A imagem é uma fotografia em preto e branco com um estilo abstrato e geométrico, parte da série "Fotoformas" de Geraldo de Barros. Ela apresenta uma composição dominada por linhas escuras e claras, criando um padrão intrincado que lembra uma estrutura arquitetônica ou uma grade. A maior parte da imagem é preenchida por um fundo branco brilhante, que sugere um céu ou uma área de iluminação intensa. Sobre este fundo, há uma complexa rede de linhas pretas, que representam a estrutura. As linhas pretas se organizam em várias direções: Linhas Horizontais: Existem várias linhas horizontais paralelas, criando faixas ou níveis na composição. Algumas dessas linhas parecem mais grossas e contínuas, enquanto outras são mais finas. Linhas Verticais: Inúmeras linhas verticais finas cortam as horizontais, formando uma grade de retângulos ou quadrados, como se fosse uma janela, um teto de vidro ou uma ponte vista de baixo. Formas Diagonais e Irregulares: No canto inferior esquerdo e se estendendo para o centro da imagem, há um conjunto de formas pretas mais grossas e irregulares, com contornos orgânicos e curvos. Elas se cruzam e se conectam, criando a impressão de suportes, vigas ou elementos estruturais mais robustos que se destacam da grade mais fina. Estas formas maiores têm uma qualidade quase escultural, contrastando com a rigidez das linhas retas. A composição brinca com o espaço positivo (as formas pretas) e o espaço negativo (o fundo branco), e a imagem transmite uma sensação de profundidade e perspectiva, como se estivéssemos olhando através de uma estrutura complexa contra uma luz intensa. É uma fotografia que explora a geometria e a abstração através da arquitetura.

Fotografia e vanguarda do MAM São Paulo

04 out 25 – 07 dez 25 visite
futuras
futuras
sobre

A fotografia – em especial as experiências fotográficas modernas – está bem representada na coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Artistas como Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), Geraldo de Barros (1923-1998) e Thomaz Farkas (1924-2011), entre os anos 1940 e 1950, momento da institucionalização da arte moderna no Brasil, são centrais na renovação da linguagem fotográfica.

A discussão sobre figuração e abstração que dominava a arte do período se manifesta no trabalho de Geraldo de Barros, em especial na série Fotoforma, da década de 1950, em que ele utiliza técnicas de solarização, manipulação e sobreposição de fotogramas. Sua obra se aproxima das vanguardas construtivas, do cubismo e do abstracionismo.

O olhar de Thomaz Farkas enquadra o espaço urbano a partir de formas geométricas e com ângulos até então não usuais. Sua fotografia aponta para a quebra dos padrões tradicionais de composição ao eleger como tema o cotidiano de grandes centros urbanos como São Paulo, criando imagens que se situam entre o documental e o geométrico extraído da própria referência urbana brasileira.

Já Alberto da Veiga Guignard, em vez de se aproximar da arte construtiva geométrica, olha para as tendências surrealistas, trazendo discussões sobre o real e o imaginário, o consciente e o inconsciente, a partir de fotomontagens que se abrem para um universo místico e distante do racionalismo. Mais que mero registro, as experiências fotográficas modernas são um modo de imaginar e inventar outras maneiras de se relacionar com o mundo.

Você pode continuar sua visita na Biblioteca Mário de Andrade. O MAM São Paulo, em parceria com a BMA, realiza a mostra Do livro ao museu, na sala Tula Pilar Ferreira. A mostra aborda o processo de sedimentação da arte moderna no Brasil, tanto a partir de livros e edições de artistas quanto de pinturas, gravuras e esculturas que revelam o debate entre figuração e abstração na metade do século 20.

Cauê Alves e Pedro Nery
Museu de Arte Moderna de São Paulo


mídias assistivas
Alberto da Veiga Guignard – Sem Título (1949)

Fotografia e vanguarda do MAM São Paulo
curadoria
Cauê Alves

É mestre e doutor em filosofia pela FFLCH USP. É professor do Departamento de Artes da FAFICLA, PUC-SP, e curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo. É autor de diversos textos sobre arte, entre eles, texto no catálogo da exposição Mira Schendel, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, e Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, Londres. É líder do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria da PUC-SP (CNPq). Entre 2016 e 2020, foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, MuBE. Em 2015, foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56ª Bienal de Veneza e, em 2011, foi curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).

Pedro Nery

É museólogo e curador. Formado em história e mestre em Museologia pela Universidade de São Paulo. Atuou como pesquisador e curador da Pinacoteca de São Paulo entre 2011 e 2019 destacando as retrospectivas: Rosana Paulino Costura da Memória (2018/19) e Marepe: Estranhamente Comum (2019). Atualmente é museólogo do MAM São Paulo, e está colaborando para a implantação do Centro de Memória do museu.

serviço
Exposição:
Local:
Curadoria:
Período expositivo:
Entrada: