A exposição comemorativa do centenário de nascimento de Arcangelo Ianelli reveste-se de especial emoção por se realizar no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o museu mais estimado pelo artista. Sua primeira exposição individual na instituição aconteceu pelas mãos de Mario Pedrosa, em 1961, e, a partir de 1969, ele participou de seis edições do Panorama de Pintura, sendo premiado em 1973. Em 1978, sua retrospectiva no museu recebeu o prêmio de melhor exposição do ano da ABCA – Associação Brasileira dos Críticos de Arte.
Ianelli foi um artista do fazer, obsessivamente dedicado ao métier, e intransigente quanto ao lugar da pintura. Tendo feito o percurso habitual de sua geração, realizou obras acadêmicas, seguidas por pinturas com acentos cezannianos, que foram se tornando cada vez mais sintéticas até o mergulho na abstração, que o encaminhou, sem volta, em busca da essência.
O partido curatorial adotado nesta retrospectiva foi o de privilegiar a coerência de sua obra, mostrando que, no jovem pintor de 1950, já está contido o artista de 1970; que o mural de 1975 abre caminho para a escultura dos anos 1990 e que, nesse momento, nascem também as grandes pinturas, realizadas até 2000. Para permitir ao visitante a compreensão desse processo, a mostra estabelece um percurso que se inicia com a produção dos anos 1970, retrograda até 1950 e volta traçando o percurso de 1960 a 2000. Assim é possível ver, ao mesmo tempo, todas essas vertentes nascendo umas das outras. A mostra também propõe revelar o processo de criação e execução do artista, trazendo para o público a intimidade de seu ateliê e revelando sua persistência e perfeccionismo.
Uma exposição é um trabalho que envolve muita gente. Meus agradecimentos aos filhos do artista, Katia e Rubens Ianelli; à diretoria do museu; à jovem e eficiente equipe da instituição, liderada por Cauê Alves, e a todos os demais colaboradores. Parte deles, como eu, conheceu pessoalmente o artista, mas, mesmo aqueles que não tiveram essa sorte, entregam ao público esta mostra igualmente encantados.
Salve, Ianelli!
Denise Mattar
Curadora
Vista da exposição "Ianelli 100 anos: o artista essencial", na sala Milú Vilela do MAM São Paulo. Foto: Bruno Leão
Vista da exposição "Ianelli 100 anos: o artista essencial", na sala Milú Vilela do MAM São Paulo. Foto: Bruno Leão
Vista da exposição "Ianelli 100 anos: o artista essencial", na sala Milú Vilela do MAM São Paulo. Foto: Bruno Leão
Vista da exposição "Ianelli 100 anos: o artista essencial", na sala Milú Vilela do MAM São Paulo. Foto: Bruno Leão
Vista da exposição "Ianelli 100 anos: o artista essencial", na sala Milú Vilela do MAM São Paulo. Foto: Bruno Leão
Curadoria: | Denise Mattar |
Abertura: | 14 de fevereiro de 2023, às 19h |
Período expositivo: | 14 de fevereiro de 2023 até 14 de maio de 2023 |
Local: | Museu de Arte Moderna de São Paulo (sala Milú Villela) |
Endereço: | Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3) |
Horários: | terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30) |
Telefone: | (11) 5085-1300 |
Ingresso: | R$25,00 inteira. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário. |
Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de SP, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.