George Leary Love, nasceu em 24 de maio de 1937 nos Estados Unidos. Formado em Matemática, filosofia, filosofia da arte, economia, informática, entre 1953 e 1956, estudou no Programa de Iniciação Precoce da Fundação Ford da Universidade de Atlanta e, entre 1960 e 1962, na Nova Escola de Pesquisa Social.
Entre 1957 e 1959, trabalhou como auxiliar no Programa dos Estados Unidos de assistência a universidades na Indonésia, com sede em Jacarta e atuando em todo o país. Em 1960, viajou para a Índia, Tailândia e Malásia.
Durante esse período, desenvolveu um fascínio pela fotografia, tendo registrado especialmente o monumento Borobudur, no centro-sul de Java. Após deixar o serviço governamental dos Estados Unidos, viajou pela Europa e se estabeleceu em Nova York. Nessa época, George Love começa a estudar fotografia e se torna membro, chegando a ser presidente [vice-presidente], da Associação dos Heliógrafos, um grupo americano que estabeleceu uma galeria de fotografia durante o renascimento do interesse pela fotografia como forma de arte nos anos 1960 e incluía nomes como Paul Caponigro, Minor White, Wynn Bullock, Walter Chappell, Larry Clark, Syl Labrot, entre outros.
Durante o mesmo período, organizou uma pequena equipe de campo de fotógrafos para o Comitê de Coordenação dos Estudantes Não Violentos, um grupo americano de direitos civis, com o objetivo de documentar as mudanças sociais nos Estados Unidos, operando a partir de Atlanta, Geórgia.
Entre 1961 e 1965, dividiu seu tempo entre Nova York e Atlanta, organizando e montando exposições para a Associação de Heliógrafos e apoiando o SNCC na produção de filmes educacionais sobre direitos eleitorais, no desenvolvimento de um arquivo de fotografias e entrevistas gravadas, entre outras atividades. Um dos frutos desse esforço foi a organização da exposição Now, na Escola de Estudos Visuais em Nova York, da qual o artista também participou.
Em 1962, viajou para o Brasil a fim de observar a construção de Brasília e, a partir dessa experiência, desenvolveu um interesse crescente pela América Latina.
Em 1966, se mudou para São Paulo, Brasil, e continuou trabalhando tanto na América Latina quanto em outras regiões. Seu trabalho se dividiu entre projetos editoriais e corporativos para publicidade e, nessa época, começa se concentrar no centro da cidade de São Paulo e na Bacia Amazônica. Durante quase dez anos, George Love se dedicou a documentar a bacia através de fotografia aérea de baixa altitude e também registrou o crescimento urbano de São Paulo.
Fez diversas experimentações com imagens fotográficas em espaços construídos, explorando transparência, movimento, óptica e fotoquímica, com especial interesse na durabilidade do processo colorido.
Por volta de 1981/1982, o artista colabora com o Studio 5, em São Paulo, na produção de imagens impressas de alta durabilidade. Em 1981, iniciou seu trabalho para a companhia de energia elétrica de São Paulo, que, na época, possuía um extenso arquivo fotográfico, iniciado nos anos 1890 e que continuou até cerca de 1950. A partir desse ponto houve um hiato na documentação, que estava ficando cada vez mais longo com o passar do tempo. O artista foi convidado para “preencher” essa lacuna com trabalhos produzidos entre 1966 e 1982 e para treinar um grupo documental na empresa, que se encarregaria de registrar o desenvolvimento da cidade até o ano 2000. Esse objetivo foi alcançado com a publicação de dois livros: um com trabalhos e outro no qual Love foi responsável pelos métodos de restauração utilizados.
De 1983 até seu falecimento, em 1995, George Love trabalhou em diversas áreas, focando principalmente em aumentar a versatilidade e reduzir os custos da fotografia e da comunicação visual em geral. Além disso, desenvolveu um interesse incipiente nas interações entre texto e imagem e também nas ciências físicas. Exemplos do trabalho nessa área incluem uma exposição que ilustrava trechos dos Diários de Franz Kafka e pesquisas extensivas no uso de filmes de pequeno formato e baixo custo, como o 110.