Ana Maria Tavares: Campo Fraturado, SOS

Ana Maria Tavares: Campo Fraturado, SOS

25 maio 21 – 02 jan 22
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Como o próprio título indica, a obra tem relação com um pedido de socorro. A sigla SOS está escrita em braile, o que envolveria o tato para decodificar os pontos em relevo. A artista se vale de círculos de metal usados em sinalizações de pisos para alertar pessoas com deficiência visual sobre obstáculos. A mudança de escala dos sinais, num tamanho muito maior que o nosso corpo alcança, impede que a leitura ocorra completamente e, assim, é como se as palavras jamais pudessem ser compreendidas.

A inversão das coordenadas de orientação no espaço, ao colocar na vertical o piso tátil projetado para superfícies horizontais, pode gerar vertigem. E de fato o ambiente espelhado envolve e captura os espectadores que atravessam o corredor do museu. Nosso olhar é levado em movimentos espiralados para o interior de espaços imaginários e atordoantes.

As imagens reúnem uma espécie de paisagem construída com fotografias de minerais que se mesclam com grades e fragmentos de arquiteturas labirínticas. A partir da manipulação de imagens digitais é como se sobrevoássemos paisagens convertidas em fósseis que condensam tempos diferentes. Como se avistássemos do alto um território em ruínas, um mundo devastado. As linhas da pedra fotografada trazem a ideia de fratura, de colapso da natureza e da cultura.

As montagens fotográficas emolduradas são opacas, contrastam com o brilho do fundo, mas se integram ao conjunto distópico. Os elementos que apontam para a ideia de futuro são tratados pela artista como algo já sedimentado, como resto petrificado do passado. Em vez de promessa de felicidade, de crença num mundo melhor, a obra parece tratar da falência e da impossibilidade de salvação.

Cauê Alves
Curador

serviço

Projeto Parede - Campo Fraturado, SOS, instalação de Ana Maria Tavares

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Gratuidade para menores de 10 e maiores de 60 anos, pessoas com deficiência, membros do ICOM, AICA e ABCA com identificação, agentes ambientais, da CET, GCM, PM, Metrô e funcionários da linha amarela do Metrô, CPTM, Polícia Civil, cobradores e motoristas de ônibus, motoristas de ônibus fretados, funcionários da SPTuris, vendedores ambulantes do Parque Ibirapuera, frentistas e taxistas com identificação.