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29 jan 14 – 16 mar 14
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A arte de mobilizar

Cento e quarenta toques, 140 obras, vinte curadores, um coordenador, número de seguidores desconhecido. Esse é o saldo de um ano de trabalho realizado no Laboratório de curadoria do MAM

A ideia de desvendar os mistérios da curadoria de uma exposição partiu da iniciativa conjunta do Departamento de Curadoria e do Setor Educativo do MAM. Inédito em um museu, o curso foi ministrado pelo próprio curador do MAM, Felipe Chaimovich, que desenvolveu para ele um método baseado no estruturalismo de Claude Lévi-Strauss, no legado curatorial de Harald Szeemann e no princípio dialético do pensamento por opostos.

Segundo Felipe Chaimovich, ao propor uma experiência prática, o curso se diferenciou de outros cursos de curadoria expositivos e historicizantes. Adotado como ferramenta pedagógica, o método dialético permitiu que o processo fosse concluído com a realização de uma curadoria efetivamente coletiva.

Trabalhando individualmente e em grupo, os vinte alunos do Laboratório de curadoria escreveram e reescreveram textos até conseguirem expressar claramente seu desejo comum: organizar uma exposição com obras na coleção do MAM que incitassem a reflexão sobre a mobilização política por meio de redes sociais.

A mostra 140 caracteres surgiu desse desejo coletivo e da participação do grupo em todas as etapas do processo de realização, da pesquisa no acervo à concepção da museografia, da ação educativa à captação de recursos, da produção de legendas às estratégias de marketing. Inserindo-se nos diversos setores do MAM, os alunos do Laboratório aprenderam na prática como se faz uma exposição.

As 140 obras estão dispostas nas duas salas expositivas. Na Grande Sala, quatro módulos da Máquina curatorial do argentino Nicolás Guagnini servem de suporte a retratos e máscaras produzidas por diversos artistas da coleção do MAM, numa clara alusão às formas de representação adotadas em manifestações públicas recentes. Instalações de grandes dimensões, como Uma vista, de Cassio Vasconcellos, ou O telhado, de Marepe, dividem o espaço formando uma espécie de paisagem urbana.

Na Sala Paulo Figueiredo, o cenário é mais político. Um painel com imagens do tempo da ditadura e a piscina de cachaça e entulho que compõe a Transestatal, de Marcelo Cidade, criam o ambiente perfeito para o público tirar fotos na obra Problemas nacionales, de Jonathas de Andrade (ver Perfil contemporâneo).

No saguão do MAM, mais exatamente no novo balcão, está funcionando o Café educativo de Jorge Menna Barreto, obra em que o visitante pode fazer uma pausa para tomar café, folhear uma revista e, principalmente, conversar sobre arte com o educador do MAM que estiver por perto. Afinal, se a ideia é discutir mobilização, nada melhor do que fazer isso num lugar concebido especialmente para promover a integração.

Felipe Chaimovich analisa o resultado: “Após a decisão sobre a curadoria da exposição e a escolha das 140 obras, os alunos puderam trabalhar pela exposição nos setores no museu. Isso diferencia o Laboratório de curadoria de outros cursos similares, além de desafiar os profissionais desses setores do MAM a se integrarem num curso do museu”.

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