agenda

Laboratório de movimento e expressão com Fábio Tremonte e Filipe dos Santos Barrocas
04 mar 22 – 25 mar 22

 

Antes de se perguntar como “volta” o corpo a operar e funcionar em modo presencial depois de quase dois anos de crise sanitária, devemos perguntar: que corpo é este? O que mudou depois desta experiência? Ficou de fato provado que é possível, em questão de semanas, suspender, em todo o mundo e ao mesmo tempo, um sistema econômico que até então se dizia ser impossível desacelerar ou redirecionar. A partir de pequenos gestos, acoplados uns aos outros, em exercícios corporais de movimento e não movimento, aguçaremos nossa percepção em relação ao tempo, o espaço, o entorno e os outros. Em experiências individuais e coletivas de registros escritos e artísticos sobre a tentativa de suspender estruturas do velho sistema reprodutivo.

 

Programa dos encontros

1. Suspensão: O tempo é relativo, exercícios para estender o tempo: Corpo coletivo, mover para conhecer (sem apresentação) manter a mesma distância de três corpos diferentes; caminhar em grupo o mais lentamente que conseguir, até se afastar do grupo, caminhando em diferentes direções no parque, e voltar à praça da paz caminhando normalmente; escrita automática.

2. Preferiria não: Eu sou o outro, exercícios de mimese: Corpo coletivo, mover reproduzindo o movimento do outro, seguir alguém desconhecido sem que este se aperceba que está sendo seguido, até se afastar do grupo, voltar em direção à praça da paz reconectando ao grupo, coreografia do reencontro; escrita automática.

3. Gestos barreira: Coreografia urbana, exercícios para o todo: Hoje começa quando sair de casa e trancar a porta de casa, deslocamento em estado de atenção aos gestos barreira; escrita automática ao chegar à sala; relato ao grupo; recriação dos relatos pelos outros; reprodução de gestos barreira no parque.

4. Compor-com: Natureza e paisagem, exercícios de construção: produção de “cupinzeiros” de argila na Praça da Paz. Apresentação e conversa em grupo.

 

inscrições aqui

 

Fábio Tremonte, artista e curador. Bacharel, mestre e doutorando em artes visuais na Escola da Comunicações e Artes de Universidade de São Paulo. Escolhi a arte pela possibilidade de não precisar me tornar um especialista. Cozinheiro de manhã, antropólogo de tarde, DJ de noite, e assim por diante. Percorro trajetos atravessados pela culinária, antropologia, pedagogia e termino sempre na pista de dança. Busco nos encontros pensar em possibilidades inter-, trans-, pós-, e in-disciplinaridades e também nos vários mundos que habitam esse mundo e nas relações entre plantas, animais e outros que-não-humanos. Mantenho projetos de duração imprevista: valderramas_project, Deriva culinária, Escola da Floresta, Práticas Compartidas, processos de formação de zonas comunitárias difusas. Junto gente para fazer junto, mas isso não é tudo. Recentemente, comecei a fazer tapeçaria. Em 2021, criei [em pareceria com Mônica Hoff] o pedagogia em público. Nesse mesmo ano, sou curador do programa pedagogías infinitas de Aeromoto, na Cidade do México. Prefiro escrever em portunhol.

Filipe dos Santos Barrocas, artista, pesquisador e arquiteto. Mestre e doutorando em artes visuais na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Vive e trabalha em São Paulo desde 2010 e o trabalho que vem desenvolvendo resulta da intersecção das disciplinas da sua formação, a arquitetura e a fotografia, com as artes performativas e o design gráfico. A pesquisa de mestrado sobre o fotográfico foi orientada por Mario Ramiro e publicada com o prêmio ProAC 2014 na edição de autor O corpo neutro. Participou da 2a mostra da 27a edição do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, do 8o prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia de Belém do Pará, da 26a edição do festival Encontros da Imagem de Braga, Portugal, e da exposição coletiva “Chama Plural”, no Consulado Geral de Portugal em São Paulo. Fez parte do grupo de estudos, coletivo de dança, entre 2017 e 2018. Conduziu oficinas em diversas instituições, foi artista orientador no Programa Vocacional da Secretaria Municipal de Cultura em 2020 e lecionou na graduação da ECA em 2014, 2017 e 2020.

 

Atividade presencial, para professoras(es), educadoras(es), pesquisadoras(es), estudantes e artistas.

Para intérprete de Libras, solicitar pelo e-mail educativo@mam.org.br com até 48hs de antecedência.

 

Essa atividade faz parte do programa Contatos com a arte e do eixo educativo Arte e Ecologia.