Razão e ambiente

Razão e ambiente

19 abr 11 – 26 jun 11
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A ecologia e a sustentabilidade ocupam hoje uma desejável centralidade no campo das construções. Enfatiza-se, sobretudo, a volta às formas da tradição e o recurso a novas tecnologias de reaproveitamento e geração de energia. Sem desconsiderar tais vetores, Razão e ambiente coloca o foco na ruptura estética e criação arquitetônica como aliados primordiais para uma ocupação racional e não-predatória das paisagens urbanas e do próprio ambiente.

A sede da Associação Brasileira de Imprensa dos irmãos Roberto (1936-8), o primeiro prédio modernista em grande escala produzido no país, notabilizou-se pela estética arrojada e pela busca do conforto ambiental.  As fachadas orientadas para norte e noroeste foram protegidas por brises-soleil verticais e um corredor com paredes de vidro, abertas apenas em sua parte superior, funcionava como anteparo para o ar quente. Apesar da ampla utilização de meios mecânicos de climatização, a partir dos anos 1960, haver permitido, com altos gastos energéticos, ignorar tais cuidados, projetos mais atentos a questões ecológicas continuaram a usar componentes da própria arquitetura para o controle da luz, umidade e temperatura.

Razão e ambiente apresenta 21 obras contemporâneas que, de modos diversos, contribuem para a qualidade de vida e preservação ambiental e homenageia as figuras pioneiras de Lina Bo Bardi (1914-92), Lúcio Costa (1902-98) e Sérgio Bernardes (1919-2002). Nenhum dos três se conformou aos cânones modernos ortodoxos, fundando, cada um a seu modo, uma tradição de rupturas cujo conhecimento muito tem a contribuir para uma prática arquitetônica atual, criativa e responsável.

Lauro Cavalcanti
Curador

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