi um pintor, desenhista e escritor brasileiro, associado ao movimento modernista. Sua obra transitou entre o figurativismo e o surrealismo, buscando uma linguagem própria que expressasse a subjetividade e os dilemas existenciais. Participante da Semana de Arte Moderna de 1922, Nery era influenciado pelo simbolismo e pelas vanguardas europeias, explorando temas como a psique humana e a representação do corpo. Sua curta carreira foi marcada pela inovação e pela constante busca por novas formas de expressão artística.

Suíço considerado pioneiro da decoração no Brasil, foi um artista plástico e designer de grande relevância. Formado na Escola de Belas Artes de Genebra e influenciado pela Bauhaus, chegou ao Brasil em 1920, participando da Semana de Arte Moderna de 1922. Graz introduziu o estilo art déco no país e inovou com móveis e projetos de interiores. Em 1969, dedicou-se exclusivamente às artes plásticas. Deixou um legado significativo com quase duas mil obras, incluindo desenhos e croquis.

Foi um pintor, desenhista, escultor e escritor brasileiro, autodidata e trabalhador rural. Destacou-se após sua participação na exposição inaugural da Casa de Cultura de São José do Rio Preto, em 1946, e realizou sua primeira mostra individual em 1948. Em 1951, recebeu um prêmio da 1ª Bienal Internacional de São Paulo e teve obras adquiridas pelo MoMA. Fundou o Museu Municipal de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto em 1966. Continuou influente até sua morte, publicando livros como Romance de Minha Vida.

Giuseppe Giannini Pancetti (José Pancetti), nascido em Campinas, SP, foi um pintor autodidata com forte ligação com o mar, influenciado por sua experiência na Marinha. Sua obra é marcada por marinhas e paisagens, sendo suas telas, em sua maioria, de dimensões modestas, pintadas ao ar livre. Pancetti ingressou no Núcleo Bernardelli no Rio de Janeiro e participou de exposições internacionais, incluindo a Bienal de Veneza (1950) e a Bienal de São Paulo (1951, 1955). Sua pintura foi descrita como austera, direta e sem supérfluos. Faleceu em 1958, deixando um legado de importância no modernismo brasileiro.

Leda Catunda Serra é uma artista visual, pintora, escultora, artista gráfica e professora brasileira. É considerada um dos maiores talentos surgidos no âmbito da Geração 80, explorando os limites entre a pintura e o objeto. Expôs três vezes na Bienal Internacional de São Paulo, entre outras mostras de relevo. É uma referência no cenário artístico brasileiro, com destaque para suas retrospectivas na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009) e no Centro Cultural Banco do Nordeste (2015). Sua formação acadêmica, incluindo o doutorado na ECA/USP, demonstra sua dedicação tanto à arte quanto à educação.

Foi um artista argentino renomado por sua contribuição inovadora nas artes visuais. Inicialmente escultor, ele se destacou por suas esculturas em arame e aço inoxidável, colagens e desenhos caligráficos. Engajado politicamente, participou de eventos como Tucumán Arde e Malvenido Rockefeller. Em São Paulo, explorou esculturas sonoras e arte multimídia, incorporando mídias digitais. Seu trabalho foi premiado e é reconhecido por sua crítica social e inovação.

José Leonilson, artista cearense, foi um dos principais nomes da Geração 80. Sua produção intensa, concentrada nos últimos anos de vida, abrangeu pintura, desenho, bordado, escultura e instalação, marcada por uma estética pessoal e íntima. Focado em aspectos amorosos, eróticos e políticos, seu trabalho foi influenciado por Antonio Dias, Keith Haring e Paul Klee. Suas obras mais maduras exploram símbolos como o átomo, o coração e a espiral, refletindo sobre os limites entre o comunicável e o incomunicável.

Foi uma artista visual brasileira, considerada uma das principais figuras da arte contemporânea no Brasil. Sua produção abrangeu diversas linguagens, incluindo performance, vídeo e fotografia, sempre com um olhar crítico sobre os aspectos da identidade e do corpo. A obra de Parente questiona a representação da mulher e a construção dos significados em torno da imagem, explorando o espaço entre o público e o privado. Ela também é conhecida por explorar a violência, a dor e o cotidiano de forma conceitual e visceral.

Foi um renomado artista brasileiro, destacado principalmente pela sua produção em gravura, além de ser desenhista, pintor e muralista. Natural de Araraquara, São Paulo, teve formação no Liceu Dante Alighieri e foi influenciado pelo modernismo brasileiro e pela arte expressionista. Envolvido com questões políticas, sua obra abordou temas sociais e a luta do trabalhador, com ênfase em críticas ao capitalismo. Além de participar da 2ª Bienal de São Paulo, também deixou importantes murais, como Trabalho, em Brasília.

Filho de imigrantes italianos, foi um importante artista brasileiro ligado ao movimento concretista. Natural de Santo André, iniciou sua carreira em atividades industriais e publicitárias, além de pintar desde 1942. Influenciado pelo expressionismo, abandonou a figuratividade no final dos anos 1940 e se tornou um dos principais nomes do Grupo Ruptura. Suas obras, caracterizadas pela precisão matemática e o uso de formas geométricas repetidas, exploram o movimento, a ilusão de ótica e o contraste entre figura e fundo, consolidando sua importância na arte concreta.

Gravador, desenhista e ilustrador, iniciou sua formação na Escola Profissional Masculina do Brás e dedicou-se à xilogravura desde 1943. Passou por importantes influências, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Academia de Artes Aplicadas em Viena. Sua obra foi adquirida pela Pinacoteca de São Paulo em 1969, e sua casa natal foi transformada em museu em 1978. Reconhecido por suas contribuições à gravura, Grassmann é uma das figuras mais respeitadas da arte brasileira.

É Mestre em Artes pela UFMG e coordenador do CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte. Com exposições individuais no Brasil, Alemanha, Argentina e Holanda, participou de eventos importantes como a 29ª Bienal de São Paulo (2010). Seu trabalho foi premiado em salões nacionais e integra coleções como o MAM-SP, Pinacoteca de SP, Inhotim e MAC-USP. Destaca-se também como performer, com participação em festivais nacionais e internacionais. Vive e trabalha em Belo Horizonte.

Foi uma importante escultora e artista visual brasileira, pioneira na abstração geométrica no Brasil. Formada pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e influenciada por movimentos de vanguarda como o Concretismo, sua obra explora a relação entre espaço, forma e cor. Ao longo de sua carreira, participou de exposições nacionais e internacionais, destacando-se na Bienal de São Paulo. Sua produção é marcada por esculturas minimalistas que revelam um forte vínculo com a arquitetura e o design.

Foi uma artista e pensadora brasileira, conhecida por explorar a relação entre caos e ordem, sensorialidade e racionalismo. Sua produção foi marcada pela transição de pintura para monotipias em papel japonês, que, devido à sua translucidez, ganhavam uma leitura em duas faces. Nos objetos gráficos, suspensos entre placas de acrílico, e nas Droguinhas, feitas em 1964, Schendel conferiu volume e textura ao quase invisível. Sua obra entrelaça texto e materialidade, traduzindo poesia em risco e letra.

Foi um destacado gravurista brasileiro, conhecido por sua abordagem expressionista única. Sua obra aborda a vida urbana, focando em lugares esquecidos e personagens à margem, com forte influência do simbolismo e do expressionismo alemão. Ele foi pioneiro no uso de cores na gravura e colaborou com o mercado editorial. Recebeu prêmios importantes, como o Grande Prêmio de Gravura na 1ª Bienal de São Paulo. Suas obras estão em importantes coleções, como a Pinacoteca de SP e o MASP.

Foi um pintor e designer francês, conhecido por sua abordagem vibrante e colorida da pintura e das artes decorativas. Membro do Fauvismo, seu trabalho caracteriza-se pelo uso expressivo de cores e pela simplicidade de formas. Dufy explorou diversas técnicas, incluindo pintura a óleo, aquarela e muralismo, destacando-se por suas paisagens, cenas de praias e festivais. Sua obra também inclui designs para tapeçarias e cerâmicas, refletindo seu interesse pelas artes aplicadas.

É um artista que cria esculturas, assemblages e instalações utilizando materiais como aparelhos especializados, ferragens e material de pesca, deslocados de seus usos originais. Ao lado desses elementos técnicos, Matheus incorpora componentes orgânicos, como tecidos e galhos, em composições que organizam volumes no espaço. Sua obra propõe uma reflexão crítica sobre o impacto do design e do consumismo, destacando o autoritarismo presente na produção em massa e nas formas contemporâneas de viver.

É um artista brasileiro cujas obras exploram as fronteiras entre a escultura, a instalação e o design. Utilizando uma variedade de materiais, como metal, madeira e objetos do cotidiano, Canella cria peças que dialogam com o espaço e questionam as convenções da arte contemporânea. Suas criações investigam a relação entre o humano e o objeto, trazendo à tona questões sobre a funcionalidade e o simbolismo dos materiais, além de explorar conceitos de transformação e apropriação.

Foi um dos mais importantes artistas brasileiros da arte contemporânea, com uma carreira que abrange pintura, escultura, desenho e gravura. Associado à Geração 60, sua obra reflete uma crítica social e política, sendo marcada por temas como a urbanização, a violência e a alienação. Influenciado pelo pop art e pela arte figurativa, Gerchman empregou uma linguagem visual vibrante, utilizando a técnica da colagem e a multiplicação de imagens para explorar as tensões entre o indivíduo e a sociedade. Seu trabalho também se destaca pela crítica à cultura de massa e ao consumismo.

Desembarcou no Brasil no final da década de 1940 quando deixou a França após a Segunda Guerra Mundial. O pintor realizou sua primeira exposição em São Paulo em 1946 e retornou permanentemente em 1948. Também participou da exposição inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1949, contexto em que é convidado e incentivado pelo crítico e diretor belga Leon Dégand a explorar os caminhos da abstração geométrica pura. Em 1951, ano da instauração da Bienal de São Paulo, fundou o Ateliê Abstração, onde lecionou, por mais de uma década, uma nova geração de artistas – entre eles, Jacques Douchez e Norberto Nicola. Ao longo de sua carreira, realizou diversas exposições individuais nos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, bem como em inúmeras galerias brasileiras e estrangeiras. Participou de diversas edições da Bienal de São Paulo, e realizou uma grande retrospectiva de sua obra no Musée Rath, em Genebra (1965), cuja versão expandida foi apresentada no MAM-RJ (1968). Flexor faleceu em 1971, aos 64 anos, vítima de um enema pulmonar.

Nascida em Santo André, SP, em 1968, é escultora, desenhista e pintora, reconhecida por sua poética de cielos e nuvens. Sua carreira iniciou na década de 1990 com obras que exploravam esses elementos atmosféricos, muitas vezes contidos em caixas e armários, como em Retábulo (1995). Formada em educação artística, recebeu o Prêmio Residência da Civitella Ranieri Foundation, na Itália, em 2005. Participou da XXIV Bienal de São Paulo e expõe internacionalmente. Além disso, leciona e orienta artistas emergentes no Ateliê Fidalga, em São Paulo.

Foi um escultor brasileiro destacado pela combinação de formas geométricas simples como cilindros e cubos, em composições dinâmicas e orgânicas. A partir dos anos 1970, passou a trabalhar com mármore, explorando a luz para destacar o movimento de suas obras. Sua formação incluiu estudos em Buenos Aires e Paris, influenciado por mestres como Brancusi. Com importantes obras em espaços públicos e museus, teve um espaço permanente no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em 2000.

Em 1978, gradua-se pela Universidade Federal de Minas Gerais. Recebe bolsa de estudos da Fulbright Foundation em 1983 a 1986 doutorando-se pela John F. Kennedy University, San Francisco Art Institute e Universidade da Califórnia em Berkeley. Participa exposições coletivas: XV Bienal de Lausanne, 1993; VII Bienal da Polônia,1995; “Die Anderen Modernen”, Casa das Culturas do Mundo, Berlim,1997; II Bienal do Mercosul, Porto Alegre,1999; em 2000 expõem na VII Bienal de La Habana, Cuba, Bienal de São Paulo – 50 anos, São Paulo,“Século XX: Arte do Brasil”, e Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal. “Côte à Côte – Art Contemporain du Brésil ”, Musée d’Art Contemporain de Bourdeaux, França, 2001. I Bienal del aire livre, Caracas, 2005, I Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina, 2007, X Bienal do Mercosul, 2015, I Bienal Sur, Buenos Aires, Argentina, 2017.

Gessiron Alves Franco, conhecido como Siron Franco, nasceu em Goiás Velho, Goiás, em 1947. Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte, iniciou seus estudos de pintura em Goiânia, em 1960. Entre 1969 e 1971, frequentou ateliês em São Paulo e participou da exposição Surrealismo e Arte Fantástica. Em 1975, recebeu prêmio para uma viagem à Europa. Criador de monumentos públicos, entre 1985 e 1987 foi diretor de arte em documentários, destacando-se com o filme Xingu. Sua obra reflete questões sociais e culturais do Brasil.

É um artista e cineasta brasileiro, nascido em São Paulo, em 1966. Sua trajetória abrange diferentes campos da arte, como cinema, fotografia, vídeo e artes plásticas. Com uma linguagem visual contemporânea e experimental, Jungle explora temas como memória, identidade e o uso da tecnologia na arte. Seu trabalho é marcado pela experimentação com mídias diversas, buscando provocar reflexões sobre a relação entre o espectador e a obra. Já participou de exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como um dos artistas mais inovadores da cena contemporânea brasileira.

Foi uma das figuras centrais do modernismo brasileiro. Nascida em São Paulo, sua obra combinou influências europeias, como o cubismo, com elementos da cultura brasileira. Sua pintura Abaporu (1928) inspirou o movimento antropofágico, e obras como A Negra (1923) e Operários (1933) exploraram questões sociais e culturais do Brasil. Tarsila se destacou por sua capacidade de integrar modernidade e tradição, transformando a arte brasileira.

É um artista visual brasileiro que explora diversas mídias, como pintura, escultura, vídeo, fotografia e instalação. Sua obra, marcada por uma forte interação com a natureza, utiliza elementos como terra, água, fogo e ar para refletir sobre o tempo, a memória e as transformações do mundo natural. Pitta convida o espectador a contemplar a impermanência da existência, através de projetos que destacam o efêmero e o transitório da vida.

Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga, nasceu em 1952, em Palmares, Pernambuco, viveu e trabalhou no Rio de Janeiro.

Foi o primeiro artista contemporâneo a exibir sua obra na pirâmide do Louvre, além de ter participado de exposições como a Bienal de Veneza, em 1982, e Documenta de Kassel, em 1992. Hoje, o trabalho do artista está nos acervos do MoMA, em Nova York; do Museum of Fine Arts de Houston; do Centre Pompidou, em Paris; do Barcelona Museum of Contemporary Art, e da Tate Modern, em Londres.

Foi um escultor e artista plástico brasileiro, considerado um dos principais nomes da arte moderna no Brasil. Sua obra é marcada pela transição do academicismo para a linguagem moderna, com forte influência do movimento modernista. Brecheret trabalhou principalmente com esculturas em pedra e bronze, destacando-se por sua habilidade em dar volume e expressividade às formas. Foi responsável pela execução do monumento do Relógio da Praça do Patriarca, em São Paulo, e da escultura do Monumento às Bandeiras, em São Bernardo do Campo, ícones da arte pública no Brasil.

Foi um importante pintor, gravador e artista gráfico brasileiro, reconhecido por sua contribuição ao construtivismo e ao movimento Neoconcreto. Iniciou sua carreira na década de 1950 com pinturas abstrato-geométricas e, em 1954, fundou um estúdio de projetos gráficos com Hércules Barsotti. Após estudar na Europa, uniu-se ao Grupo Neoconcreto, explorando a relação entre plano e volume em sua série Objetos Ativos. Seu trabalho também incluiu cenografia e figurino, além de pesquisas com materiais como madeira e metal na década de 1980.

Foi um artista francês fundamental no movimento da arte contemporânea, conhecido por sua busca por uma arte imaterial e por seu desenvolvimento da cor monocromática, em particular o Azul Klein (IKB – International Klein Blue). Klein explorou o uso do corpo humano, a imaterialidade e o vazio em suas obras, criando performances e instalações que desafiavam os limites da arte tradicional. Ele também trabalhou com esculturas, fotografias e pinturas, e sua abordagem inovadora antecipou tendências da arte conceitual e minimalista.