Se os lugares importam, deslocar-se é se transformar – sem, no entanto, apagar os rastros do que já se foi. A arte, nesse contexto, é um campo privilegiado para apreender as camadas de tradução, opacidade, atrito e reinvenção que marcam o movimento de pessoas, formas e histórias. Foi com esse olhar que se iniciou a colaboração entre o Instituto Tomie Ohtake e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo), num momento em que a coleção do museu paulista se coloca em circulação pela cidade e enquanto o Instituto Tomie Ohtake preparava uma exposição dedicada à obra de Édouard Glissant. Logo começamos a conversar sobre o quanto a coleção do MAM São Paulo carrega marcas da demografia heterogênea do país e de sua maior metrópole; sobre como a história de nossas instituições é definida por trânsitos e mutações; e sobre como tanto modernidade quanto contemporaneidade estão imbuídas de legados de trocas e disputas entre territórios, linguagens e pessoas.
Glissant usava a expressão aqui-lá para sublinhar que “aqueles que estão aqui vêm sempre de um ‘lá’, da vastidão do mundo”. Seu foco era afirmar que cada pessoa e comunidade carregam rastros de outras paisagens, línguas e culturas, e que por isso nenhum lugar é homogêneo ou pode ser compreendido como uma unidade coerente. Para o poeta, ao contrário do que alguns afirmam, a diversidade resultante dos movimentos entre territórios enriquece a experiência dos lugares, colocando-os em relação com todas as línguas e lugares do mundo. Partindo dessa premissa, a exposição propõe um exercício de escuta e aproximação, em que as obras da coleção do MAM são reunidas a partir do cruzamento de rastros – ora em ressonância, ora em desvio. Mais do que ilustrar deslocamentos, as obras os incorporam como matéria, gesto e pensamento.
A exposição se estrutura em dois núcleos, distribuídos em salas distintas, cada qual tensionando, à sua maneira, os modos de estar no mundo a partir da experiência do deslocamento e da relação com o outro. As obras presentes no espaço entre as salas introduzem algumas formas fundamentais dessa tensão: o texto, o mapa, e o isolamento.
A primeira sala reúne obras marcadas por travessias físicas e simbólicas – migrações, diásporas, exílios, deslocamentos voluntários ou forçados, externos ou internos. Essas obras não apenas tematizam o movimento, mas o incorporam em suas matérias, gestos e construções formais. Elas apontam para as dinâmicas geopolíticas, afetivas e institucionais que moldam quem pode ou não circular, permanecer ou retornar. Aqui, o deslocar-se é compreendido como experiência complexa, feita de perdas, reinvenções e resistências.
A segunda sala se volta para as tensões entre corpo, território e identidade. Reúne obras que elaboram, por meio de imagens, superfícies e símbolos, processos de afirmação individual e coletiva – modos de inscrever a presença em contextos marcados por silenciamento, normatividade ou violência. Essas obras não se pretendem fixas ou ilustrativas: tratam de negociações sempre em curso, onde o corpo se torna lugar de disputa e de criação de sentido.
Cada uma dessas salas é orientada por uma obra que, em sua forma, já enuncia a instabilidade das fronteiras. Em uma, a multiplicidade de bandeiras de diferentes cidades brasileiras, de um mesmo estado, revela o caráter fragmentado e imaginativo dos signos cívicos que organizam o espaço nacional. Em outra, os retratos de pessoas em condição migrante – vendedores ambulantes que falam outras línguas, portam outros gestos, e vivem a precariedade de quem não pôde permanecer onde pertencia – tornam visível uma face cotidiana e estrutural da exclusão.
Essas duas entradas não apenas introduzem os núcleos da exposição, mas também operam como dispositivos de leitura que colocam em relação o que se verá a seguir: deslocamentos e afirmações, mapas e corpos, simetrias e tensões, ausências e resistências. Ao caminhar entre as salas, o visitante é convidado a perceber como a arte – e as coleções – podem se tornar campos sensíveis, em que ecos do “lá” se inscrevem no “aqui”, e onde o entre-lugar se faz espaço de sentido.
Ana Roman, Cauê Alves, Gabriela Gotoda e Paulo Miyada Curadores
Acessibilidade
Disponibilização de catálogos em versão digital que pode ser processada por sistemas de leitura e ampliação de tela (clique aqui para acessar as publicações); recursos de audioguia com audiodescrição e videoguia em Libras com legendas em português nas exposições;
ferramenta de Libras digital por meio da tecnologia Hand Talk e ferramenta de controle de fonte e cor para pessoas com baixa visão na visita ao site;
utilização de legendas descritivas e texto alternativo nas postagens nas redes sociais, com a hashtag #DescriçãoDoVideo e hashtag #PraTodoMundoVer;
Disponibilização de materiais táteis e multissensoriais das obras do acervo
Além das medidas acima, é possível agendar com o Educativo visitas mediadas gratuitas com educadores para público surdo, com deficiência visual, com deficiência física, intelectual e usuários de equipamentos de saúde mental e em situação de vulnerabilidade social e horários alternativos planejados para atendimento de público dentro do Transtorno do Espectro Autista de acordo com as características distintas de cada sujeito pensadas em relação a: socialização, sensorialidade, comunicabilidade e autonomia. solicitar pelo e-mail educativo@mam.org.br
Intérprete de libras e Audiodescrição ao vivo nas atividades quando solicitado com até 48h de antecedência solicitar pelo e-maileducativo@mam.org.br
Em certas atividades, poderão ser oferecidas medidas adicionais de acessibilidade, que estarão indicadas nos materiais de divulgação.
artistas
Anna Bella Geiger
(Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1933)
Anna Bella Geiger nasceu no Rio de Janeiro, RJ, Brasil (1933). Formada em Língua e Literatura Anglo-Germânicas pela UFRJ. Sua obra articula suportes como colagem, gravura, instalação e vídeo. A artista foi uma das pioneiras da abstração no Brasil e, a partir dos anos 1970, passou a desenvolver uma produção marcada pelo uso de mapas, diagramas e imagens para investigar como discursos geográficos constroem identidades, territórios, centros e margens, revelando relações de poder e dominação cultural. Destacam-se suas exposições panorâmicas recentes Aqui é o centro, no MAM-Rio (2019), e Brasil nativo/Brasil alienígena, no MASP (2020). Participou de coletivas como Verboamérica, no MALBA, Argentina (2017), a 16ª Bienal de Istambul, na Turquia (2019), e Pop Brasil, na Pinacoteca de São Paulo (2025).
Carla Zaccagnini
(Buenos Aires, Argentina, 1973)
Carla Zaccagnini nasceu em Buenos Aires, Argentina (1973). Atua como artista visual, curadora e escritora. Formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (1995) e realizou um mestrado em Poéticas Visuais na ECA-USP (2004). Sua obra aborda temas como crítica institucional, deslocamento cultural, iconoclasia simbólica, linguagem e memória, com uso e recontextualização de arquivos, documentos e narrativas históricas. Trabalha com desenho, instalação, texto e vídeo. Realizou as individuais Reação em cadeia com efeito variável no MUSAC, León, Espanha (2010), e Elementos de beleza: um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá, no MASP (2019). Participou da 28ª e 34ª Bienal de São Paulo — nesta última como curadora convidada.
Emmanuel Nassar
(Capanema (PA), 1949 – )
Emmanuel Nassar nasceu em Capanema, PA, Brasil (1949). Graduado em Arquitetura pela UFPA (1974), formação que, segundo o artista, se desdobrou em um forte senso de espacialidade pictórica para seu trabalho. A partir do repertório visual paraense, rearticula símbolos como bandeiras, mapas e logomarcas populares, tensionando com humor e crítica os limites entre a arte erudita e a cultura de massa. Suas obras combinam cores vibrantes, estruturas geométricas e materiais do cotidiano em suportes como escultura, instalação e pintura. Destacam-se suas mostras individuais EN: 81–18 na Estação Pinacoteca (2018) e Lataria espacial no MAM São Paulo (2024). Representou o Brasil na 45ª Bienal de Veneza (1993), participou da 20ª e 24ª Bienal de São Paulo (1989, 1998) e de diversas edições do Panorama da Arte Brasileira (1980,1989,1993).
Hudinilson Júnior
(São Paulo, SP, Brasil, 1957 – 2013)
Hudinilson Júnior nasceu e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (1957–2013). Formado em Artes Plásticas pela FAAP (1977), foi pioneiro no uso da xerox como suporte artístico no Brasil. Seu trabalho, profundamente marcado por essa técnica, articula temas como autorrepresentação, homoerotismo e crítica institucional. Fundou o coletivo 3NÓS3 (1979-1982), que é conhecido por suas ações transgressoras no espaço público durante a ditadura militar. Atuou na Pinacoteca de São Paulo como arte-educador e curador, além de coordenar o Centro de Xerografia (1975–1981). Na mesma instituição, teve sua grande exposição retrospectiva e panorâmica Explícito (2020). Também participou da 16ª e 18ª Bienais de São Paulo (1981, 1985), da 3ª Bienal do Mercosul (2001), e dos Panoramas da Arte Brasileira (1980, 1984).
Ivens Machado
(Florianópolis, SC, Brasil, 1942 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2015)
Ivens Machado nasceu em Florianópolis, SC, Brasil (1942), e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, Brasil (2015). Iniciou sua trajetória com obras em papel e vídeos experimentais nos anos 1970, marcados por temas como sexualidade, violência e poder. A partir da década seguinte, voltou-se à escultura e à instalação. Passou a utilizar materiais da construção civil como concreto, cacos de vidro e vergalhões para criar formas brutas e ambíguas, inspiradas na arquitetura vernacular brasileira e nas tensões do corpo humano, desde a agressividade até o erotismo. Destacam-se suas retrospectivas Ivens Machado, no Musée d’Art Contemporain de Nîmes, França (2025), e Ivens Machado, no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil. Também participou das 12ª, 13ª, 16ª e 22ª Bienais de São Paulo (1973, 1975, 1981, 1994).
Foto: Rodrigo Trevisan/Divulgação
Judith Lauand
(Pontal, SP, Brasil, 1922 – São Paulo, SP, Brasil, 2022)
Judith Lauand nasceu em Pontal, SP, Brasil (1922) e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (2022). Formada pela prestigiada Escola de Belas Artes de Araraquara (1950), foi a única mulher a integrar o Grupo Ruptura, ponto de partida do concretismo no Brasil. Sua produção combinou rigor geométrico, contrastes cromáticos e precisão formal em suportes como pintura, colagem, gravura e bordado. A partir dos anos 1960, incorporou palavras e materiais como tachinhas, clips e alfinetes às telas, e passou a abordar temas como liberdade sexual e repressão política. Dentre suas exposições, destaca-se sua grande retrospectiva Desvio Concreto, organizada pelo MASP (2022), e a participação em mostras coletivas como o 1º Panorama da Arte Brasileira, em 1969, e diversas edições da Bienal de São Paulo entre os anos de 1950 e 1960.
León Ferrari
(Buenos Aires, Argentina, 1920 – 2013)
León Ferrari nasceu e faleceu em Buenos Aires, Argentina (1920-2013). Formou-se engenheiro elétrico pela Universidade de Buenos Aires (1947). Sua produção é centrada na crítica incisiva ao imperialismo ocidental, à Igreja Católica e aos regimes autoritários, especialmente à ditadura militar argentina. Exilou-se no Brasil em 1976, após o desaparecimento de seu filho, quando produziu intensamente sobre o abuso de poder do Estado por meio de suportes como arte postal, colagem, escultura, heliografias e pintura. Entre exposições individuais recentes destacam-se Nós não sabíamos, na Pinacoteca de São Paulo (2020), e Entre ditaduras, no MASP (2021). Teve seu trabalho justaposto ao de Mira Schendel na exposição Tangled Alphabets no MoMA, Nova York (2009), com itinerância na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2010). Venceu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2007).
Foto: ARTE!Brasileiros
Lívio Abramo
(Araraquara, SP, Brasil, 1903 – Assunção, Paraguai, 1992)
Lívio Abramo nasceu em Araraquara, SP, Brasil (1903) e faleceu em Assunção, Paraguai (1992). Estudou desenho com o pintor Enrico Vio, e iniciou-se na gravura em 1926, tornando-se um dos principais nomes da xilogravura moderna no Brasil. Sindicalista e militante de esquerda, incorporou à sua obra uma forte temática social e política. Em 1962, radicou-se no Paraguai como membro da Missão Cultural Brasil–Paraguai, onde fundou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico, promovendo a preservação da memória paraguaia e o desenvolvimento da arte gráfica local. Teve retrospectivas como Lívio: mestre da gravura brasileira, no Instituto Tomie Ohtake (2007), e Gravado, no Museu Paranaense (2019), além de participar de diversas edições da Bienal de São Paulo, entre as décadas de 1950 e 1990.
Foto: instituto Livio Abramo
Lothar Charoux
(Viena, Áustria, 1912 – São Paulo, SP, Brasil, 1987)
Lothar Charoux nasceu em Viena, Áustria (1912), e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (1987). Radicado no Brasil desde 1928, estudou no Liceu de Artes e Ofícios, onde também lecionou desenho. Após uma fase inicial voltada a retratos e paisagens, passou a explorar questões abstratas e co-fundou, em 1952, o Grupo Ruptura, referência do concretismo no país. Sua produção é marcada por linhas, luz e ritmo visual, com destaque para suas experiências que unem profundidade óptica à estruturas geométricas. Fundou a Associação de Artes Visuais Novas Tendências (1963) e foi tema de retrospectivas no MAM São Paulo e MAM Rio (1974). Participou de diversas edições do Panorama da Arte Brasileira, entre a década de 1970 e 1980, e das primeiras novas edições da Bienal de São Paulo.
Lourival Cuquinha
(Recife, PE, Brasil, 1975)
Lourival Cuquinha nasceu em Recife, PE, Brasil (1978). Desenvolve uma prática crítica voltada à investigação das liberdades individuais e das estruturas de controle social, econômico e institucional. Sua obra atravessa suportes como ações participativas, instalação, intervenção urbana e performance, frequentemente tensionando as formas de relação e circulação na sociedade. Destacam-se suas exposições individuaisTerritórios e capitais: extinções, no MAM Rio (2014) e Transição de fase, na Funarte Minas Gerais (2018). Também participou de coletivas como À Nordeste, no Sesc 24 de Maio (2019), Histórias brasileiras, no MASP (2022), e o 31º e o 35º Panorama da Arte Brasileira (2011, 2017).
Lydia Okumura
(Oswaldo Cruz, SP, Brasil, 1948)
Lydia Okumura nasceu em Osvaldo Cruz, SP, Brasil (1948). Formada em Artes Plásticas pela FAAP (1973), radicou-se em Nova York no ano seguinte, onde estudou no Pratt Graphics Center e no Creative Artists Public Service Program. Desde os anos 1970, investiga a percepção espacial por meio da abstração geométrica e da materialidade, criando composições engenhosas com fios, tinta acrílica e materiais industriais que sugerem tridimensionalidade em diálogo com a arquitetura expositiva. Sua obra articula pintura, instalação e escultura com rigor conceitual e formal. Participou de diversas edições da Bienal de São Paulo ao longo da década de 1970, e integra coleções de instituições internacionais prestigiadas, como o MAM São Paulo, o MoMA e o Metropolitan Museum of Art, ambos em Nova York, Estados Unidos, e Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, Espanha
Madalena Schwartz
(Budapeste, Hungria, 1921 – São Paulo, SP, Brasil, 1993)
Madalena Schwartz nasceu em Budapeste, Hungria (1921), e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (1993). Iniciou-se na fotografia aos 45 anos, no Foto Cine Clube Bandeirante, e destacou-se por seus retratos em preto e branco, nos quais explorou com sensibilidade e apuro técnico a expressividade dos rostos retratados. Atuou ativamente na cena cultural e queer de São Paulo nos anos 1970 por meio de seu estúdio improvisado no edifício Copan, onde fotografou artistas, intelectuais e figuras andróginas e transformistas, como o cantor Ney Matogrosso e o grupo de dança underground Dzi Croquettes. Destaca-se sua grande retrospectiva As metamorfoses (2021), organizada pelo Instituto Moreira Salles, São Paulo, e itnerada para o MALBA, na Argentina, e o Museo Nacional de Arte, na Bolívia.
Foto: Pedro Luis Szigeti
Maureen Bisilliat
(Englefield Green, Reino Unido, 1931)
Maureen Bisilliat nasceu em Englefield Green, Inglaterra (1931). Formou-se em pintura em Paris e Nova York antes de se radicar no Brasil, em 1957, onde construiu uma carreira como fotógrafa, cineasta e pesquisadora. Interessou-se em fotografar o interior do país, produzindo ensaios visuais a partir de autores literários como Euclides da Cunha, Guimarães Rosa e Mário de Andrade. Em suas inúmeras viagens pelo Brasil, registrou manifestações populares e o universo indígena com um olhar poético e narrativo. Dirigiu o documentário Xingu/Terra (1982) e foi responsável pela curadoria e formação do acervo de arte popular latino-americana do Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina. Dentre suas exposições individuais, destacam-se Presente do Futuro, no MIS, São Paulo (2023) e Agora ou nunca (2021), no Instituto Moreira Salles, São Paulo. Teve uma sala especial dedicada ao seu trabalho na 18ª Bienal de São Paulo (1985).
Megumi Yuasa
(São Paulo, SP, Brasil, 1938)
Megumi Yuasa nasceu em São Paulo, SP, Brasil (1938), onde vive e trabalha. Escultor e ceramista autodidata, iniciou sua produção em 1964 e desenvolveu uma obra marcada pela experimentação material, texturas orgânicas e observação rigorosa da matéria. Filho de imigrantes japoneses, é profundamente influenciado pela estética do wabi-sabi, integrando metais, tintas e outros materiais às cerâmicas, em peças de superfícies rústicas, tonalidades terrosas e gestualidade controlada. Atua como professor desde 1979, construindo diversos espaços de formação, como o laboratório de cerâmica no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), em Porto Alegre. Participou da 13ª e da 14ª Bienal de São Paulo (1975, 1977), além de diversas mostras panorâmicas de cerâmica e arte nipo-brasileira. Suas obras integram os acervos do MAM São Paulo, MAC USP e Pinacoteca de São Paulo.
Nazareth Pacheco
(São Paulo, SP, Brasil, 1961)
Nazareth Pacheco nasceu em São Paulo, SP, Brasil (1961). Formou-se em Artes Plásticas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e iniciou sua trajetória nos anos 1980, trabalhando com escultura e tridimensionalidade. Sua obra reflete experiências autobiográficas e investiga a relação entre corpo, dor e padrões estéticos, por meio de materiais como borracha, aço, bisturi, miçangas e acrílico. Realizou exposições individuais como Objetos Sedutores, no SESC Santo Amaro (2012) e Gota a Gota, na Pinacoteca de São Paulo (2015). Participou de coletivas como a 20ª e 24ª Bienal de São Paulo (1989, 1998) e o Panorama da Arte Brasileira (1988, 1991, 1998, 1999).
Paulo Bruscky
(Recife, PE, Brasil, 1949)
Paulo Bruscky nasceu em Recife, PE, Brasil (1949). Cursou Comunicação Social na Unicap, formação que se desdobrou em uma prática artística voltada para a circulação de mensagens e os meios de reprodução e difusão da informação. É um dos principais nomes da arte conceitual e da arte postal no Brasil, com atuação em linguagens e suportes diversos, como fotografia, performance, poesia visual, vídeo e xerografia. Sua obra investiga os limites entre arte, linguagem e tecnologia, utilizando recursos como carimbos, fax, e filmes em Super-8 para explorar os vínculos entre corpo, máquina e discurso. Destacam-se suas individuais Art is our Last Hope, no Bronx Museum (2013), e Paulo Bruscky, no MAM São Paulo (2014). Também participou da 57ª Bienal de Veneza (2017), e de diversas edições da Bienal de São Paulo (1981,1989, 2004, 2010) e do Panorama da Arte Brasileira (1984, 2002, 2005).
Rafael França
(Porto Alegre, RS, Brasil, 1957 – Chicago, EUA, 1991)
Rafael França nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil (1957), e faleceu em Chicago, Estados Unidos (1991). Cursou Artes Plásticas na ECA-USP, onde iniciou experimentações com gravura e xerografia. Em 1982, transferiu-se para os EUA para cursar um mestrado em vídeo na School of the Art Institute of Chicago. Atuou em linguagens como videoarte, instalação e fotografia, com forte interesse na relação entre corpo, imagem, tempo e reprodução técnica. Trabalhou com narrativas atravessadas por questões subjetivas e políticas, como a homossexualidade e sua vivência com HIV. Foi cofundador do grupo 3NÓS3, voltado à intervenção no espaço urbano. Dentre suas exposições individuais, destacam-se Polígonos regulares, na Pinacoteca de São Paulo (2011), e Entre mídias, no MAC USP (2014). Participou também das coletivasUnited by AIDS, no Migros Museum, Zurique, Suíça (2019), e Histórias da sexualidade, no MASP (2018).
curadoria
Ana Roman
Ana Roman vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Mestre em Geografia pela FFLCH-USP, pós-graduada em Estudos Brasileiros pela FESP-SP e doutoranda pela FAU-USP, atuou como curadora, assistente de curadoria e pesquisadora em diversas exposições em importantes instituições culturais brasileiras, incluindo Rever Augusto de Campos (2016), Entre Construção e Apropriação: Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman nos Anos 1960 (2018), A Noite – Mariana Castillo Deball (2022), Ensaios para o Museu das Origens (2023) e Corpo-casa: diálogos entre Carolee Schneemann, Diego Bianchi e Márcia Falcão (2024), entre outras. Foi curadora assistente da 34ª Bienal de São Paulo (2021), membro do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA em 2022 e 2024 e curadora do Pivô entre 2022 e 2023. Atualmente, é coordenadora de conteúdo do grupo de pesquisa Academia de Curadoria, colaboradora regular da plataforma Piscina e superintendente artística do Instituto Tomie Ohtake.
Cauê Alves
É mestre e doutor em filosofia pela FFLCH USP. É professor do Departamento de Artes da FAFICLA, PUC-SP, e curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo. É autor de diversos textos sobre arte, entre eles, texto no catálogo da exposição Mira Schendel, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, e Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, Londres. É líder do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria da PUC-SP (CNPq). Entre 2016 e 2020, foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia, MuBE. Em 2015, foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56ª Bienal de Veneza e, em 2011, foi curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).
Gabriela Gotoda
(São Paulo, 1998)
Gabriela Gotoda é pesquisadora e curadora de artes visuais. Bacharel em Arte: História, Crítica e Curadoria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, publicou textos biográficos sobre Edgar Degas (MASP, 2021), John Graz (Pinacoteca de São Paulo, 2021) e Ozias (Danielian, 2024) e atua com curadoria e processos editoriais em instituições de arte e galerias em São Paulo desde 2019. Integra a equipe curatorial do Museu de Arte Moderna de São Paulo desde 2022, onde é responsável pelo acompanhamento curatorial das publicações do museu e da curadoria das exposições “Lina Bo Bardi e o MAM no Parque” (2023), “Clube de colecionadores MAM São Paulo: Técnicas de diversão na arte contemporânea” (2024), e “MAM São Paulo: Encontros entre o moderno e o contemporâneo” (2025)
Paulo Miyada
Curador e pesquisador de arte contemporânea, dedica-se a projetos que contribuam tanto com visadas mais amplas e precisas da história da arte quanto com a reflexão crítica e desejante do tempo presente. Comprometido com o diálogo com artistas, preza igualmente pelo amadurecimento das instituições como instâncias de relevância pública e social, assim como pelo acolhimento dos públicos como sujeitos sensíveis e pensantes com interesses que transbordam o juízo de valor. Com graduação e mestrado pela FAU-USP, atua hoje como diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake e curador adjunto do Centre Pompidou. Foi curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo (2020-21) e assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo (2010), além de ter organizado o livro “Bienal de São Paulo desde 1951” (2022). Entre suas curadorias, destacam-se “AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar” (2018); “Anna Maria Maiolino – PSSSIIIUUU…” (2022); “Ensaios para o Museu das Origens” (2023); “Mira Schendel – Esperar que a palavra se forme” (2024) e “Sonia Gomes – Barroco, mesmo” (2025). Suas publicações foram indicadas diversas vezes para o prêmio Jabuti, incluindo a premiação na categoria Livro de Arte em 2020. Atualmente organiza a mostra “A TERRA O FOGO A ÁGUA E OS VENTOS – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant”.
serviço
Exposição:
Aqui — lá: MAM São Paulo encontra Instituto Tomie Ohtake
Local:
Instituto Tomie Ohtake
Curadoria:
Ana Roman, Cauê Alves, Gabriela Gotoda e Paulo Miyada
Período expositivo:
de 3 de setembro a 2 de novembro de 2025
Endereço:
Rua Dos Coropés, 88 – Pinheiros – São Paulo – SP
Entrada gratuita
galeria de imagens
museu de arte moderna de são paulo
A sede do MAM está temporariamente fechada em virtude da reforma da marquise do Parque Ibirapuera.