O que aconteceu em junho de 2013? As manifestações públicas que sacudiram o Brasil no último ano permanecem inexplicadas. A força política das dezenas de milhares de cidadãos que ocuparam os espaços públicos com múltiplas reivindicações escapa às formas tradicionais de representação coletiva. Dia após dia, as ações reapareciam em novas cidades, fossem grandes, médias ou pequenas, sempre de modo imprevisível.
Entretanto, todas tiveram em comum uma nova forma de mobilização: as redes sociais. Essas ferramentas de comunicação virtual são descentralizadas e fogem ao controle, usando o anonimato e o redirecionamento como instrumentos de multiplicação da informação. Assim, as manifestações iniciadas em junho aproximaram o Brasil de fenômenos políticos semelhantes ocorridos em outros lugares do mundo, como a Primavera Árabe. A mobilização política por meio da comunicação virtual está, de fato, abalando as formas de poder constituído.
A linguagem usada para a mobilização por meio das redes sociais também é nova: frases curtas, endereços de manifestação, temas agregadores muito sintéticos. As palavras de ordem adaptam-se ao formato das redes sociais, tirando proveito das plataformas de comunicação virtual existentes. A rede social mais sintética é o Twitter, que aceita no máximo 140 caracteres por mensagem. Assim, a escala da linguagem no Twitter torna-se o fio condutor desta exposição.
Foram selecionadas 140 obras da coleção do MAM para tematizar a mobilização política. Na Grande Sala do museu, as obras estão organizadas como numa paisagem urbana, tendo como centro a máscara, instrumento recorrente nas manifestações. A partir das máscaras, o tema da identidade pessoal diluída na multidão vai aparecendo nas demais obras. As peças que mostram a paisagem urbana criam a circunstância das manifestações, situando os recentes acontecimentos. Por outro lado, na Sala Paulo Figueiredo, gera-se um contraste com as formas anteriores de protesto político no Brasil, durante a Ditadura Militar, iniciada com o Golpe de 64, que completa cinquenta anos no período desta exposição.
140 Caracteres é o resultado do primeiro Laboratório de Curadoria realizado pelo setor Educativo do MAM. A curadoria é compartilhada pelos vinte alunos do curso, que também dividiram a autoria das legendas comentadas das 140 obras expostas. A mostra é o resultado de um ano de debates entre pessoas de formações diferentes, que identificaram, como interesse comum, as novas formas de ação política. Assim, a autoria da exposição também se dilui num coletivo, assumindo a força da mobilização sem líderes.
140 caracteres – Grande Sala e Sala Paulo Figueiredo
Curadoria coletiva
Coordenação: Felipe Chaimovich
Abertura: 28 de janeiro de 2014 (terça-feira), a partir das 20h
Visitação: até 16 de março de 2014
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3)
Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
tel (11) 5085-1300
Entrada gratuita
Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e e-mail:
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Estacionamento no local (Zona Azul: R$ 3 por 2h)
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante / café
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