Ismael Nery: feminino e masculino

Ismael Nery: feminino e masculino

09 maio 18 – 11 ago 18
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Ao programar esta exposição, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e este curador pensaram sobretudo nos jovens que se interessam por arte, nos professores e no grande público que ainda não tinha contato com a obra de Ismael Nery (1900-1934). Não é uma exposição para especialistas, embora esses possam ter o prazer de revisitar trabalhos já conhecidos. É uma exposição em que se revela um artista que, na sua época, teve a coragem de caminhar sozinho, descobrir-se e procurar um olhar que estivesse absolutamente sincronizado com o seu tempo, mas – incrível – não com os intelectuais de seu país. 

Em um momento em que era moda intelectual ser materialista e mesmo anticlerical, o homem que se dizia católico e professava sua fé em discussões filosóficas, na sua casa e na casa de amigos no Rio de Janeiro, era um dândi narcisista. Assim como a de sua mulher, sua beleza física evidente e muito impositiva, aliada à sua habilidade intelectual de polemista nas rodas de discussões, contribuía para elevar sua vaidade. Basta lembrar a quantidade de autorretratos – e autorretratos com Adalgisa. Era exímio dançarino e, na época, era o que chamamos hoje de “um artista performático”. A questão de gênero não estava ausente na sua corajosa produção: figuras andróginas atravessam toda a sua obra, assim como a relação entre o feminino e o masculino.

Agora vamos às obras. Os grupos estão divididos por gêneros: os nus, as figuras, os retratos e autorretratos, as danças, os cenários, as obras surrealistas – estas pioneiras do gênero no Brasil, junto com as de Cícero Dias (1907-2003). É apenas uma das formas de se mostrar e examinar as pinturas e os desenhos. Antes, o que ressalta aos olhos? Evidentemente, as pequenas dimensões da maioria desses trabalhos. Essa escala muito íntima demonstra um certo desprezo pelo mundo no qual a arte irá circular enquanto mercadoria. A maior parte deles não admite nenhuma distância, tem de ser vista de muito perto – para cada trabalho, um olhar. 

Paulo Sergio Duarte
curador

mídias assistivas
01 – Apresentação da exposição
03:29
02 – Descrição geral da grande sala
01:44
03 – Autorretrato
02:29
04 – Duas figuras – perfil e coração
01:51
05 – Figura com cubos
01:42
06 – Autorretrato Toureiro
02:09
07 – Autorretrato com Adalgisa
02:36
08 – Adalgisa Nery
01:34
09 – Arlequim e figura masculina
01:37
10 – Ritmo
03:02
: 11 – Danca
01:51
12 – Figura feminina ao piano
01:49
13 – Estudo para cenario mesa e cadeira
01:19
14 – Como meu amigo Chagall
02:59
15 – Mão de Ismael Nery
01:32

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