Em 2025, o MAM Debate chega à sua quarta edição com o título A instituição do moderno e será sediado no auditório da Biblioteca Mário de Andrade em 06 de dezembro deste ano.
O encontro pretende discutir o processo de institucionalização do modernismo no período das décadas de 1940 e 1950, que é marcado pela conformação das primeiras coleções públicas de arte moderna em São Paulo. A reavaliação desse passado nos permite enxergarmos as permanências, como os imaginários ainda vivos, e a re-elaborar as ações de idealizadores e produtores da narrativa modernista. Assim, também permite compreendermos a circulação, recepção e legitimação da arte moderna, situando-as em uma perspectiva crítica e contemporânea, já que o museu de arte é parte importante dessa inscrição de imaginários e da história.
A exposição Do livro ao museu, realizada em parceria com a Biblioteca Mário de Andrade concomitante ao MAM Debate, é exemplo desse movimento: ambas as instituições, que compartilharam ideais fundantes, reafirmam-se como centros difusores da arte moderna no país. Tal diálogo permite revisitar a constituição de seus acervos, a circulação de obras e a projeção de personagens que, naquele período, contribuíram para consolidar a arte moderna como patrimônio coletivo.
A programação do MAM Debate 2025 reúne convidados de diferentes áreas da crítica, da curadoria e da pesquisa acadêmica, para trazer à tona elementos centrais para o debate da construção e da produção da modernidade artística no Brasil, em diálogo com a memória e a atuação do MAM. O seminário contará com duas mesas de debate, realizadas ao longo de uma tarde de programação.
Sobre o MAM Debate
O MAM Debate é uma iniciativa que, a partir de seminários e publicações, busca promover reflexões, pesquisas e debates em torno de questões que envolvem a arte moderna e contemporânea e também outras diretamente relacionadas ao MAM São Paulo, seu passado e suas atividades no presente. Trata-se de uma plataforma de prospecção sobre possíveis atuações do museu no futuro fundamentando-se em problemáticas históricas e emergentes.
personagens e histórias entre o MAM e a Biblioteca Mário de Andrade
14:30 – 16:30
A mesa Personagens e histórias entre o MAM e a Biblioteca Mário de Andrade propõe revisitar e discutir o papel de figuras centrais na institucionalização do modernismo em São Paulo, a partir das articulações entre ambas as instituições nas décadas de 1940 e 1950. Ao destacar a atuação de diretores, críticos e organizadores de acervos, assim como acontecimentos de seus entornos, busca-se compreender como decisões individuais e contextos especiais contribuíram para a formação de coleções públicas e para a definição de um imaginário moderno. Nesse contexto, sobressaem-se figuras como Sérgio Milliet, que dirigiu tanto o museu quanto a biblioteca e articulou políticas de aquisição e difusão da arte moderna, e Maria Eugênia Franco, responsável pela Sessão de Arte da Biblioteca e por iniciativas pioneiras de exposição e documentação. Episódios como a realização de mostras didáticas, a incorporação de fotografias e livros de arte em coleções institucionais, e a circulação de exposições internacionais em São Paulo evidenciam o entrelaçamento entre práticas curatoriais e biblioteconômicas na construção de uma história da arte moderna, permitindo discutir permanências, disputas e legados ainda presentes.
Participantes:
Lisbeth Rebollo (curadora e professora emérita PROLAM USP)
Helouise Costa (curadora do MAC USP)
Mediação:
Pedro Nery (museólogo do MAM São Paulo e curador da exposição Do livro ao museu)
É docente e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) e orientadora do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte. Atua nas áreas de fotografia moderna e contemporânea, crítica de arte e história das exposições. É autora de A fotografia moderna no Brasil (CosacNaify, 2004), As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre O Cruzeiro, 1940-1960 (IMS, 2012), A arte degenerada de Lasar Segall (MLS/MAC USP, 2018) e La photographie moderniste brésilienne (Photo Poche, 2025).
É professora titular aposentada e professora sênior da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). É docente e orientadora nos programas de pós-graduação em Integração da América Latina (PROLAM-USP) e em Estética e História da Arte (PGEHA-USP), dos quais foi presidente do PROLAM (2013-2018). Mestre e doutora em Sociologia pela FFLCH-USP, atua como pesquisadora em artes desde 1980 e realiza curadorias desde 1994. Dirigiu o Museu de Arte Contemporânea da USP (1994-1998 e 2006-2010) e presidiu a AICA (2017-2023) e a ABCA (2000-2006 e 2010-2016). Recebeu os prêmios Gonzaga Duque, Sérgio Milliet, Maria Eugênia Franco e Mário de Andrade (ABCA) e coordena a coleção Crítica de Arte e a revista Arte & Crítica, além de colaborar na ArtNexus.
É museólogo e curador. Formado em História e mestre em Museologia pela Universidade de São Paulo, atuou como pesquisador e curador da Pinacoteca de São Paulo (2011-2019), onde organizou as retrospectivas Rosana Paulino: Costura da Memória (2018-2019) e Marepe: Estranhamente Comum (2019). Atualmente é museólogo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo) e colabora na implantação do Centro de Documentação e Memória do museu.