Helena Martins Costa: Por um fio

Helena Martins Costa: Por um fio

14 jun 12 – 16 dez 12
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Um jogo de projeções no teto do corredor de ligação do MAM apresenta a imagem de uma equilibrista caminhando num cabo de aço. A imagem está na mesma escala que o público, que vê a equilibrista de baixo e tem a nítida impressão de que há alguém passando sobre sua cabeça por toda a extensão do corredor.

Boa parte da ilusão de Por um fio é produzida pela sincronização dos movimentos da equilibrista e do público. A semelhança entre seus passos na projeção e os passos do visitante no corredor cria um jogo entre realidade e virtualidade no qual o observador pode partilhar da sensação de vertigem que o ato de caminhar por um fio provoca em muita gente.

Radicada em São Paulo, Helena Martins-Costa fala sobre Por um fio: “O título evoca a ideia de limite, de situação extrema, onde um frágil equilíbrio sustenta algo que está à beira do abismo. Essa situação sugere um risco enorme. É como se a cada instante fosse preciso interceder para evitar a queda que parece iminente. Para não cair durante a travessia, a equilibrista é convocada a uma dinâmica necessária e vital de compensação, sustentação e harmonização de forças antagônicas, externas e internas, que atuam sobre seu corpo e sua mente”.

No jogo entre o real e o virtual, a imagem da equilibrista é uma alegoria da sua própria condição. Afinal, o que pode cair? Quem caminha na imagem ou a própria imagem do caminhante?