A imagem apresenta uma obra de arte abstrata e colorida, dividida em duas seções verticais, como se fossem duas páginas de um livro ou um díptico.

Seção da Esquerda:
Predomina um fundo rosa claro, que ocupa a maior parte da área. Sobre esse fundo, há uma grande forma abstrata e irregular em preto, que se estende verticalmente quase por toda a altura da seção. Esta forma preta tem contornos ondulados e orgânicos, lembrando uma silhueta ou um recorte abstrato. À direita da forma preta, e se conectando a ela em alguns pontos, há uma forma menor, também abstrata e orgânica, em um tom de rosa mais escuro (fúcsia ou magenta). Esta forma rosa mais escura se estende da parte inferior para o meio da seção, complementando a composição.

Seção da Direita:
Esta seção é dominada por um grande retângulo em um vibrante tom de magenta ou fúcsia. Este retângulo está emoldurado por uma borda vertical verde-esmeralda à esquerda e, discretamente, por uma borda branca nas outras extremidades. No centro do retângulo magenta, há outro retângulo menor em um tom de azul-cobalto intenso. Este retângulo azul, por sua vez, é emoldurado por uma linha fina e brilhante em amarelo-limão. Dentro do retângulo azul, há uma forma abstrata em branco, com contornos suaves e curvos, que lembra vagamente uma figura humana ou uma silhueta orgânica.

As duas seções estão lado a lado, com uma pequena separação no meio, e são caracterizadas por cores planas e formas recortadas, reminiscentes do estilo "cut-out" de Henri Matisse. A composição é ousada, com contrastes fortes de cores e uma sensação de movimento e equilíbrio através das formas abstratas.

Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade

04 out 25 – 07 dez 25 visite
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A mostra Do livro ao museu é composta, em sua maioria, por obras das décadas de 1940 e 1950, período de sedimentação da arte moderna e de espaços dedicados a ela, além de uma seleção criteriosa de livros adquiridos a fim de representar a produção moderna na coleção da Biblioteca Mário de Andrade nesse período. Obras raras e importantes, como Jazz, de Henri Matisse, ou Cirque, de Fernand Léger, são exemplares de grande relevância que colocaram artistas e pesquisadores brasileiros em contato com a produção modernista europeia.

A colaboração entre o MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade evidencia a produção nacional de álbuns e livros, e o início da produção gráfica artística, com edições de artista feitas quase inteiramente à mão, como a de Milton Dacosta, com guaches, ou Fantoches da meia-noite, de Di Cavalcanti, que combina impressões com aquarelas. A exposição chega até a criação dos primeiros livros produzidos com tiragem limitada e impressões de alta qualidade da coleção da Sociedade dos Cem Bibliófilos, conduzida pelo colecionador de arte Raymundo Castro Maya a partir de 1943.

A mostra abarca ainda obras da coleção do MAM São Paulo que remetem às tensões da produção moderna brasileira, que naquele período entra numa intensa disputa entre abstração e figuração, discussão presente na mostra inaugural do museu, Do figurativismo ao abstracionismo, em 1949. Sérgio Milliet, homenageado com seu autorretrato na mostra, sempre se posicionou a favor da experimentação livre da linguagem artística moderna, sem tomar um partido claro, o que deu margem a mal-entendidos. Do livro ao museu aborda também a emergência da vanguarda concretista na década de 1950, em oposição ao abstracionismo informal, observando os vários sentidos e direções que a arte moderna tomou no Brasil nesse período.

Embora a biblioteca e o museu tenham funções diferentes, historicamente nasceram juntos, compartilhando a missão de preservar, organizar e mediar conhecimentos. Ambos são mais que guardiões do patrimônio material e imaterial; são espaços de encontro e aprendizado, estimulando a pesquisa, a reflexão e a imaginação. Do livro ao museu integra as comemorações dos cem anos da Biblioteca Mário de Andrade, lembrando as origens em comum de ambas as instituições e abrindo caminhos para colaborações e parcerias futuras.

Cauê Alves e Pedro Nery
Museu de Arte Moderna de São Paulo

Você pode continuar sua visita na Hemeroteca da Biblioteca Mário de Andrade. O MAM São Paulo realiza a mostra Experiências fotográficas modernas do MAM São Paulo.

Veja como chegar


mídias assistivas
1. Do Livro ao Museu – Texto Adaptado
2. Lothar Charoux – Composicao
3. Sergio Milliet – Auto Retrato
4. Alberto da Veiga Guignard – Sem Título (1949)
5. Fernand Léger – Cirque
6. Henri Matisse – Jazz

Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade (Libras)
curadoria
Cauê Alves

É mestre e doutor em filosofia pela FFLCH USP. É professor do Departamento de Artes da FAFICLA, PUC-SP, e curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo. É autor de diversos textos sobre arte, entre eles, texto no catálogo da exposição Mira Schendel, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, e Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, Londres. É líder do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria da PUC-SP (CNPq). Entre 2016 e 2020, foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, MuBE. Em 2015, foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56ª Bienal de Veneza e, em 2011, foi curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).

Pedro Nery

É museólogo e curador. Formado em história e mestre em Museologia pela Universidade de São Paulo. Atuou como pesquisador e curador da Pinacoteca de São Paulo entre 2011 e 2019 destacando as retrospectivas: Rosana Paulino Costura da Memória (2018/19) e Marepe: Estranhamente Comum (2019). Atualmente é museólogo do MAM São Paulo, e está colaborando para a implantação do Centro de Memória do museu.

artistas
Arthur Luiz Piza
(São Paulo, SP, Brasil, 1928 – Paris, França, 2017)
Alberto da Veiga Guignard
(Nova Friburgo, RJ, Brasil, 1896 – Belo Horizonte, MG, Brasil, 1962)
Antonio Henrique Amaral
(São Paulo, SP, Brasil, 1935 – 2015)
Alexandre Wollner
(São Paulo, SP, Brasil, 1928 – 2018)
Candido Portinari
(Brodowski, SP, 1903 – Rio de Janeiro, RJ, 1962)
Carlos Prado
(São Paulo, SP, Brasil, 1908 – 1992)
Emiliano Di Cavalcanti
(Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1897 – 1976)
Frans Masereel
(Frans Masereel (Blankenberge, Bélgica, 1889 – Avignon, França, 1972))
Franz Weissmann
(Knittelfeld, Áustria, 1911 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2005)
Fayga Ostrower
(Lodz, Polônia, 1920 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2001)
Fernand Léger
(Argentan, França, 1881 – Gif-sur-Yvette, França, 1955)
Geraldo de Barros
(Chavantes, SP, Brasil, 1923 – São Paulo, SP, Brasil, 1998)
Hércules Barsotti
(São Paulo, SP, Brasil, 1914 – 2010)
Hélio Oiticica
(Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1937 – 1980)
Henri Matisse
(Cateau-Cambrésis, França, 1869 – Nice, França, 1954)
Iberê Camargo
(Restinga Seca, RS, 1914 – Porto Alegre, RS, Brasil, 1994)
Ivan Serpa
(Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1923 – 1973)
Jean Lurçat
(Bruyères, França, 1892 – Saint-Paul-de-Vence, França, 1966)
José Antônio da Silva
(Sales de Oliveira, SP, 1909 – São Paulo, SP, 1996)
José Pancetti
(Campinas, SP, 1902 – Rio de Janeiro, RJ, 1958)
Lothar Charoux
(Viena, Áustria, 1912 – São Paulo, SP, Brasil, 1987)
Lygia Pape
(Nova Friburgo, RJ, Brasil, 1927 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2004)
Marc Chagall
(Vitebsk, Bielorrússia, 1887 – Saint-Paul-de-Vence, França, 1985)
Maria Martins
(Campanha, MG, Brasil, 1894 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1973)
Manuel Martins
(São Paulo, SP, 1911 – 1979)
Marcelo Grassmann
(São Simão, SP, Brasil – 1925 – São Paulo, SP, Brasil, 2013)
Milton Dacosta
(Niterói, RJ, Brasil, 1915 – Rio de Janeiro, RJ, 1988)
Mick Carnicelli
(Salermo, Itália, 1893 – São Paulo, SP, Brasil, 1967)
Odilla Mestriner
(Ribeirão Preto, SP, Brasil, 1928 – 2009)
Samson Flexor
(Soroca, Moldávia, 1907 – São Paulo, SP, Brasil, 1971)
Sérgio Milliet
(São Paulo, SP, 1898 – São Paulo, SP, 1966)
Sonia Ebling
(Taquara, RS, Brasil, 1918 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2006)
Thomaz Farkas
(Budapeste, Hungria, 1924 – São Paulo, SP, Brasil, 2011)
serviço
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