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curso online | Moquém_Surarî: caminhos de uma exposição de arte indígena contemporânea com Jaider Esbell e Paula Berbert
01 out 21 - 08 out 21 - das 19h às 21h por videoconferência
Inscrições encerradas

Público: interessados em geral 
Duração: 06 encontros
Investimento: R$ 480,00 em até 4 parcelas
As aulas acontecem ao vivo via plataforma Zoom
Aulas gravadas disponibilizadas apenas por tempo determinado
Curso contempla certificado no final

Inscrições encerradas

O curso pretende realizar um estudo de caso sobre a exposição Moquém_Surarî, atualmente em cartaz no MAM. Compartilharemos os caminhos de organização da mostra, o processo de constituição de seu argumento curatorial para abordar questões relativas à emergência da Arte Indígena Contemporânea (AIC) no Brasil, suas implicações e as potências políticas em um contexto de encontro entre mundos e sistemas de arte. Apresentaremos os núcleos a partir dos quais a exposição foi estruturada, bem como a produção de artistas e coletivos indígenas que compõem o projeto, analisando elementos das poéticas de seus trabalhos, bem como suas lutas políticas enquanto participantes indissociáveis de suas comunidades de origem.

Serão apresentadas ainda as pesquisas e práticas de propositoras/es, seus percursos individuais e conjuntos no sistema da Arte Indígena Contemporânea, com ênfase em suas ações a partir da Galeria Jaider Esbell de Arte Indígena Contemporânea, localizada em Boa Vista – RR.

Programação

Aula aberta gratuita no YouTube do MAM dia 22/09 às 19h

Aula 01 | (01/10) Pandon de Surarî: o sistema próprio da Arte Indígena Contemporânea

Na primeira aula do curso nos dedicaremos a pensar sobre anterioridade histórica e a autonomia ontológica do sistema da arte indígena contemporânea. Para isso nos centraremos na análise na história antiga makuxi sobre o moquém – o Pandon de Surarî –, que nos serviu de fundamento para a construção do argumento curatorial da exposição Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea. A partir daí buscaremos responder uma pergunta recorrente: por que Arte Indígena Contemporânea e não Arte Contemporânea Indígena? Buscaremos refletir as diferenças implícitas na ordem desses termos, bem como sobre os desafios colocados pelo encontro entre mundos e seus respectivos sistemas de arte.

Aula 02 (04/10) Artes, xamanismos: tecnologias indígenas para conexão com a terra

Neste encontro nos dedicaremos a pensar sobre o xamanismo com a matriz do sistema próprio da arte indígena. Analisaremos as maneiras pelas quais as tecnologias ancestrais de relação com a terra e com as forças extra-humanas compõem os trabalhos apresentados em Moquém_Surarî, destacando as obras de Daiara Tukano, Isael Maxakali, Rita Huni Kuin, Sueli Maxakali e Yaka Huni Kuin.

Aula 03 | (05/10) Artivismos em Moquém_Surarî

Neste encontro abordaremos a característica essencialmente artivista da Arte Indígena Contemporânea, sua relação indissociável com a valorização dos conhecimentos tradicionais, a defesa dos direitos indígenas e ambientais, bem como a luta pelo protagonismo e autonomia. Trataremos dessas questões a partir da análise dos trabalhos que Denilson Baniwa, Arissana Pataxó, Dalzira Xakriabá e Nei Xakriabá estão apresentando em Moquém_Surarî.

Aula 04 (06/10) Vacas nas Terras de Makunaimî: a história de uma série coletiva de arte indígena contemporânea

O terceiro encontro visa refletir sobre a série coletiva Vacas nas Terras de Makunaimî: de malditas a desejadas, que é um dos núcleos estruturantes de Moquém_Surarî. Analisaremos as obras de Amazoner Arawak, Bartô, Carmézia Emiliano, Diogo Lima, Isaias Miliano, Jaider Esbell, Luiz Matheus e Mario Flores, que compõem esse conjunto. Apresentaremos a história das articulações dessxs artistas, com ênfase nas ações e no acervo da Galeria Jaider Esbell de Arte indígena Contemporânea (Boa Vista – RR). E destacaremos ainda as conexões entre a série coletiva das Vacas nas Terras de Makunaimî e os trabalhos de Gustavo Caboco e Vernon Foster.

Aula 05 (07/10) Alianças afetivas, txaísmo: práticas curatoriais da Arte Indígena Contemporânea

Nessa sessão trataremos do conceito de txaísmo, cunhado por Jaider Esbell, e as formulações de Ailton Krenak sobre as alianças afetivas como balizas curatoriais que estruturaram a proposta de Moquém_Surarî. A partir da análise de algumas das obras destes dois artistas que estão apresentadas na exposição, refletiremos sobre a urgência e a possibilidade de produzirmos novas formas de encontro entre mundos. Nesse sentido abordaremos a arte indígena contemporânea como uma metodologia de educação anti-colonial, capaz de expandir subjetividades e produzir experiências comuns.

Aula 06 (08/10) Moquear [n]um museu de arte moderna

No último encontro nos guiaremos pelas seguintes questões: Quais são os desafios que Arte Indígena Contemporânea coloca para os museus ocidentais? Inversamente, como as práticas usuais e as narrativas hegemônicas dessas instituições podem se constituir como armadilhas na circulação dos artistas indígenas? Quais são as perspectivas colocadas pela reunião desses diferentes sistemas de arte de agora em diante, no tempo da urgência ecológica e dos protagonismos indígenas?

Jaider Esbell

Artista multimídia e curador independente do povo Macuxi. A cosmovisão de seu povo e a vida cotidiana nas Amazônias compõem a poética de seu trabalho que se desdobra em desenhos, pinturas, vídeos, performances, textos e proposições curatoriais.  Definindo seus fazeres como artivismo, as pesquisas de Esbell combinam discussões interseccionais entre arte, ancestralidade, espiritualidade, história, memória, política e ecologia. Tem destaque suas elaborações sobre o txaísmo – modo de tecer relações de afinidades afetivas nos circuitos interculturais das artes pautadas pelo protagonismo indígena. Realiza práticas de arte-educação em comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e urbanas periféricas, atuando especialmente em articulações junto a artistas indígenas da região circumroraimense a partir de sua galeria de arte indígena contemporânea na cidade de Boa Vista – RR. Desde 2010 tem circulado por diversas exposições no Brasil e no exterior.  Em 2016 ganhou o Prêmio Pipa categoria online. Em 2020 participou de Véxoa: nós sabemos, mostra coletiva de arte indígena na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2021 foi curador de sua própria exposição individual Apresentação : Ruku, na Galeria Millan em São Paulo. É artista convidado da 34ª Bienal de São Paulo e curador do projeto Moquém_Surarî, exposição de arte indígena contemporânea, atualmente em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Paula Berbert

Antropóloga e produtora. É coordenadora de projetos na Galeria Jaider Esbell de Arte Indígena Contemporânea. Atua nos campos da curadoria e mediação intercultural, articulando iniciativas de artistas e cineastas indígenas aos sistemas ocidentais de arte e cinema. Tem experiência em comunidades pedagógicas formais e não-formais, especialmente nos temas da arte-educação e artivismo, dos direitos humanos e socioambientais, questões indígenas, feministas e decoloniais. É mestre em Antropologia (UFMG) e especialista em Estudos e Práticas Curatoriais (FAAP). Atualmente faz doutorado no Programa de Pós-graduação em Antropologia da USP, onde realiza pesquisa sobre arte indígena contemporânea.

Dúvidas:
cursos@mam.org.br
WhatsApp: 11 99774 3987

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