Intitulado Depois que tudo foi dito, o 39º Panorama da Arte Brasileira, sob a curadoria de Diane Lima, questiona para onde a produção artística tem transbordado na busca por ampliar os limites da representação estética por meio de um exercício radical de imaginação. O partido curatorial examina de que modo a reviravolta epistemológica das últimas décadas — impulsionada pelas demandas por reparação racial e pelas conquistas das políticas afirmativas — reconfigurou a arte brasileira, a ponto de estas não apenas inscreverem os debates raciais no campo da linguagem e da estética, como também serem expressivamente influenciadas e expandidas por eles. Tal formulação destaca a vocação deste Panorama como uma plataforma de pensamento crítico que especula sobre o futuro, ao mesmo tempo em que cria uma experiência histórica de lugar: onde estamos, onde chegamos e para onde queremos ir, além de tudo o que já foi dito, feito, visto, escrito e imaginado
Inspirado no título e questão filosófica formulada por Denise Ferreira da Silva, uma das principais teóricas feministas negras da contemporaneidade, a exposição convida a imaginar “se seria possível lançar mão de uma sensibilidade que presuma e antecipe o que está além de tudo o que foi dito e feito sobre a violência colonial e racial, e o trabalho que elas realizam para o capital global”. A partir deste diálogo com a filósofa, Diane Lima desenvolve um projeto que, ao “ler a arte como confronto”, reflete sobre como os artistas têm performado em seus procedimentos poéticos e composicionais, exercícios radicais de imaginação e experimentação, que evidenciam um movimento contínuo e coletivo de liberação. A exposição busca complexificar o regime racial estético e, portanto, a própria definição de arte brasileira: aquilo que sabemos sobre ela, seu passado, nossos modos de olhá-la, descrevê-la e, sobretudo, as práticas artísticas das próximas gerações.
Diane Lima
mantenedores
realização
curadoria
Diane Lima
Curadora e pesquisadora, Diane Lima é mestra em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e Pre-doctoral Mellon Fellow, afiliada ao Critical Racial Anti Colonial Study Co-Lab (CRACS Co-Lab) no Department of Spanish & Portuguese Languages and Literatures na New York University. Recentemente, foi anunciada como curadora do Pavilhão do Brasil na 61ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia. Suas exposições anteriores incluem coreografias do impossível – 35ª Bienal de São Paulo (2023), Paulo Nazareth: Luzia no Museo Tamayo, na Cidade do México (2024), O rio é uma serpente – 3ª Frestas Trienal de Artes do SESC São Paulo (2020/2021), e o programa de dois anos Diálogos Ausentes no Itaú Cultural (São Paulo, 2016-2017), que desempenhou um papel histórico na virada anticolonial da arte contemporânea brasileira.
Em 2025, Lima foi nomeada para o Conselho Consultivo Científico da documenta e Museum Fridericianum gGmbH, na Alemanha, onde atua como vice-presidente. Entre 2024 e 2025, foi Diretora de Programação da ESAP Fellowship 2025 – uma iniciativa liderada pela A&L Berg Foundation para promover o desenvolvimento profissional de curadores latinex nos Estados Unidos.
Em 2024, Lima foi professora convidada no Instituto de Pesquisa Estética da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Diane Lima editou a aclamada antologia Negros na Piscina: Arte Contemporânea, Curadoria e Educação (Fósforo, 2024), que documenta os últimos dez anos de debates sobre racialidade e arte no Brasil. Também coeditou o volume Textes à lire à voix haute (Textos para ler em voz alta), que reuniu vozes dissidentes anticoloniais em contextos lusófonos e francófonos (Brook, 2022). Ela também é uma das vencedoras da Ford Foundation Global Fellowship 2021, programa que celebra a nova geração de líderes globais em justiça social.
serviço
Exposição:
39º Panorama da Arte Brasileira: Depois que tudo foi dito
Curadoria:
Diane Lima
Abertura:
Setembro de 2026
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Aqui—lá: MAM São Paulo encontra Instituto Tomie Ohtake
Em muitos momentos da história, a arte moderna brasileira foi atravessada por relações diretas com o exterior, em contextos decisivos para o seu reconhecimento e consolidação nacional. Basta retomarmos as exposições que marcaram seu suposto início: a mostra, em 1914, do lituano-brasileiro Lasar Segall, que fundou o grupo secessionista de Dresden, na Alemanha; a exposição de Anita Malfatti, em 1917, após anos de estudos e treinamento em Berlim e Nova York; e a Semana de Arte Moderna de 1922, que incluiu imigrantes como o suíço-brasileiro John Graz e os ítalo-brasileiros Victor Brecheret e Zina Aita. E devemos considerar, também, a intensa articulação e interação entre os mais modernos centros urbanos da Europa e dos Estados Unidos e os artistas, críticos e demais agentes do modernismo brasileiro, que deram origem a instituições como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo) e a movimentos artísticos, como o Manifesto Antropófago e o construtivismo.
Na década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial, Ciccillo Matarazzo, fundador do MAM São Paulo, formou uma expressiva coleção com vários dos maiores nomes das vanguardas modernistas, através de viagens, contatos e ampla circulação, tanto na Europa quanto na América do Norte. Para a fundação do museu, Matarazzo – sobrinho e herdeiro de um imigrante italiano, magnata industrial de São Paulo – contou com a colaboração direta de Nelson Rockefeller, que, como presidente do Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York, firmou acordos entre as duas instituições e doou, em 1946, quatorze obras a Matarazzo, como gesto embrionário para a criação de um museu de arte moderna no Brasil. O MAM São Paulo foi fundado dois anos depois, com essa doação incorporada àquela primeira coleção, que testemunhou e reuniu grandes obras de um período que ainda repercute na história da arte moderna brasileira. As primeiras seis edições da Bienal de São Paulo, realizadas pelo MAM, não apenas possibilitaram, no Brasil, a presença de importantes nomes da arte moderna internacional – como Pablo Picasso, Wassily Kandinsky e Alexander Calder –, como também promoveram o encontro do público local com essas produções crescentemente globais, que incluíam, ainda, as representações nacionais que ali se inseriam.
A partir desses encontros, ao longo dos anos 1950 e 1960, foi cultivado aqui um ambiente artístico de grande efervescência, que, assim como nas décadas de 1920, 30 e 40, colocou a produção local em relação a questões do exterior do país, mas em uma dinâmica de mútua relevância global. Diferentemente daquelas décadas iniciais – quando artistas e críticos buscavam encontrar formas e imagens próprias da identidade brasileira, afirmando-a como única –, os encontros instaurados pelas Bienais deslocaram essa preocupação para uma renovação da produção nacional atenta às últimas realizações da arte internacional, sem a pretensão de se afirmar como diferente, mas, sim, de integrar o palco global de circulação artística, que se consolidou definitivamente nas últimas décadas do século 20.
No campo da arte contemporânea e da crítica cultural, a tensão entre o “aqui” e o “lá” remete à migração, ao deslocamento, e à dificuldade de estar em dois lugares ao mesmo tempo – fisicamente em um país e culturalmente em outro. Parte dos artistas que integram a exposição que registramos aqui viveu ou vive essa contradição. Mais do que isso, muitos participam de uma identidade híbrida, que engloba tradições culturais distintas, de outros territórios físicos e simbólicos. As obras presentes na mostra, em sua maioria produzidas no final do século 20, evocam espaços que surgem a partir de uma série de trocas e contatos, menos devido a migrações e deslocamentos forçados, e mais por causa de viagens, residências artísticas e deslocamentos espontâneos.
Se, até a década de 1950, artistas brasileiros iam para a Europa ou os Estados Unidos em busca de atualização estética e novas referências, outros chegavam no Brasil fugindo de guerras. Na segunda metade do século 20, os deslocamentos para o exterior se deram de modo mais igualitário, a partir de uma compreensão do mundo mais descentralizada, quando a arte brasileira já tinha se constituído de modo mais independente e olhava menos para fora. Isso não significa que a categoria de arte latino-americana deixou de ser vista como inferior nos grandes mercados globais; mas, ao menos dos anos 1990 para cá, a produção artística contemporânea, ao mesmo tempo que reconhece seu enraizamento, seus vínculos territoriais e culturais, não é produzida de modo isolado. Ou seja, é possível estar aqui e lá – participar da cena artística internacional sem ignorar fatores históricos e geográficos nacionais e sem se submeter ao mundo hegemônico.
Referências a artistas e culturas de outras nações ou grupos aparecem no interior de obras contemporâneas, mas isso não enfraquece o lugar de fala e a afirmação de identidades locais, como nas obras de Emmanuel Nassar e Lourival Cuquinha, que marcam, de modos diferentes, presenças expressivas na exposição. Enquanto Nassar aborda a singularidade das bandeiras das cidades de seu estado natal – instalando-as sobre as paredes do espaço expositivo como manifesto de identidades que, apesar de brasileiras, podem ser desconhecidas para o público paulista –, Cuquinha apresenta retratos de vendedores ambulantes de São Paulo que compartilham um dado comum em suas vidas: são imigrantes, falam outras línguas, e sua condição informal aponta para o fator negativo primordial de qualquer migração – a impossibilidade de permanecer onde naturalmente se pertence.
Não é por acaso que essas duas obras orientam os núcleos da exposição: elas constituem uma espécie de pano de fundo para os espaços expositivos. Se, na primeira sala, a instalação de Cuquinha envolve trabalhos em que estão incorporadas reflexões sobre imigração, diáspora, deslocamentos físicos e simbólicos, para dentro ou para fora, na segunda sala, a obra de Nassar circunda outras que se relacionam com a afirmação de identidades e a tensão entre corpos.
O que é perceptível na exposição e na coleção do MAM é que a pluralidade tem sido valorizada na arte, assim como as diferenças e os entre-lugares, o que faz com que muitas obras resistam à diluição ao integrarem o circuito nacional e internacional. O “aqui-lá” trata também da relação entre o eu e o outro, ou seja, da alteridade. Um eu só existe em relação a um outro, e esse outro não pode ser a negação do eu, mas ao contrário, é o que permite que o eu seja constituído, é quem lhe dá sentido por vias relacionais. Em vez de uma identidade fixa e essencialista, o eu é, acima de tudo, uma relação, um encontro com o outro que jamais poderia ser reduzido a um mero objeto.
A noção de alteridade exige uma constante transformação das ideias que fazemos de nós mesmos, já que é no contato com o outro, na convivência com outras culturas, que nossas identidades se constituem. Isso quer dizer que, inevitavelmente, há uma cumplicidade entre o eu e o outro na medida em que a alteridade invade as fronteiras do eu, do corpo e do espaço que habitamos. Para os outros, o meu eu também é outro; meu sotaque, que para mim soa natural, é compreendido pelo outro como uma característica regional ou nacional que não é a dele. A arte contemporânea produzida no Brasil nas últimas décadas talvez tenha um sotaque que não é evidente, ou, melhor, uma multiplicidade de sotaques que a faz rica e permite dialogar com outros de igual para igual. Os artistas presentes na mostra participam de uma rede em constante movimento, que se constrói justamente a partir do estar aqui com os ecos do lá, e vice-versa.
As obras de Aqui-lá podem ser compreendidas como o ponto de encontro, o cruzamento, na medida em que a arte torna possível a intersubjetividade. A arte é o campo onde se dão as interseções do eu com o outro, lugar das relações entre aqui e lá. Afinal, o movimento e o deslocamento são parte da história humana. No entanto, nos últimos tempos, com os avanços da extrema-direita no mundo, as dificuldades de deslocamento físico aumentaram devido às políticas anti-imigração, sancionadas principalmente pelos países hegemônicos. Tudo se passa como se o distanciamento físico fosse a norma, numa era em que videochamadas e redes sociais nos vendem uma ideia de proximidade e encurtamento de distâncias que não se realiza completamente.
Cauê Alves e Gabriela Gotoda
Acessibilidade
Disponibilização de catálogos em versão digital que pode ser processada por sistemas de leitura e ampliação de tela (clique aqui para acessar as publicações);
Recursos de audioguia com audiodescrição e videoguia em Libras com legendas em português nas exposições;
Ferramenta de Libras digital;
Utilização de legendas descritivas e texto alternativo nas postagens nas redes sociais, com a hashtag #DescriçãoDoVideo e hashtag #PraTodoMundoVer;
Disponibilização de materiais táteis e multissensoriais das obras do acervo
Além das medidas acima, é possível agendar com o Educativo visitas mediadas gratuitas com educadores para público surdo, com deficiência visual, com deficiência física, intelectual e usuários de equipamentos de saúde mental e emsituação de vulnerabilidade social e horários alternativos planejados para atendimento de público dentro do Transtorno do Espectro Autista de acordo com as características distintas de cada sujeito pensadas em relação a: socialização, sensorialidade, comunicabilidade e autonomia. solicitar pelo e-mail educativo@mam.org.br.
Intérprete de libras e audiodescrição ao vivo nas atividades quando solicitado com até 48h de antecedência solicitar pelo e-mail educativo@mam.org.br.
Em certas atividades, poderão ser oferecidas medidas adicionais de acessibilidade, que estarão indicadas nos materiais de divulgação.
mídias assistivas
Dzi Croquettes
Lourival Cuquinha
Emanuel Nassar
Aqui—lá: MAM São Paulo encontra Instituto Tomie Ohtake (Libras – Texto Curatorial)
curadoria
Ana Roman
Ana Roman vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Mestre em Geografia pela FFLCH-USP, pós-graduada em Estudos Brasileiros pela FESP-SP e doutoranda pela FAU-USP, atuou como curadora, assistente de curadoria e pesquisadora em diversas exposições em importantes instituições culturais brasileiras, incluindo Rever Augusto de Campos (2016), Entre Construção e Apropriação: Antonio Dias, Geraldo de Barros e Rubens Gerchman nos Anos 1960 (2018), A Noite – Mariana Castillo Deball (2022), Ensaios para o Museu das Origens (2023) e Corpo-casa: diálogos entre Carolee Schneemann, Diego Bianchi e Márcia Falcão (2024), entre outras. Foi curadora assistente da 34ª Bienal de São Paulo (2021), membro do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA em 2022 e 2024 e curadora do Pivô entre 2022 e 2023. Atualmente, é coordenadora de conteúdo do grupo de pesquisa Academia de Curadoria, colaboradora regular da plataforma Piscina e superintendente artística do Instituto Tomie Ohtake.
Cauê Alves
É mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP. Professor do Departamento de Artes da FAFICLA-PUC-SP, é curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria (CNPq). Publicou diversos textos sobre arte, entre eles no catálogo Mira Schendel (Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, 2013). Foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE, 2016-2020), curador assistente do Pavilhão Brasileiro na 56ª Bienal de Veneza (2015) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).
Gabriela Gotoda
(São Paulo, 1998)
Gabriela Gotoda é pesquisadora e curadora de artes visuais. Bacharel em Arte: História, Crítica e Curadoria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, publicou textos biográficos sobre Edgar Degas (MASP, 2021), John Graz (Pinacoteca de São Paulo, 2021) e Ozias (Danielian, 2024) e atua com curadoria e processos editoriais em instituições de arte e galerias em São Paulo desde 2019. Integra a equipe curatorial do Museu de Arte Moderna de São Paulo desde 2022, onde é responsável pelo acompanhamento curatorial das publicações do museu e da curadoria das exposições “Lina Bo Bardi e o MAM no Parque” (2023), “Clube de colecionadores MAM São Paulo: Técnicas de diversão na arte contemporânea” (2024), e “MAM São Paulo: Encontros entre o moderno e o contemporâneo” (2025)
Paulo Miyada
Curador e pesquisador de arte contemporânea, dedica-se a projetos que contribuam tanto com visadas mais amplas e precisas da história da arte quanto com a reflexão crítica e desejante do tempo presente. Comprometido com o diálogo com artistas, preza igualmente pelo amadurecimento das instituições como instâncias de relevância pública e social, assim como pelo acolhimento dos públicos como sujeitos sensíveis e pensantes com interesses que transbordam o juízo de valor. Com graduação e mestrado pela FAU-USP, atua hoje como diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake e curador adjunto do Centre Pompidou. Foi curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo (2020-21) e assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo (2010), além de ter organizado o livro “Bienal de São Paulo desde 1951” (2022). Entre suas curadorias, destacam-se “AI-5 50 anos – Ainda não terminou de acabar” (2018); “Anna Maria Maiolino – PSSSIIIUUU…” (2022); “Ensaios para o Museu das Origens” (2023); “Mira Schendel – Esperar que a palavra se forme” (2024) e “Sonia Gomes – Barroco, mesmo” (2025). Suas publicações foram indicadas diversas vezes para o prêmio Jabuti, incluindo a premiação na categoria Livro de Arte em 2020. Atualmente organiza a mostra “A TERRA O FOGO A ÁGUA E OS VENTOS – Por um Museu da Errância com Édouard Glissant”.
artistas
Anna Bella Geiger
(Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1933)
Anna Bella Geiger nasceu no Rio de Janeiro, RJ, Brasil (1933). Formada em Língua e Literatura Anglo-Germânicas pela UFRJ. Sua obra articula suportes como colagem, gravura, instalação e vídeo. A artista foi uma das pioneiras da abstração no Brasil e, a partir dos anos 1970, passou a desenvolver uma produção marcada pelo uso de mapas, diagramas e imagens para investigar como discursos geográficos constroem identidades, territórios, centros e margens, revelando relações de poder e dominação cultural. Destacam-se suas exposições panorâmicas recentes Aqui é o centro, no MAM-Rio (2019), e Brasil nativo/Brasil alienígena, no MASP (2020). Participou de coletivas como Verboamérica, no MALBA, Argentina (2017), a 16ª Bienal de Istambul, na Turquia (2019), e Pop Brasil, na Pinacoteca de São Paulo (2025).
Carla Zaccagnini
(Buenos Aires, Argentina, 1973)
Carla Zaccagnini nasceu em Buenos Aires, Argentina (1973). Atua como artista visual, curadora e escritora. Formou-se em Artes Plásticas pela FAAP (1995) e realizou um mestrado em Poéticas Visuais na ECA-USP (2004). Sua obra aborda temas como crítica institucional, deslocamento cultural, iconoclasia simbólica, linguagem e memória, com uso e recontextualização de arquivos, documentos e narrativas históricas. Trabalha com desenho, instalação, texto e vídeo. Realizou as individuais Reação em cadeia com efeito variável no MUSAC, León, Espanha (2010), e Elementos de beleza: um jogo de chá nunca é apenas um jogo de chá, no MASP (2019). Participou da 28ª e 34ª Bienal de São Paulo — nesta última como curadora convidada.
Emmanuel Nassar
(Capanema (PA), 1949 – )
Emmanuel Nassar nasceu em Capanema, PA, Brasil (1949). Graduado em Arquitetura pela UFPA (1974), formação que, segundo o artista, se desdobrou em um forte senso de espacialidade pictórica para seu trabalho. A partir do repertório visual paraense, rearticula símbolos como bandeiras, mapas e logomarcas populares, tensionando com humor e crítica os limites entre a arte erudita e a cultura de massa. Suas obras combinam cores vibrantes, estruturas geométricas e materiais do cotidiano em suportes como escultura, instalação e pintura. Destacam-se suas mostras individuais EN: 81–18 na Estação Pinacoteca (2018) e Lataria espacial no MAM São Paulo (2024). Representou o Brasil na 45ª Bienal de Veneza (1993), participou da 20ª e 24ª Bienal de São Paulo (1989, 1998) e de diversas edições do Panorama da Arte Brasileira (1980,1989,1993).
Hudinilson Júnior
(São Paulo, SP, Brasil, 1957 – 2013)
Hudinilson Júnior nasceu e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (1957–2013). Formado em Artes Plásticas pela FAAP (1977), foi pioneiro no uso da xerox como suporte artístico no Brasil. Seu trabalho, profundamente marcado por essa técnica, articula temas como autorrepresentação, homoerotismo e crítica institucional. Fundou o coletivo 3NÓS3 (1979-1982), que é conhecido por suas ações transgressoras no espaço público durante a ditadura militar. Atuou na Pinacoteca de São Paulo como arte-educador e curador, além de coordenar o Centro de Xerografia (1975–1981). Na mesma instituição, teve sua grande exposição retrospectiva e panorâmica Explícito (2020). Também participou da 16ª e 18ª Bienais de São Paulo (1981, 1985), da 3ª Bienal do Mercosul (2001), e dos Panoramas da Arte Brasileira (1980, 1984).
Ivens Machado
(Florianópolis, SC, Brasil, 1942 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2015)
Ivens Machado nasceu em Florianópolis, SC, Brasil (1942), e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, Brasil (2015). Iniciou sua trajetória com obras em papel e vídeos experimentais nos anos 1970, marcados por temas como sexualidade, violência e poder. A partir da década seguinte, voltou-se à escultura e à instalação. Passou a utilizar materiais da construção civil como concreto, cacos de vidro e vergalhões para criar formas brutas e ambíguas, inspiradas na arquitetura vernacular brasileira e nas tensões do corpo humano, desde a agressividade até o erotismo. Destacam-se suas retrospectivas Ivens Machado, no Musée d’Art Contemporain de Nîmes, França (2025), e Ivens Machado, no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil. Também participou das 12ª, 13ª, 16ª e 22ª Bienais de São Paulo (1973, 1975, 1981, 1994).
Foto: Rodrigo Trevisan/Divulgação
Judith Lauand
(Pontal, SP, Brasil, 1922 – São Paulo, SP, Brasil, 2022)
Judith Lauand nasceu em Pontal, SP, Brasil (1922) e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (2022). Formada pela prestigiada Escola de Belas Artes de Araraquara (1950), foi a única mulher a integrar o Grupo Ruptura, ponto de partida do concretismo no Brasil. Sua produção combinou rigor geométrico, contrastes cromáticos e precisão formal em suportes como pintura, colagem, gravura e bordado. A partir dos anos 1960, incorporou palavras e materiais como tachinhas, clips e alfinetes às telas, e passou a abordar temas como liberdade sexual e repressão política. Dentre suas exposições, destaca-se sua grande retrospectiva Desvio Concreto, organizada pelo MASP (2022), e a participação em mostras coletivas como o 1º Panorama da Arte Brasileira, em 1969, e diversas edições da Bienal de São Paulo entre os anos de 1950 e 1960.
León Ferrari
(Buenos Aires, Argentina, 1920 – 2013)
León Ferrari nasceu e faleceu em Buenos Aires, Argentina (1920-2013). Formou-se engenheiro elétrico pela Universidade de Buenos Aires (1947). Sua produção é centrada na crítica incisiva ao imperialismo ocidental, à Igreja Católica e aos regimes autoritários, especialmente à ditadura militar argentina. Exilou-se no Brasil em 1976, após o desaparecimento de seu filho, quando produziu intensamente sobre o abuso de poder do Estado por meio de suportes como arte postal, colagem, escultura, heliografias e pintura. Entre exposições individuais recentes destacam-se Nós não sabíamos, na Pinacoteca de São Paulo (2020), e Entre ditaduras, no MASP (2021). Teve seu trabalho justaposto ao de Mira Schendel na exposição Tangled Alphabets no MoMA, Nova York (2009), com itinerância na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2010). Venceu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (2007).
Foto: ARTE!Brasileiros
Lívio Abramo
(Araraquara, SP, Brasil, 1903 – Assunção, Paraguai, 1992)
Lívio Abramo nasceu em Araraquara, SP, Brasil (1903) e faleceu em Assunção, Paraguai (1992). Estudou desenho com o pintor Enrico Vio, e iniciou-se na gravura em 1926, tornando-se um dos principais nomes da xilogravura moderna no Brasil. Sindicalista e militante de esquerda, incorporou à sua obra uma forte temática social e política. Em 1962, radicou-se no Paraguai como membro da Missão Cultural Brasil–Paraguai, onde fundou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico, promovendo a preservação da memória paraguaia e o desenvolvimento da arte gráfica local. Teve retrospectivas como Lívio: mestre da gravura brasileira, no Instituto Tomie Ohtake (2007), e Gravado, no Museu Paranaense (2019), além de participar de diversas edições da Bienal de São Paulo, entre as décadas de 1950 e 1990.
Foto: instituto Livio Abramo
Lothar Charoux
(Viena, Áustria, 1912 – São Paulo, SP, Brasil, 1987)
Radicado no Brasil desde 1928, estudou no Liceu de Artes e Ofícios, onde também lecionou desenho. Após uma fase inicial voltada a retratos e paisagens, passou a explorar questões abstratas e co-fundou, em 1952, o Grupo Ruptura, referência do concretismo no país. Sua produção é marcada por linhas, luz e ritmo visual, com destaque para suas experiências que unem profundidade óptica à estruturas geométricas. Fundou a Associação de Artes Visuais Novas Tendências (1963) e foi tema de retrospectivas no MAM São Paulo e MAM Rio (1974). Participou de diversas edições do Panorama da Arte Brasileira, entre a década de 1970 e 1980, e das primeiras novas edições da Bienal de São Paulo.
Lourival Cuquinha
(Recife, PE, Brasil, 1975)
Lourival Cuquinha nasceu em Recife, PE, Brasil (1978). Desenvolve uma prática crítica voltada à investigação das liberdades individuais e das estruturas de controle social, econômico e institucional. Sua obra atravessa suportes como ações participativas, instalação, intervenção urbana e performance, frequentemente tensionando as formas de relação e circulação na sociedade. Destacam-se suas exposições individuaisTerritórios e capitais: extinções, no MAM Rio (2014) e Transição de fase, na Funarte Minas Gerais (2018). Também participou de coletivas como À Nordeste, no Sesc 24 de Maio (2019), Histórias brasileiras, no MASP (2022), e o 31º e o 35º Panorama da Arte Brasileira (2011, 2017).
Lydia Okumura
(Oswaldo Cruz, SP, Brasil, 1948)
Lydia Okumura nasceu em Osvaldo Cruz, SP, Brasil (1948). Formada em Artes Plásticas pela FAAP (1973), radicou-se em Nova York no ano seguinte, onde estudou no Pratt Graphics Center e no Creative Artists Public Service Program. Desde os anos 1970, investiga a percepção espacial por meio da abstração geométrica e da materialidade, criando composições engenhosas com fios, tinta acrílica e materiais industriais que sugerem tridimensionalidade em diálogo com a arquitetura expositiva. Sua obra articula pintura, instalação e escultura com rigor conceitual e formal. Participou de diversas edições da Bienal de São Paulo ao longo da década de 1970, e integra coleções de instituições internacionais prestigiadas, como o MAM São Paulo, o MoMA e o Metropolitan Museum of Art, ambos em Nova York, Estados Unidos, e Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri, Espanha
Madalena Schwartz
(Budapeste, Hungria, 1921 – São Paulo, SP, Brasil, 1993)
Madalena Schwartz nasceu em Budapeste, Hungria (1921), e faleceu em São Paulo, SP, Brasil (1993). Iniciou-se na fotografia aos 45 anos, no Foto Cine Clube Bandeirante, e destacou-se por seus retratos em preto e branco, nos quais explorou com sensibilidade e apuro técnico a expressividade dos rostos retratados. Atuou ativamente na cena cultural e queer de São Paulo nos anos 1970 por meio de seu estúdio improvisado no edifício Copan, onde fotografou artistas, intelectuais e figuras andróginas e transformistas, como o cantor Ney Matogrosso e o grupo de dança underground Dzi Croquettes. Destaca-se sua grande retrospectiva As metamorfoses (2021), organizada pelo Instituto Moreira Salles, São Paulo, e itnerada para o MALBA, na Argentina, e o Museo Nacional de Arte, na Bolívia.
Foto: Pedro Luis Szigeti
Maureen Bisilliat
(Englefield Green, Reino Unido, 1931)
Maureen Bisilliat nasceu em Englefield Green, Inglaterra (1931). Formou-se em pintura em Paris e Nova York antes de se radicar no Brasil, em 1957, onde construiu uma carreira como fotógrafa, cineasta e pesquisadora. Interessou-se em fotografar o interior do país, produzindo ensaios visuais a partir de autores literários como Euclides da Cunha, Guimarães Rosa e Mário de Andrade. Em suas inúmeras viagens pelo Brasil, registrou manifestações populares e o universo indígena com um olhar poético e narrativo. Dirigiu o documentário Xingu/Terra (1982) e foi responsável pela curadoria e formação do acervo de arte popular latino-americana do Pavilhão da Criatividade, no Memorial da América Latina. Dentre suas exposições individuais, destacam-se Presente do Futuro, no MIS, São Paulo (2023) e Agora ou nunca (2021), no Instituto Moreira Salles, São Paulo. Teve uma sala especial dedicada ao seu trabalho na 18ª Bienal de São Paulo (1985).
Megumi Yuasa
(São Paulo, SP, Brasil, 1938)
Megumi Yuasa nasceu em São Paulo, SP, Brasil (1938), onde vive e trabalha. Escultor e ceramista autodidata, iniciou sua produção em 1964 e desenvolveu uma obra marcada pela experimentação material, texturas orgânicas e observação rigorosa da matéria. Filho de imigrantes japoneses, é profundamente influenciado pela estética do wabi-sabi, integrando metais, tintas e outros materiais às cerâmicas, em peças de superfícies rústicas, tonalidades terrosas e gestualidade controlada. Atua como professor desde 1979, construindo diversos espaços de formação, como o laboratório de cerâmica no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), em Porto Alegre. Participou da 13ª e da 14ª Bienal de São Paulo (1975, 1977), além de diversas mostras panorâmicas de cerâmica e arte nipo-brasileira. Suas obras integram os acervos do MAM São Paulo, MAC USP e Pinacoteca de São Paulo.
Nazareth Pacheco
(São Paulo, SP, Brasil, 1961)
Nazareth Pacheco nasceu em São Paulo, SP, Brasil (1961). Formou-se em Artes Plásticas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e iniciou sua trajetória nos anos 1980, trabalhando com escultura e tridimensionalidade. Sua obra reflete experiências autobiográficas e investiga a relação entre corpo, dor e padrões estéticos, por meio de materiais como borracha, aço, bisturi, miçangas e acrílico. Realizou exposições individuais como Objetos Sedutores, no SESC Santo Amaro (2012) e Gota a Gota, na Pinacoteca de São Paulo (2015). Participou de coletivas como a 20ª e 24ª Bienal de São Paulo (1989, 1998) e o Panorama da Arte Brasileira (1988, 1991, 1998, 1999).
Paulo Bruscky
(Recife, PE, Brasil, 1949)
Paulo Bruscky nasceu em Recife, PE, Brasil (1949). Cursou Comunicação Social na Unicap, formação que se desdobrou em uma prática artística voltada para a circulação de mensagens e os meios de reprodução e difusão da informação. É um dos principais nomes da arte conceitual e da arte postal no Brasil, com atuação em linguagens e suportes diversos, como fotografia, performance, poesia visual, vídeo e xerografia. Sua obra investiga os limites entre arte, linguagem e tecnologia, utilizando recursos como carimbos, fax, e filmes em Super-8 para explorar os vínculos entre corpo, máquina e discurso. Destacam-se suas individuais Art is our Last Hope, no Bronx Museum (2013), e Paulo Bruscky, no MAM São Paulo (2014). Também participou da 57ª Bienal de Veneza (2017), e de diversas edições da Bienal de São Paulo (1981,1989, 2004, 2010) e do Panorama da Arte Brasileira (1984, 2002, 2005).
Rafael França
(Porto Alegre, RS, Brasil, 1957 – Chicago, EUA, 1991)
Rafael França nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil (1957), e faleceu em Chicago, Estados Unidos (1991). Cursou Artes Plásticas na ECA-USP, onde iniciou experimentações com gravura e xerografia. Em 1982, transferiu-se para os EUA para cursar um mestrado em vídeo na School of the Art Institute of Chicago. Atuou em linguagens como videoarte, instalação e fotografia, com forte interesse na relação entre corpo, imagem, tempo e reprodução técnica. Trabalhou com narrativas atravessadas por questões subjetivas e políticas, como a homossexualidade e sua vivência com HIV. Foi cofundador do grupo 3NÓS3, voltado à intervenção no espaço urbano. Dentre suas exposições individuais, destacam-se Polígonos regulares, na Pinacoteca de São Paulo (2011), e Entre mídias, no MAC USP (2014). Participou também das coletivasUnited by AIDS, no Migros Museum, Zurique, Suíça (2019), e Histórias da sexualidade, no MASP (2018).
serviço
Exposição:
Aqui — lá: MAM São Paulo encontra Instituto Tomie Ohtake
Local:
Instituto Tomie Ohtake
Curadoria:
Ana Roman, Cauê Alves, Gabriela Gotoda e Paulo Miyada
MAM na Cinemateca: corpo e cidade em movimento vídeos da doação Chaia
A Cinemateca Brasileira e o MAM São Paulo compartilham uma história em comum. A Cinemateca surgiu em 1949 a partir da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, que tinha como objetivo difundir o cinema como arte. A Filmoteca do MAM foi muito frequentada por intelectuais, cineastas e artistas visuais. Ela teve origem no Clube de Cinema de São Paulo, fundado em 1941 na USP e que teve entre seus criadores o crítico de arte Lourival Gomes Machado, que seria o diretor-artístico do MAM São Paulo entre 1949 e 1951. A Filmoteca do MAM, a partir de 1954, foi dirigida pelo crítico e historiador de cinema Paulo Emílio Sales Gomes, que criou o Clube de Cinema junto com Lourival Gomes Machado, que se tornaria o conservador-chefe e diretor da Cinemateca Brasileira a partir de 1956.
A mostra de vídeos MAM na Cinemateca: corpo e cidade em movimento parte da doação da coleção de Vera e Miguel Chaia para o museu em 2025 e foi concebida por Miguel Chaia em diálogo com a curadoria do MAM. A sessão está dividida em cinco partes: uma abertura, com o vídeo de Cinthia Marcelle, que aponta para o entrelaçamento e o encontro de diferentes que se complementam, seguida por três blocos: Retratos poéticos, em que o corpo dos artistas está em evidência; Paisagens políticas, em que a cidade e questões da vida em sociedade são os protagonistas; e Experiências de linguagem, em que a própria linguagem do vídeo é explorada de modo mais explícito. A sessão se encerra, com o filme de Cao Guimarães, Sin peso, em que toldos coloridos e vozes de comerciantes de rua se misturam como uma síntese do conjunto. A mostra apresenta um pequeno recorte de 16 vídeos dentre os 75 que integram a doação.
As obras da coleção Chaia recebidas pelo MAM inauguram um novo momento para o acervo do museu ao quase triplicar sua coleção de vídeos. MAM na Cinemateca é um modo não apenas de dar visibilidade ao vídeo como suporte da arte, mas também uma oportunidade de reflexão sobre essa produção contemporânea em um formato de exibição diferente da sala de exposições.
Cauê Alves curador
mídias assistivas
Programação
Texto dos curadores
curadoria
Cauê Alves
É mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP. Professor do Departamento de Artes da FAFICLA-PUC-SP, é curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria (CNPq). Publicou diversos textos sobre arte, entre eles no catálogo Mira Schendel (Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, 2013). Foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE, 2016-2020), curador assistente do Pavilhão Brasileiro na 56ª Bienal de Veneza (2015) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).
Vera Chaia e Miguel Chaia
Vera Chaia e Miguel Chaia fizeram mestrado e doutorado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo – USP. Ambos são professores da Faculdade e da Pós Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP e autores de artigos e livros. Ele leciona também no curso de Arte: História, Crítica e Curadoria na mesma universidade e participa de vários conselhos de relevantes instituições de arte em São Paulo. São pesquisadores do Núcleo de Estudos em Arte,Mídia e Política – NEAMP.
artistas
Berna Reale
(Belém, Pará, 1965)
Berna Reale nasceu em Belém, Pará, Brasil (1965). Licenciada em artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a artista que também é perita criminal aborda a violência tanto material quanto simbólica em seus trabalhos. Berna Reale, em diversas de suas ações, performáticas ou audiovisuais, utiliza-se de seu próprio corpo para colocar em choque o imaginário social sobre ações perversas, de tormento, constrangimento, etc. Entre suas exposições, destacamos a individual Berna Reale: Singing in the Rain, no Utah Museum of Contemporary Art (UMoCA), Salt Lake City, EUA (2016); sua presença no 34° Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo (2015); na 56ª Bienal de Veneza, Itália (2015); e na 3ª Beijing Photo Biennial [Bienal de Fotos de Pequim], China (2018).
Cinthia Marcelle
(Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 1974)
Cinthia Marcelle nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil (1974). Formada em Belas Artes pela UFMG (1999), a artista é reconhecida principalmente pelas instalações e obras audiovisuais, que se atentam ao poder de transformação advindo da organização e da desorganização das coisas. Cinthia Marcelle questiona em suas obras a lógica, os sistemas de conceitos e convenções que orientam o mundo político, da cultura e da sociedade, que por vezes são naturalizados. Entre suas exposições, destacamos a individual Project 105: Cinthia Marcelle, no MoMA PS1, Nova York, EUA (2016); a ocupação do Pavilhão do Brasil na 57ª Bienal de Veneza, Itália, com a instalação Chão de Caça (2017); e Cinthia Marcelle: por via das dúvidas, no MASP, São Paulo (2022).
Carmela Gross
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1946)
Carmela Gross nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1946). Formada em Artes pela FAAP (1969), a artista desenvolve suas obras buscando esgarçar os limites entre o fazer artístico e o simbólico. Carmela Gross, por vezes, se vale da repetição, do acúmulo, para desnortear sentidos unívocos, suas produções enunciam criticamente aspectos sociais, políticos ou o próprio fazer artístico. Entre suas exposições, destacamos as individuais Corpo de Ideias, Pinacoteca de São Paulo (2010); Carmela Gross – Arte à mão armada, Chácara Lane, São Paulo (2016); Quase Circo, Sesc Pompéia, São Paulo (2024); e suas oito participações na Bienal de São Paulo (1967, 1969, 1981, 1983, 1989, 1998, 2002 e 2021).
Cao Guimarães
(Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 1965)
Cao Guimarães nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil (1965). O artista plástico e cineasta trabalha com fotografia e transita entre a película e o vídeo para criar suas peças audiovisuais. Suas obras documentam situações e objetos comuns, que se movem ou são captados enfatizando o instante, mas que são ressignificados a partir da exploração, duração, foco e do movimento autônomo de pessoas ou coisas. Entre suas exposições, destacamos as individuais Ver é uma fábula. Mostra Cao Guimarães, Itaú Cultural, São Paulo (2013); Espera, no Instituto Moreira Salles (IMS-Paulista), São Paulo (2018); Cao Guimarães – Ciclo de filmes, no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), Lisboa, Portugal (2020); e sua presença em três edições do Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo (2001, 2011 e 2015); e em duas edições da Bienal de São Paulo (2002 e 2006).
Giselle Beiguelman
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1962)
Giselle Beiguelman nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1962). Formada em história na USP (1984), a artista utiliza a relação entre literatura, imagem, som, instalação e novas tecnologias para abordar o hibridismo entre o real e o virtual. Giselle Beiguelman tem como temas de seu trabalho as transformações da memória social, o ativismo no meio urbano, e a articulação de discursos e linguagens de ciberespaços. Entre suas exposições, destacamos a individual Venenosas, Nocivas e Suspeitas, no Centro Cultural FIESP, São Paulo (2025); sua participação na 25ª Bienal de São Paulo (2002); Brazilian Visual Poetry [Poética visual brasileira], Mexic-Arte Museum, Austin, EUA (2002); e seu trabalho Meio Monumento que integrou o 37° Panorama da Arte Brasileira, MAM São Paulo (2022).
Guilherme Peters
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1987)
Guilherme Peters nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1987). Formado em Bacharel em Artes Plásticas pela FAAP (2010), o artista torna visível em seus trabalhos a energia e o esforço despendidos para a realização das formas, seja através de onda sonora, correntes elétricas ou seu próprio fôlego. Entre suas exposições, destacamos a individual Palácio da Eternidade e a Valsa dos Esquecidos, no Palácio das Artes, Belo Horizonte, Minas Gerais (2011); Inimigo invisível, Fábrica Braço de Prata, Lisboa, Portugal (2022); e as coletivas 8ª Bienal do MERCOSUL – Ensaios de Geopoéticas, Porto Alegre, Rio Grande do Sul (2011); Artifice and Fiction [Artifício e ficção], no Institute of Contemporary Art of Singapore (2019).
Lia Chaia
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1978)
Lia Chaia nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1978). Formada em artes plásticas pela FAAP (2003), em paralelo também estudou dança e clown. A artista dilui as divisões entre suportes e linguagens para abordar temas sobre as percepções e vivências do cotidiano, e a tensão entre corpo, natureza e espaço urbano. Lia Chaia utiliza a participação do público como elemento central de sua produção, que muitas vezes se destacam pelo senso lúdico e a sagacidade. Entre suas exposições, marca-se as individuais Lia Chaia, no Centre de Creation Bazouges la Perouse, Bretanha, França (2005); É como dançar sobre a arquitetura, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2017); e sua participação através do coletivo SHEDEVIL, na 4ª edição da BIENALSUR Cuando la casa se queima [Quando a casa queima], Rosário, Argentina (2023).
Lucas Bambozzi
(Matão, São Paulo, Brasil, 1965)
Lucas Bambozzi nasceu em Matão, São Paulo, Brasil (1965). Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (1994), o artista multimídia destaca-se pelos trabalhos interativos. Lucas Bambozzi explora novos formatos de tecnologia, mídias independentes e utiliza o audiovisual para representar relações sensoriais através de imagens distorcidas e granuladas. Entre suas exposições, ressaltamos a individual O Espaço Entre Nós e os Outros,no Laboratório Arte Alameda, Cidade do México, México (2011); sua presença na 7ª Bienal de Havana, Cuba (2000); e na 1ª edição da BIENALSUR Pueblos en resistencia [Povos em resistência], Caracas, Venezuela (2017).
Marcelo Cidade
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1979)
Marcelo Cidade nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1979). Formado em Artes pela FAAP (1998), o artista utiliza escultura, instalação e intervenções públicas para abordar temas relacionados à cidade, arquitetura e dinâmicas sociais das ruas. Marcelo Cidade utiliza como matéria-prima de suas obras objetos cotidianos presentes nas cidades, como barricadas de concreto, cercas e correntes. Entre suas exposições, destacamos as individuais Espaço-entre, na La Casa Encendida, Madri, Espanha (2008); Normas, padrões e sistemas, na Galeria Motte et Rouart, Paris, França (2009); sua presença na 27ª Bienal de São Paulo, São Paulo (2006); e a coletiva Do Disturb [Perturbar], no Palais de Tokyo, Paris, França (2018).
Nicole Kouts
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1997)
Nicole Kouts nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil (1997). Formada em Artes Visuais pela Universidade Belas Artes (2018), a artista mescla técnicas analógicas e digitais de vídeo, fotografia, com performance, instalação, desenho e net art. Nicole Kouts intersecciona imagem, tempo e memória, tendo como base imagens relacionadas à sua experiência pessoal, familiar e geracional. Entre suas exposições, destacamos as individuais Enigmas, no Kunsthal NORD, Aalborg, Dinamarca (2023); Palavra Olho, na Phoenix Athens Gallery, Atenas, Grécia (2024); as coletivas Réseaux-mondes, Centre Pompidou, Paris, França (2022); e sua participação na 3ª Bienal de Paxos, Paxos, Grécia (2024).
Rafaela Kennedy
(Manaus, Amazonas, Brasil, 1994)
Rafaella Kennedy nasceu em Manaus, Amazonas, Brasil (1994). A artista visual trabalha com fotografia, moda e performance e utiliza essas linguagens para abordar a relação entre corpo e imagem. Rafaella Kennedy propõe em seus trabalhos novos imaginários para as populações originárias e negras que desafiam e tencionam o apagamento sofrido por esses grupos. Entre suas exposições, destacamos suas participações nas coletivas Invenção dos Reinos, Oficina Francisco Brennand, Recife, Pernambuco (2023); e 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, MAM São Paulo (2024). Suas obras também integram coleções de importantes museus, como MAM São Paulo, Museu Afro Brasil, São Paulo e Fundación Casa Wabi, Puerto Escondido, México.
Rodrigo Cass
(São Paulo, São Paulo, Brasil, 1983)
Rodrigo Cass nasceu em São Paulo (1983), vive e trabalha em São Paulo. Entre (2000-2008) foi religioso Carmelita da Ordem do Carmo. Em 2006 concluiu o Bacharelado em Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina em São Paulo e estudou dois anos (2007-2008) de Filosofia e Teologia na Faculdade Jesuíta em Belo Horizonte. Em (2010-2011) foi selecionado para o programa Bolsa Pampulha e participou do Arte Pará no Museu Histórico do Estado do Pará. Participou do PIESP (2011-2012), Programa Independente da Escola São Paulo.
Sansa Rope
(São Paulo – 1993)
Sansa Rope nasceu em São Paulo, é artista, performer, e educadora. Pesquisa sobre shibari desde 2016, e seu trabalho perpassa sobre questões de gênero, sexualidade, e a posição da mulher na sociedade.
Atualmente leciona shibari e organiza eventos voltados para a prática, com o intuito de provocar o espectador para uma narrativa onde é possível explorar uma visão que ultrapassa fronteiras físicas
Sara Ramo
(Madri, Espanha,1975)
Sara Ramo nasceu em Madri, Espanha (1975). Formada em Artes Visuais na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a artista ressignifica objetos do cotidiano ao colocá-los em lugares inusitados e transformá-los em instalações, esculturas ou assemblages para abordar novas formas de ver e lidar com a realidade e a relação entre o visível e o invisível. Entre suas exposições, destacamos a individual lindaviejalocabruja [lindavelhaloucabruxa], no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Espanha (2019); suas participações em dois Panoramas da Arte Brasileira, MAM São Paulo (2003 e 2011); e em duas edições da Bienal de São Paulo (2010 e 2019).
Tiago Rivaldo
(Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1976)
Tiago Rivaldo nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (1976). O artista aborda a relação entre identidade e território, pessoa e lugar, retrato e paisagem, por meio de intervenções urbanas, performances e recursos audiovisuais.Tiago Rivaldo realiza sua produção através da identificação com o exterior, em que ele busca se desconhecer e criar personagens de si mesmo. Entre suas exposições, destacamos sua participação como integrante do coletivo Clube da Lata no 27º Panorama da Arte Brasileira com as obras Sem título e O lado de dentro de um outdoor, MAM São Paulo (2001); a coletiva 4º Abre-alas, a Gentil Carioca, Rio de Janeiro (2008); sua presença no 29° Salão Arte Pará (2010); e 9ª Bienal do MERCOSUL, Porto Alegre (2013).
imagens
Berna Reale, Americano (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Cao Guimarães, Sin Peso (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Cinthia Marcelle, Cruzada (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Guilherme Peters e Sansa Rope, Etrom uo Aicnêdnepedni (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Lucas Bambozzi, Love stories (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão.
Nicole Kouts, Monólogo (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão.
Berna Reale, Americano (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Cao Guimarães, Sin Peso (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Cinthia Marcelle, Cruzada (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Guilherme Peters e Sansa Rope, Etrom uo Aicnêdnepedni (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão
Lucas Bambozzi, Love stories (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão.
Nicole Kouts, Monólogo (frame do vídeo). Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Still: Marina Paixão.
serviço
MAM na Cinemateca: corpo e cidade em movimento
vídeos da doação Chaia
Sessão acessível:
das 17h às 18:30
Período expositivo:
16 de julho de 2025, das 19h às 21h30
Curadoria:
Cauê Alves e Miguel Chaia
realização
MAM São Paulo e Cinemateca Brasileira
Endereço:
Cinemateca Brasileira (Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila Clementino)
O Jardim de Esculturas do MAM é um marco do Parque Ibirapuera, um local emblemático de lazer e convivência na cidade de São Paulo. Como uma zona de transição entre o MAM e o seu hábitat urbano, o jardim transborda as fronteiras do espaço museológico convencional e, sem obstruir a passagem daqueles que por ali caminham, proporciona ao público uma fruição do espaço compartilhado através da arte. Oficialmente inaugurado em 1993, a história do Jardim do MAM acompanha o próprio desenvolvimento do museu e de sua presença no Parque Ibirapuera. Documentos apontam que, pouco após a inauguração da sede do MAM no parque, em 1969, o museu logo se preocupou com o cuidado das obras esparsamente presentes ali e se empenhou na constituição de um “Jardim de Esculturas” com obras de sua própria coleção. Com a reforma na década de 1980, que instaurou no museu sua característica fachada de vidro e transformou sua relação com o parque e a cidade, a ocupação do Jardim foi intensificada. A organização curatorial consolidou-se em 1993, quando as obras foram reposicionadas, e o espaço entre a Oca, o pavilhão da Bienal e o MAM recebeu um paisagismo assinado pelo escritório de Roberto Burle Marx, em parceria com Haruyoshi Ono.
Roberto Burle Marx (1909-1994) foi um dos grandes nomes do modernismo brasileiro, com uma obra que, através de diversos suportes, contribuiu para os campos do paisagismo, do urbanismo e da ecologia. Suas contribuições foram essenciais para consolidar os jardins como formas de expressão artística capazes de ressignificar espaços de circulação e, especialmente, de importância pública. Entre 1992 e 1993, Burle Marx realizou um projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera que contemplou, com destaque, a área externa do MAM e as obras de sua coleção ali expostas. O Jardim de Esculturas já havia integrado duas versões anteriores do projeto de Burle Marx para o Parque, em 1953 e 1974, mas apenas na década de 1990 foi realizado integralmente. Idealizado pelo autor como “um espaço para estimular, na comunidade, a prática da convivência artística”, o paisagismo no Jardim do MAM introduziu novas espécies vegetais – agrupadas de modo a realçar seus traços comuns e, ao mesmo tempo, explorar suas diferentes texturas e cores – e instaurou os caminhos trilhados por britas, pedriscos e gramados, que conduzem o visitante até as obras.
Neste momento em que o MAM está fora de sua sede em razão da reforma da marquise do Parque Ibirapuera, propomos uma espécie de reencenação do Jardim do MAM no Sesc Vila Mariana, mas sem pretensões de reconstituir, literalmente, seus elementos vegetais ou apresentar as mesmas obras que compõem o espaço original. Influenciados pela volumosa produção de Burle Marx, em especial os desenhos e pinturas realizados no processo de concepção de muitos dos seus projetos paisagísticos, elaboramos uma expografia cuja arquitetura se baseia nas espacialidades, cores, formas e linhas de dois importantes projetos: o Jardim de Esculturas do MAM, no Parque Ibirapuera, e o jardim do Palácio Gustavo Capanema, antiga sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro. Do primeiro, vieram as espécies de “ilhas” que agrupam as obras da exposição e as variações topográficas do terreno do Jardim do MAM, refletidas nas diferentes alturas que configuram essas “ilhas”. As cores e os desenhos das bases foram inspirados por uma pintura de Burle Marx realizada como estudo para o jardim do Palácio Gustavo Capanema, em 1938, que projeta uma área delimitada por contornos sinuosos e representa diferentes espécies vegetais com uma variedade de manchas coloridas, igualmente sinuosas.
A exposição no Sesc Vila Mariana inclui obras que integram, ou já integraram, o conjunto em exposição no Jardim de Esculturas do Parque Ibirapuera e obras da coleção do MAM que se relacionam, por diferentes vias, com a natureza, o corpo, a cidade, a materialidade, e com linguagens que expressam algumas das tensões inescapáveis à sociedade. De modo similar às ativações realizadas rotineiramente pelo MAM Educativo no Jardim de Esculturas, os educadores do museu realizarão ações no período da exposição que colocarão em evidência várias formas de se relacionar com o paisagismo de Burle Marx que reinterpretamos aqui.
Cauê Alves e Gabriela Gotoda curadores
Lugares que se visitam, atitudes que se combinam
As unidades do Sesc são repletas de opções de uso do tempo livre. Nelas, os públicos podem desfrutar de diversos ambientes e experiências, de formas combinadas e, não raro, casuais. Suas arquiteturas e atividades programáticas favorecem encontros inesperados, fomentando estados de surpresa diante daquilo que extrapola as intenções iniciais de frequentação por parte de cada pessoa ou grupo. Essa política ampliada de acesso inclui aproximações com outras instituições, como no caso da presente parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.
Originário do Parque Ibirapuera, o Jardim de Esculturas do MAM aporta no Sesc Vila Mariana, onde permanece por alguns meses. Joga-se, assim, com a sobreposição de marcos urbanos – quando, em termos metafóricos, um lugar visita o outro. Peças tridimensionais modernas e contemporâneas deixam temporariamente o entorno do museu e se espalham pela planta livre dessa unidade, chamando à apreciação mais ou menos passageira. A configuração expositiva que as reapresenta, aqui, é inspirada no paisagismo de Roberto Burle Marx, expoente do modernismo brasileiro.
Tal conjunto escultórico se espraia pelo caminho de quem eventualmente vai à comedoria, à clínica odontológica, à piscina, às salas de ginástica. Trata-se de um convite a descobertas em trânsito. Esse, aliás, é um dos trunfos do trabalho educativo do Sesc, na modalidade informal, com a fruição estética sendo articulada com os movimentos da vida. A proposta explora, dessa maneira, os deslocamentos em suas distintas acepções, fazendo da transferência momentânea do “jardim escultórico” mais uma oportunidade de combinação entre as atitudes distraída e contemplativa.
Luiz Deoclecio Massaro Galina Diretor do Sesc São Paulo
Disponibilização de catálogos em versão digital que pode ser processada por sistemas de leitura e ampliação de tela (clique aqui para acessar as publicações); recursos de audioguia com audiodescrição e videoguia em Libras com legendas em português nas exposições;
ferramenta de Libras digital por meio da tecnologia Hand Talk e ferramenta de controle de fonte e cor para pessoas com baixa visão na visita ao site;
utilização de legendas descritivas e texto alternativo nas postagens nas redes sociais, com a hashtag #DescriçãoDoVideo e hashtag #PraTodoMundoVer;
Disponibilização de materiais táteis e multissensoriais das obras do acervo
Além das medidas acima, é possível agendar com o Educativo visitas mediadas gratuitas com educadores para público surdo, com deficiência visual, com deficiência física, intelectual e usuários de equipamentos de saúde mental e em situação de vulnerabilidade social e horários alternativos planejados para atendimento de público dentro do Transtorno do Espectro Autista de acordo com as características distintas de cada sujeito pensadas em relação a: socialização, sensorialidade, comunicabilidade e autonomia. solicitar pelo e-mail educativo@mam.org.br
Intérprete de libras e Audiodescrição ao vivo nas atividades quando solicitado com até 48h de antecedência solicitar pelo e-maileducativo@mam.org.br
Em certas atividades, poderão ser oferecidas medidas adicionais de acessibilidade, que estarão indicadas nos materiais de divulgação.
Mantenedores do MAM São Paulo
realização
artistas
Hisao Ohara
(Karafuto, Japão, 1931 – Mirandópolis, SP, Brasil, 1989)
Felícia Leirner
(Varsóvia, Polônia, 1904 – Campos do Jordão, SP, Brasil, 1996)
Foi uma escultora polonesa naturalizada brasileira. Chegou ao Brasil em 1927 e iniciou sua carreira artística aos 44 anos. Com obras marcadas pela síntese formal e expressão lírica, integrou a geração modernista brasileira.
Marepe
(Santo Antônio de Jesus, BA, Brasil, 1970)
é artista visual conhecido por obras que misturam escultura, instalação e performance com objetos do cotidiano nordestino. Sua produção explora temas como deslocamento, identidade e desigualdade social, com humor e lirismo.
Foto: Zanone Fraissat | Folhapress
Regina Silveira
(Porto Alegre, RS, 1939 – Vive e trabalha em São Paulo, SP)
É graduada em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959), além de ter um mestrado (1980) e Ph.D. (1984) na Escola de Comunicação e Artes da USP – Universidade de São Paulo. A artista participou de várias bienais, como Bienal de São Paulo (1981, 1983, 1998, 2021); Bienal Internacional de Curitiba (2013, 2015); Bienal do Mercosul (2001, 2011), em Porto Alegre e Bienal de La Habana, em Cuba (1986, 1998 e 2015). Algumas de suas exposições coletivas mais recentes são Walking through Walls (Martin Gropius Bau, Alemanha, 2019) e Radical Women: Latin American Art, 1960-1985 (Hammer Museum, EUA, 2017). As últimas exposições individuais de Regina são: Limiares (Paço das Artes, Brasil, 2020); Up There (Farol Santander, Brasil, 2019); EXIT (MuBE, Brasil, 2018); Unrealized / NãoFeito (Alexander Gray Associates, EUA, 2019); Todas As Escadas (Instituto Figueiredo Ferraz, Brasil, 2018), e Crash (Museu Oscar Niemeyer, Brasil, 2015). Entre outros, recebeu os prêmios Prêmio MASP (2013), Prêmio APCA pela trajetória (2011) e Prêmio Fundação Bunge (2009). A artista também recebeu bolsas da Fundação John Simon Guggenheim (1990), Fundação Pollock-Krasner (1993) e Fundação Fulbright (1994).
Ivens Machado
(Florianópolis, SC, Brasil, 1942 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2015)
Ivens Machado nasceu em Florianópolis, SC, Brasil (1942), e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, Brasil (2015). Iniciou sua trajetória com obras em papel e vídeos experimentais nos anos 1970, marcados por temas como sexualidade, violência e poder. A partir da década seguinte, voltou-se à escultura e à instalação. Passou a utilizar materiais da construção civil como concreto, cacos de vidro e vergalhões para criar formas brutas e ambíguas, inspiradas na arquitetura vernacular brasileira e nas tensões do corpo humano, desde a agressividade até o erotismo. Destacam-se suas retrospectivas Ivens Machado, no Musée d’Art Contemporain de Nîmes, França (2025), e Ivens Machado, no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil. Também participou das 12ª, 13ª, 16ª e 22ª Bienais de São Paulo (1973, 1975, 1981, 1994).
Foto: Rodrigo Trevisan/Divulgação
Bruno Giorgi
(Mococa, SP, Brasil, 1905 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1993)
foi um escultor brasileiro de origem italiana, destacado no modernismo brasileiro. Filho de imigrantes italianos, mudou-se para Roma com a família em 1911. Na década de 1920, envolveu-se com movimentos antifascistas, sendo preso e condenado a sete anos de prisão. Após cumprir quatro anos, foi extraditado para o Brasil por intervenção diplomática. Em 1937, estudou na Académie de la Grande Chaumière e na Académie Ranson em Paris, onde foi aluno de Aristide Maillol e conviveu com Henry Moore e Marino Marini. De volta ao Brasil em 1939, integrou-se ao movimento modernista, colaborando com artistas como Vitor Brecheret e Mário de Andrade. Em 1943, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde atuou como professor e mentor de jovens artistas. Sua obra é marcada por formas geométricas e abstração, utilizando materiais como bronze e mármore.
Ottone Zorlini
(Treviso, Itália, 1891 – São Paulo, SP, Brasil, 1967)
Foi um pintor, escultor, desenhista e ceramista ítalo-brasileiro. Natural de família humilde, iniciou sua trajetória profissional aos 13 anos, trabalhando em uma fábrica de cerâmica. Mudou-se para Veneza, onde cursou a Academia de Belas-Artes e frequentou os ateliês dos escultores Umberto Feltrin e Guido Cacciapuoti. Em 1927, imigrou para o Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Aqui, destacou-se na produção de monumentos públicos, como o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico, na represa de Guarapiranga. Além disso, participou ativamente da vida artística paulistana, integrando-se ao grupo de pintores que frequentavam as sessões de modelo vivo, como Alfredo Volpi, Mário Zanini e Penacchi. Zorlini também foi responsável por diversos túmulos e bustos em cemitérios de São Paulo. Faleceu em 1967, deixando um legado significativo nas artes visuais brasileiras
Mário Agostinelli
(Arequipa, Peru, 1915 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2000)
foi um pintor e escultor peruano radicado no Brasil. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes com Daniel Hernandez. Chegou ao Brasil em 1945, realizando sua primeira exposição no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Após residir na França e nos Estados Unidos, fixou-se definitivamente no Brasil em 1969, adquirindo a cidadania brasileira. Sua obra transita entre o expressionismo e o abstrato, com destaque para esculturas em bronze de figuras humanas e animais.
Nicolas Vlavianos
(Atenas, Grécia, 1929 – São Paulo, SP, Brasil, 2022)
Foi um escultor e desenhista grego radicado no Brasil desde 1959. Formado pela École Supérieure des Beaux-Arts e pelo Instituto de Urbanismo da Universidade de Paris, iniciou sua carreira com influências do construtivismo e da arte cinética. Suas esculturas, geralmente em metal, exploram o movimento, o espaço e o equilíbrio.
Foto: Mastrangelo Reino/Folhapress
Luiz 83
(São Paulo, SP, 1983 – vive em São Paulo)
Luiz 83 é o nome artístico de Luiz dos Santos Menezes. Autodidata, sua formação decorre da experiência adquirida nas ruas da cidade como “pixador”, atividade que ofereceu o princípio de um vocabulário plástico que vem sendo refinado a partir de pesquisas que o artista desenvolve com considerável grau de inventividade em meios mais convencionais como o desenho, a pintura e a escultura. Sua experiência profissional como montador de exposições de arte também lhe oferece a oportunidade de permanecer em íntimo contato com obras de caráter clássico e contemporâneo, oportunidade que resulta em conhecimento sensivelmente assimilado. Em suas obras é possível perceber um concretismo de tipo bastante peculiar e sem dúvida sofisticada nas soluções formais e nos arranjos conceituais e de natureza POP qualidade também percebida através de um cromatismo que em geral privilegia cores brilhantes de luminosidade intensa. O artista também tem se dedicado a performances onde coloca em questão o lugar social do negro e tematiza a relação do corpo com seu fazer artístico e interações com a cidade. O artista participou de várias mostras individuais e coletivas entre quais se destacam a individual “Z” na galeria Tato e as coletivas “Tendências da Street Art” no Museu Brasileiro de Escultura e “Pretatitude: insurgências, emergências e afirmações na arte contemporânea afro-brasileira” nos SESC Ribeirão Preto, São Carlos, Vila Mariana e Santos”.
Amilcar de Castro
(Paraisópolis, MG, Brasil, 1920 – Belo Horizonte, MG, Brasil, 2002)
foi um escultor, desenhista, gravador, diagramador e professor brasileiro, reconhecido como um dos principais nomes do neoconcretismo no Brasil. Sua obra escultórica é marcada pelo uso de chapas de ferro cortadas e dobradas em uma única operação, explorando a relação entre forma, espaço e matéria.
Mari Yoshimoto
(Santa Rosa de Viterbo, SP, Brasil, 1931 – São Paulo, SP, Brasil, 1992)
Foi uma artista plástica, escultora, joalheira e figurinista brasileira de ascendência japonesa. Sua formação artística foi ampla e interdisciplinar: estudou pintura com Massao Okinaka (1955–1957), arquitetura contemporânea no Instituto Goethe, história da arte, etnologia e arqueologia no MASP, estética com Anatol Rosenfeld, teatro com Zé Celso e comunicação visual com Flávio Império.
Emanoel Araujo
( Santo Amaro, BA, Brasil, 1940 – São Paulo, SP, Brasil, 2022)
foi um artista visual, curador e museólogo brasileiro, reconhecido por sua contribuição à valorização da cultura afro-brasileira.
Nascido em uma família de ourives, iniciou sua formação artística na juventude, trabalhando com marcenaria e tipografia. Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, destacando-se em gravura e escultura. Em 1972, recebeu a medalha de ouro na 3ª Bienal Internacional de Arte Gráfica de Florença.
Foto: Museu Afro Brasil/Divulgação
Rubens Mano
(São Paulo, SP, Brasil, 1960)
é um artista visual brasileiro cuja obra investiga a relação entre espaço, imagem e paisagem urbana. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Santos em 1984, aprofundou seus estudos em fotografia e concluiu mestrado em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP em 2003.
Marcia Pastore
(São Paulo, SP, 1964)
É uma artista visual brasileira cuja obra transita entre escultura, instalação e arquitetura. Desde o final dos anos 1980, desenvolve uma pesquisa que investiga a relação entre corpo, espaço e matéria, utilizando materiais como ferro, gesso, borracha, vidro, cabos de aço e elementos arquitetônicos. Suas obras exploram forças físicas como tensão, peso e equilíbrio, criando estruturas que dialogam com o espaço expositivo e desafiam a percepção do espectador.
Eliane Prolik
(Curitiba, PR, Brasil, 1960)
É uma artista visual brasileira cuja obra transita entre escultura, instalação e objeto, explorando a relação entre forma, espaço e percepção. Graduada em Pintura e especializada em História da Arte do Século XX pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), aprofundou seus estudos na Itália com o artista Luciano Fabro, ligado à arte povera, na Accademia di Belle Arti di Brera, em Milão.
Desde o final dos anos 1980, Prolik desenvolve uma produção tridimensional marcada por estruturas geométricas que se desdobram no espaço, utilizando materiais como cobre, alumínio e aço. Suas obras frequentemente evocam objetos cotidianos, tensionando a percepção entre o familiar e o abstrato, o leve e o pesado, o estático e o dinâmico.
Haroldo Barroso
(Fortaleza, CE, Brasil, 1935 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 1989)
Foi um escultor, arquiteto e paisagista brasileiro cuja obra se destaca pela integração entre arte, arquitetura e paisagem urbana. Formado em Arquitetura pela Universidade do Brasil em 1959, colaborou com Roberto Burle Marx entre 1954 e 1960, participando de projetos de jardins, painéis e murais escultóricos.
Sua produção escultórica, marcada por formas geométricas e materiais como madeira, metal e granito, está presente em espaços públicos como o Palácio do Planalto, em Brasília, e o Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro. Destaca-se também o “Monumento à Juventude”, instalado em 1974 próximo ao Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
curadoria
Cauê Alves
É mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP. Professor do Departamento de Artes da FAFICLA-PUC-SP, é curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo e coordenador do grupo de pesquisa em História da Arte, Crítica e Curadoria (CNPq). Publicou diversos textos sobre arte, entre eles no catálogo Mira Schendel (Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Pinacoteca de São Paulo e Tate Modern, 2013). Foi curador-chefe do Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE, 2016-2020), curador assistente do Pavilhão Brasileiro na 56ª Bienal de Veneza (2015) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011).
Gabriela Gotoda
(São Paulo, 1998)
Gabriela Gotoda é pesquisadora e curadora de artes visuais. Bacharel em Arte: História, Crítica e Curadoria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, publicou textos biográficos sobre Edgar Degas (MASP, 2021), John Graz (Pinacoteca de São Paulo, 2021) e Ozias (Danielian, 2024) e atua com curadoria e processos editoriais em instituições de arte e galerias em São Paulo desde 2019. Integra a equipe curatorial do Museu de Arte Moderna de São Paulo desde 2022, onde é responsável pelo acompanhamento curatorial das publicações do museu e da curadoria das exposições “Lina Bo Bardi e o MAM no Parque” (2023), “Clube de colecionadores MAM São Paulo: Técnicas de diversão na arte contemporânea” (2024), e “MAM São Paulo: Encontros entre o moderno e o contemporâneo” (2025)
imagens
Amilcar de Castro, Sem título, 1971. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Haroldo Barroso, Sem título, 1977. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Hisao Ohara, Pedra Torcida, 1985. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Marepe, O telhado, 1998. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Marcelo Arruda
Luiz 83, Sem título, 2025. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Renato Parada
Amilcar de Castro, Sem título, 1971. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Haroldo Barroso, Sem título, 1977. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Hisao Ohara, Pedra Torcida, 1985. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Romulo Fialdini
Marepe, O telhado, 1998. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Marcelo Arruda
Luiz 83, Sem título, 2025. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Renato Parada
mídias assistivas
Texto curatorial em linguagem simples – Jardim do MAM no SESC
Descrição espaço
Mario Agostinelli – Cavalo – 1971
Regina Silveira – Masterpieces In Absentia Calder – 1998
Ivens Machado – Sem título – 1985
Roberto Moriconi – Intervenção na árvore – 1974
Bruno Giorgi – Atleta em descanso – 1976
Alfredo Ceschiatti – Flora – 1957
Alfredo Ceschiatti – Tanagra – 1955
Amilcar de Castro – Ferro – 1971
Mari Yoshimoto – Escultura II – 1975
Nicolas Vlavianos – Pássaro – 1971
Emanoel Araújo – Estrutura vermelha – 1981
Rubens Mano – Sem título – 2000
Haroldo Barroso – Sem título – 1977
Marepe – O Telhado – 1998
Luiz 83 – Sem título – 2015
Márcia Pastore
Alfredo Ceschiatti – As irmãs
Hisao Ohara – Pedra torcida
Felícia Leirner – Escultura
Eliane Prolik – Aparador
Videoguia | 01. Introdução
Videoguia | 02. Jardim de esculturas do MAM
Videoguia | 03. O jardim de Burle Marx
Videoguia | 04. Reencenação do Jardim do MAM no Sesc Vila Mariana
Videoguia | 05. Artistas e obras
Videoguia | 06. A relação com a obra e o educativo
serviço
Exposição:
Jardim do MAM no Sesc
Local:
Sesc Vila Mariana
Curadoria:
Cauê Alves e Gabriela Gotoda
Abertura:
14 de maio, quarta-feira, às 19h
Período expositivo:
15 de maio a 31 de agosto de 2025
Endereço:
R. Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo – SP
Entrada gratuita
Sensibilidades em transmutação
Entre o que se queima e o que renasce, diversos processos naturais se dão por meio do fogo e seu poder de transformação. Em uma conjuntura em ebulição — seja em termos das mudanças sociais que se sobrepõem, seja no sentido literal, que se apresenta com o aquecimento global —, sublinha-se o papel da arte enquanto prática dedicada a articular simbolicamente o real.
A 38ª edição do Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus chega ao Sesc Campinas como brasa viva, reunindo produções que iluminam e elaboram sensibilidades, identidades e experiências provenientes de diversos contextos do país. Constituindo-se como reflexão crítica à realidade nacional, a mostra reúne artistas cujas práticas atravessam questões urgentes: do ecológico ao tecnológico, do político ao espiritual.
Como matéria em transmutação, essas produções amolecem limites da linguagem e ativam memórias coletivas contra hegemônicas, propondo não apenas reflexão, mas ação. A partir de uma compreensão do espaço expositivo como ambiente onde contrastes e conexões se fundem, as obras selecionadas operam como dispositivos de fissura — expõem rachaduras em lógicas cristalizadas e sugerem novos modos de habitar o mundo.
Com esta itinerância da mostra, inaugurada em 2024 no MAC USP e realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Sesc busca ampliar o acesso às camadas simbólicas que compõem a exposição. Além da visitação, a programação inclui mediações educativas que aprofundam as instâncias de partilha entre artistas e públicos. Como os estados transitórios da matéria que o calor enseja, interessa à instituição constituir-se como espaço educativo em que processos subjetivos entre o que foi e o que está por vir se dão, revelando-se nas experiências criadoras próprias ao campo artístico.
Luiz Deoclecio Massaro Galina Diretor do Sesc São Paulo
A série Panorama da Arte Brasileira é um marco na história das exposições. Iniciado em 1969, o Panorama do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo) contribuiu com suas diversas mostras para a formação do acervo de arte contemporânea do museu.
Com curadoria de Germano Dushá, Thiago de Paula Souza e Ariana Nuala, a presente edição, intitulada Mil graus, aborda o mundo contemporâneo a partir de condições extremas, tanto no sentido de questões históricas e sociopolíticas, como também em relação a discussões ecológicas e tecnológicas, promovendo iniciativas que estimulem a reflexão sobre arte na nossa sociedade.
Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com outras instituições culturais no estado de São Paulo. Realizar a itinerância do 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no Sesc Campinas é um novo momento de integração e soma de esforços em benefício da arte.
Elizabeth Machado Presidente da Diretoria do Museu de Arte Moderna de São Paulo
Cauê Alves Curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo
Intitulado Mil graus, o 38º Panorama da Arte Brasileira elabora criticamente a realidade atual do país sob a noção de calor-limite — uma temperatura em que tudo se transforma. O projeto busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea brasileira, estabelecendo pontos de contato e contraste entre diversas pesquisas e práticas que, em comum, compartilham uma alta intensidade energética. Ao reunir artistas e outros agentes que abordam questões ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais, a exposição serve também como um ativador da memória e do debate público. Como conjunto, as obras driblam os limites da linguagem e seus sentidos preestabelecidos, revelando signos universais por meio de gestos e sotaques regionais. A ideia de uma temperatura oposta ao zero absoluto — ou seja, um quente absoluto — aponta os interesses deste Panorama por experiências radicais, condições extremas, sejam elas climáticas ou metafísicas, e estados transitórios da matéria e da alma que nos põem diante da transmutação como destino inevitável.
Ao longo do processo de pesquisa que fundamentou a exposição, cinco linhas conceituais emergiram para aterrar o pensamento curatorial. Como bússolas que orientam questões fundamentais do projeto, os eixos ajudaram na criação do recorte da cena contemporânea brasileira que está registrada neste Panorama. No entanto, não foram usados para segmentar a mostra e nem se aplicam como categorias ou agrupadores. São fios condutores que instigam reflexões e leituras e traçam possíveis relações entre os trabalhos a partir dessas perspectivas.
Ecologia geral
Noções ecológicas e práticas ambientais ampliadas que se orientam por uma visão de interconectividade total. Ao rejeitar dogmas antropocêntricos e dicotômicos que separam a cultura da natureza orgânica, esses movimentos abraçam a pluralidade das formas de vida e seus jogos biológicos. Sob um crescente senso de urgência, essas correntes de pensamento propõem outras concepções sobre a condição humana e traçam novos caminhos para atuarmos e nos relacionarmos com o planeta e seus muitos agentes.
Territórios originários
Narrativas e vivências de povos originários, quilombolas e de outros modos de vida fora da matriz uniformizante do capital, capazes de refletir visões alternativas sobre a invenção e a atual conjuntura do Brasil. Nesse sentido, invocam energias ancestrais, mitologias configurantes e consciências expandidas para trazer à tona invenções estéticas, tecnologias socioambientais e articulações transpolíticas. Seja na luta pela demarcação de terras ou em estratégias diversas para fortalecer comunidades autônomas, o que está em jogo é a multiplicação das possibilidades vitais diante do agouro de um futuro incerto.
Chumbo tropical
Leituras críticas que subvertem imaginários e representações do Brasil, pondo em xeque aspectos centrais da identidade nacional. Nesse sentido, contrastam — ou equacionam — os fetiches ligados à ideia de paraíso dos trópicos ao peso dos séculos de colonização escravocrata e extrativista, do colosso modernista, do ímpeto conservador e autoritário — e sua inevitável militarização —, e da eterna promessa de decolagem da economia. Essas propostas confrontam premissas funestas e incendeiam prisões históricas para desnaturalizar a devastação ambiental, a especulação financeira e a opressão racial.
Corpo-aparelhagem
Intervenções experimentais e reflexões sobre a contínua transmutação corpórea dos seres e das coisas, com seus hibridismos e suas inter-relações. Este eixo abrange a cultura de reprodução técnica, do sample e da apropriação; as relações entre tecnologia de ponta e gambiarra engenhosa; os efeitos da alta conectividade à internet; e as noções de biohacking e modificações corporais sob um imaginário ciborgue, transhumano e pós-humano. Imagens e sonoridades são remixadas, distorcidas e, por vezes, desmanchadas, como modo de encarar frontalmente as consequências radicais de um mundo em transformação vertiginosa.
Transes e travessias
Conhecimentos transcendentais, práticas espirituais e experiências extáticas que canalizam os mistérios vitais. São rituais, instrumentos e espaços que conjuram alentos para alimentar a alma e pulsões para animar o corpo, alcançando proteções, fundamentando resistências e reelaborando condições opressivas e traumas confinantes. São embarcações que navegam por encruzilhadas e atravessamentos, indo além das fronteiras da matéria e das percepções terrenas para conectar com o etéreo e coexistir com o desconhecido.
Mantenedores do MAM São Paulo
realização
A coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo, com mais de 77 anos de história, é marcada por transformações e reformulações que refletem sua importância para a arte moderna e contemporânea no Brasil. Desde a segunda metade da década de 1960, o acervo do MAM vem sendo renovado e ampliado. Contando com doações significativas de colecionadores, críticos e outros incentivadores da arte, assim como dos próprios artistas, o MAM reúne hoje mais de 5 mil obras. Grande parte delas, porém, corresponde à chamada “arte contemporânea”, que se refere, de modo geral, à produção dos artistas nos últimos 60 anos. Esse contingente supera em quantidade e volume as obras de “arte moderna”, aquelas usualmente vinculadas às vanguardas modernistas da primeira metade do século XX.
Diante do encontro entre arte moderna e contemporânea no acervo do MAM, podemos refletir sobre o debate recorrente em torno das definições de “modernidade” e “contemporaneidade” e os modos como estas se relacionam com as produções artísticas. Afinal, as narrativas históricas que pontuam a arte moderna e a arte contemporânea numa linha do tempo nem sempre dão conta de determinar a sua separação, à medida que partidos estéticos e assuntos convergem e se misturam, inclusive em inúmeras obras pertencentes à coleção do MAM.
Se o início da arte moderna se deu com as vanguardas europeias na virada entre os séculos XIX e XX, a produção dos modernistas brasileiros se estendeu pela maior parte desse último século, colocando-a, assim, em um ritmo próprio de elaboração e superação. De fato, o início da produção contemporânea no Brasil pode ser compreendido a partir do desdobramento de uma das últimas vanguardas modernistas, o construtivismo, nas vertentes concretista e neoconcretista e seu diálogo com vanguardas distópicas como a pop art.
A arte moderna nasce como uma ruptura com o passado e com a arte acadêmica. Já a arte contemporânea representa, para muitos, uma quebra em relação aos preceitos modernos, como o formalismo e a especificidade técnica dos suportes, introduzindo novas linguagens e mídias. A noção de vanguarda, típica da arte moderna, que sonhou em revolucionar o mundo e representou uma promessa de liberdade, tende a se perder no momento contemporâneo. Na arte mais recente, a ideia romântica de um mundo melhor perde espaço, assim como a crença na razão e no cientificismo, dando lugar para reflexões sobre a insustentabilidade dos nossos modos de vida e para microutopias almejadas individualmente.
Obras de diferentes períodos da história da arte brasileira recente estão reunidas em seis núcleos na exposição: “Natureza: fim da representação”, “Ambiente urbano: habitat da modernidade”, “Corpos: políticas da relação”, “Formas de construir e romper”, “Fragmentos, gestos e abstrações”, e “Mídias: tradições atualizadas”. Esses núcleos temáticos aproximam produções de tempos e contextos distintos para demonstrar que a recorrência de questões da modernidade na contemporaneidade é um dado próprio do tempo vivido e muitas vezes em períodos sobrepostos. No interior dos núcleos, trabalhos produzidos por artistas em atividade dialogam com obras vinculadas às vanguardas modernistas. Seja através de qualidades visuais, ou de procedimentos técnicos e conceituais, essas obras prolongam até os dias atuais questões inicialmente desveladas pela modernidade industrial, que continuam sendo desdobradas pelos esforços desenvolvimentistas e pelo avanço tecnológico. A percepção de continuidade nessas formas de pensar e revelar a realidade é justamente a ferramenta crítica que a sociedade necessita para lidar com os desafios distópicos que se apresentam a todo o mundo.
O acervo atual do MAM nos coloca, assim, questões que esbarram em problemáticas culturais, sociais e históricas: Qual é a relação entre as ideias de “moderno” e “contemporâneo”? Em que diferem e o que as aproxima? E como isso implica nas nossas formas de produzir cultura e narrar a história? Trata-se apenas de uma distinção de períodos ou estilos? Certamente há diferenças históricas e teóricas que merecem ampla discussão, mas, afinal, é possível traçar com precisão a fronteira visual e temporal entre a arte moderna e a arte contemporânea? De que modo isso se relaciona com a percepção do tempo histórico, e do tempo vivido? A exposição aponta para essas questões, não para respondê-las definitivamente, mas sim para contribuir com outras formas de abordagem, oferecendo ao público autonomia para se surpreender com as reflexões despertadas pela arte, seja de qual tempo ela for.
Capa do catálogo do 30º Panorama da Arte Brasileira: Contraditório (2007)
Com curadoria de Moacir dos Anjos, a 30ª edição do Panorama recebeu o subtítulo “Contraditório”. Sem a pretensão de apresentar um mapeamento totalizante da produção nacional em curso, o curador ponderou sobre o próprio sentido do Panorama na contemporaneidade, assumindo seu caráter especulativo e reflexivo acerca das singularidades da arte brasileira.
Com curadoria de Moacir dos Anjos, a 30ª edição do Panorama recebeu o subtítulo “Contraditório”. Sem a pretensão de apresentar um mapeamento totalizante da produção nacional em curso, o curador ponderou sobre o próprio sentido do Panorama na contemporaneidade, assumindo seu caráter especulativo e reflexivo acerca das singularidades da arte brasileira.
Através de um elenco diverso de 27 artistas, dos quais a exposição apresentou 37 obras, o 30º Panorama empenhou-se em evidenciar os entraves para uma definição de “arte brasileira” num contexto de acelerado esmaecimento das fronteiras rígidas que separam as formas culturais de diferentes locais.
Por ocasião do 30º Panorama, a Telefônica patrocinou as aquisições de algumas obras da exposição, contemplando os artistas João Modé, Laura Lima, Lucia Koch/Gabriel Acevedo Velarde e Marilá Dardot. Essa foi a última edição do Panorama em que aquisições foram realizadas por financiamento dos patrocinadores da mostra.
Artistas: Barrão | Brigida Baltar | Cao Guimarães | Pablo Lobato | Chelpa Ferro | Cinthia Marcelle | Debora Bolsoni | Delson Uchôa | Efrain Almeida | Gil Vicente | João Modé | Laura Belém | Laura Lima | Lúcia Koch | Gabriel Acevedo Velarde | Luiz Braga | Marcelo Silveira | Marcellvs L. | Marcius Galan | Marepe | Marilá Dardot | Martinho Patrício | Matheus Rocha Pitta | Milton Marques | Paulo Nenflídio | Rivane Neuenschwander | Rogério Canella | Vânia Mignone | Waléria Américo
Capa do catálogo do 1º Panorama de Arte Atual Brasileira (1969)
A 1ª edição do Panorama, inicialmente chamado Panorama de Arte Atual Brasileira, foi realizada por sua idealizadora, Diná Lopes Coelho, e outros diretores do MAM à época, que formaram uma comissão e selecionaram as obras da exposição através de convites feitos a artistas indicados pela crítica especializada. Essa forma de organização se manteve com pouca mudança até, pelo menos, o início da década de 1980.
Com cerca de 100 artistas e mais de 500 obras, a edição inaugural do Panorama celebrou a vinda do museu para sua nova sede no Parque Ibirapuera, como registrado no convite de abertura da exposição.
Artistas: Ado Malagoli | Agustin Urban | Aldir Mendes de Souza | Alice Brili | Antonio Henrique Amaral | Armando Balloni | Bernardo Cid | Bin Kondo | Roberto Burle Marx | Carybé | Chanina Luwisz Szejnbejn | Danilo Di Prete | Flexor | Floriano Teixeira | Frank Schaeffer | Tikashi Fukushima | Genaro de Carvalho | Clovis Graciano | Ianelli | Inimá | Ionaldo Cavalcanti | Ione Saldanha | Iracema | Ismenia Coaracy | José Antonio da Silva | José Moraes | Juarez Paraíso | Judith Lauand | Maria Helena Andres | M. H. Chartuni | Maria Lentini | Maria Polo | Mario Gruber | Mario Zanini | Tetsuo Nomura | Oswald de Andrade Filho | Paulo Becker | Pedro Tort | Ribolo Gonsales | Rubem Valentim | Sachiko Koshikoku | Carlos Scliar | Sepp Baendereck | Silva Costa | Thomaz | Tomie Ohtake | Vilma Pasqualini | Kazuo Wakabayashi | Waldemar da Costa | Walter Levy | Wega Nery | Yolanda Mohalyi | Aldemir Martins | Anesia Pacheco e Chaves | Berco Udler | Charoux | Darcy Penteado | Darel | Ely Bueno | Flavio de Carvalho | Gerda Brentani | Guilherme de Faria | Ítalo Cencini | João Câmara | João Osório Brzezinski | José Cláudio da Silva | Luiz D’Horta | Mira Schendel | Moacyr Rocha | Quissak Jr. | Solange Botelho | Toyota | Zenon Barreto | Ana Bella Geiger | Ana Letycia Quadros | Conceição Pilô | Dorothy Bastos | Edith Behring | Fayga Ostrower | Marcelo Grassmann | Hansen-Bahia | Hans Suliman Grudzinski | Henrique Leo Fuhro | Izar | Lucilia de Toledo Mezzotero | Maria Bonomi | Marina Caram | Miriam Chiaverini | Newton Cavalcanti | O. Guersoni | Paulo Menten | Sonia Castro | Wilma Martins | Yara Tupinamba | Corbiniano Uns | Heinz Kuhn | Maria Guilhermina | Francisco Stockinger | Zelia Salgado | Jacques Douchez | Nicola
Capa do catálogo do 2º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1970)
A partir do 2º Panorama, em 1970, até a 23ª edição, em 1993, os Panoramas do MAM foram realizados quase anualmente, intercalando mostras dedicadas às técnicas e aos suportes artísticos mais convencionais, inicialmente descritos como “Pintura”, “Desenho e Gravura”, e “Escultura e Objeto”.
Em 1970, a exposição se dedicou à pintura, com mais de 200 obras de 56 artistas, incluindo nomes como Antonio Henrique Amaral, Tomie Ohtake, Wanda Pimentel e Alfredo Volpi, que recebeu o Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo. A partir desse Panorama foram instituídos os prêmios de aquisição que contribuíram para a formação do acervo do MAM.
Artistas: Abelardo Zaluar | Ado Malagoli | Alberto Teixeira | Aldemir Martins | Alice Brill | Antonio Arney | Antonio Henrique Amaral | Ascanio M.M.M. | Benjamin Silva | Berco Udler | Bernardo Cid | Betty King | Aido Bonadei | Lothar Charoux | Cybele Varela | Décio Noviello | Danilo di Prete | Humberto Espíndola | Fernando Lemos | Hermelindo Fiaminghi | Flavio de Carvalho | Samson Flexor | Georgete Melhem | Victor Gerhard | Clovis Graciano | Helena Wong | Henrique Boese | Arcangelo Ianelli | Ionaldo Cavalcanti | João Osorio Brzezinski | José Moraes | Maria do Carmo Fortes Secco | Maria Helena Andrés | Maria Leontina | Maria Polo | Fernando Odriozola | Paulo Becker | Pedro Tort | Quissak Jr. | Francisco Rebolo Gonsales | Sepp Baendereck | Silvio Oppenheim | Thomaz Ianelli | Tomie Ohtake | Tomoshige Kusuno | Carlos Vergara | Vilma Pasqualini | Alfredo Volpi | Kazuo Wakabayashi | Waldemar da Costa | Waldeny Elias | Walter Lewy | Wanda Pimentel | Wega Nery | Anatol Wladyslaw | Yolanda Mohalyi
Capa do catálogo do 3º Panorama de Arte Atual Brasileira: Desenho e Gravura (1971)
Em 1971, a 3ª edição do Panorama se dedicou ao desenho e à gravura, reunindo 101 artistas e quase 500 obras. Nessa ocasião, foram premiados os artistas Lothar Charoux, na categoria desenho, e Maria Bonomi, na categoria gravura.
A partir do Panorama anterior, em 1970, foram instituídas comissões oficiais, encarregadas de selecionar os artistas e as obras para as exposições, assim como a atribuição de prêmios. Veja abaixo os nomes de integrantes dessas comissões nos anos 1970:
Arcangelo Ianelli (1978 e 1979), Arnaldo Pedroso D’Horta (1970 a 1973), Arthur Octavio de Camargo Pacheco (1970 a 1978), Danilo Di Prete (1979), Diná Lopes Coelho (1970 a 1979), Fábio Magalhães (1979), Fernando Cerqueira Lemos (1979), Flávio Pinho de Almeida (1979), José Nemirovsky (1977 a 1979), Luís Martins (1971 a 1977), Norberto Nicola (1979), Paulo Mendes de Almeida (1970 a 1976).
Artistas: Abelardo Zaluar | Agi Straus | Anésia Pacheco e Chaves | Antonio Lizárraga | Augusto Rodrigues | Berco Udler | Carlos Leão | Carybé | Claudio Tozzi | Colangelo | Darcilio Lima | Dileny Campos | Ely Bueno | Eurydice | Flávio de Carvalho | Gerda Brentani | Giselda Leirner | Marcelo Grassmann | Guilherme de Faria | H. Fuhro | João Suzuki | José Claudio | José Ronaldo Lima | Juarez Magno | Juarez Paraíso | Lourdes Cedran | Luis D’Horta | Luis Fernando Penteado | Maria Carmen | Maria do Carmo F. Secco | Maria Helena Andrés | Marina Caram | Milton Dacosta | Suzana Lobo | Trindade Leal | Tuneu | Vara Tupynambá | Wega Nery | Zenon | Anna Bella Geiger | Anna Letycia | Babinski | Bethy Giudice | Maria Bonomi | Calasans Neto | Conceição Piló | Danubio Gonçalves | Décio Noviello | Dora Basilio | Dorothy Bastos | Edison da Luz | Edith Behring | Emanoel Araujo | Esmeraldo | Fayga Ostrower | Geza Heller | Hans Suliman-Grudzinski | Irma Neumann | Isabel Pons | Izar do Amaral Berlinck | Vera Chaves Barcellos | Wilma Martins | Zoravia Bettiol | João Luiz Chaves | José Lima | Lucilia de Toledo Mezzotero | Marília Rodrigues | Massuo Nakakubo | Miriam Chiaverini | Newton Cavalcanti | Odetto Guersoni | Paulo Menten | Arthur Luiz Piza | Raimo | Rapoport | Roberto de Lamonica | Rossini Perez | Ruth Bess Courvoisier | Gilvan Samico | Sônia Castro | Stella Maris Figueiredo Bertinazzo | Mira Schendel | Montez Magno | José Alberto Nemer | Octávio F. de Araújo | Odila Mestriner | Quissak Jr. | Ricardo Augusto | Sara Avila | Silvio Oppenheim | S. Jaguaribe Ekman | Sonia von Brüscky | Gilvan Samico | Odetto Guersoni | Paulo Menten | Arthur Luiz Piza | Raimo | Roberto de Lamonica | Rossini Perez | Ruth Bess Courvoisier | Gilvan Samico
Capa do catálogo do 4º Panorama de Arte Atual Brasileira: Escultura e Objeto (1972)
Dedicando-se a escultura e objeto, o Panorama de 1972 foi a última mostra do primeiro ciclo de alternância das técnicas artísticas entre as edições da mostra. Ao contemplar a categoria de objeto, além de escultura, o 4º Panorama evidenciava seu caráter contemporâneo, pois muitas obras tridimensionais não se conformam à definição convencional de escultura (isto é, uma obra que resulta do ato de esculpir).
Participaram 71 artistas e quase 200 obras, e foram premiados Ascânio MMM, em escultura, e Yutaka Toyota, em objeto.
Artistas: Alfredo Ceschiatti | Amílcar de Castro | Ana Maria Pacheco | Ascânio MMM | Bruno Giorgi | Caciporé Torres | Calabrone | Ciler Machado | Clelia Cotrim Alves | Corbiniano Lins | Efisio Putzolu | Elke Hering Bell | Francisco Stockinger | Franz Weissmann | Frederico Jayme Nasser | Geraldo Mayer Jorgensen | Gustavo Ritter | Jackson Ribeiro | Joyce Schleininger | Karoly Pichler | Frans Krajcberg | Liuba | Lourdes Cedran | Lucia Fleury | Maria Guilhermina | Mario Agostinelli | Mario Cravo Neto | Mario Francisco Ormezzano | Mari Yoshimoto | Masumi Tsuchimoto | Maurício Salgueiro | Moussia | MS-2 (Maria Bonomi e Salvatore Iannacone) | Nicolas Vlavianos | Pagnano | Quissak Jr. | Roberto Cidade | Tennius | Vasco Prado | Zelia Salgado | Adolpho Hollanda | Aldir | Antonio Lizárraga | Carmen Bardy | C. Peretti | Cybèle Varela | Dorée Camargo Coteca | Gastão Manoel Henrique | Ilsa Monteiro | Ione Saldanha | João Carlos Galvão | João Osório Brzezinski | José de Moura Resende Fº | Luiz Paulo Baravelli | Marcello Nitsche | Montez Magno | Nelson Leirner | Osmar Dillon | Paulo Bicchi | Paulo Roberto Leal | Raymundo Colares | Reinaldo Eckenberger | Joaquim Tenreiro | Teresa Nazar | Teresinha Soares | Waldemar Cordeiro | Yutaka Toyota
Capa do catálogo do 5º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1973)
O 5º Panorama do MAM voltou a contemplar obras categorizadas como pintura. Participaram 75 artistas e foram reunidas mais de 260 obras. Os artistas Arcangelo Ianelli e Wanda Pimentel foram premiados, sendo a última contemplada pelo Prêmio-Estímulo Caixa Econômica Federal, atribuído pela primeira vez nesta 5ª edição do Panorama.
Artistas: Ado Malagoli | Alberto Teixeira | Alice Brill | Aloísio Magalhães | Antônio Henrique Amaral | Arcângelo Ianelli | Arnaldo Barbosa | Alfredo Volpi | Bernardo Cid | Bida Gomes de Mattos | Carlos Alberto Fajardo | Carlos Bracher | Carlos Lemos | Pietrina Checcacci | Clarisse Gueller | Cláudio Tozzi | Clodomiro Lucas | Danilo Di Prete | Darcy Penteado | Evany Fanzere | Fernando Lemos | Fernando Odriozola | Francisco Rebolo | Frederico Jayme Nasser | Fukushima | Fúlvio Pennacchi | Gisela Eichbaum | Helena Wong | Helenos | Henrique Boese | Hermelindo Fiaminghi | Ismênia Coaracy | Ivan Freitas | João Câmara | José Antônio da Silva | José Moraes | José Paulo | Loio Pérsio | Lourenço | Luiz Paulo Baravelli | Manabu Mabe | Maria Leontina | Maria Polo | Maria Tomaselli Cirne Lima | Marina Caram | Maurício Nogueira Lima | Noêmia Mourão | Orlando Morgantini | Pedro Tort | Quirino da Silva | Quissak Jr. | Rafael Maia Rosa | Regina Vater | Reynaldo Fonseca | Rubem Ludolf | Rubens Gerchman | Samuel Szpigel | Sendin | Silvio F. Oppenheim | Joaquim Tenreiro | Thomaz | Tomie Ohtake | Vilma Pasqualini | Tuneu | Wakabayashi | Waldemar da Costa | Walter Lewy | Wanda Pimentel | Wega Nery | Yolanda Mohalyi | Zaluar
Capa do catálogo do 6º Panorama de Arte Atual Brasileira: Desenho e Gravura (1974)
A 6ª edição do Panorama, dedicada a desenhos e gravuras, reuniu 116 artistas e 452 obras. Foram premiados Juarez Magno e Luiz Paulo Baravelli, na categoria desenho, e Anna Letycia Quadros e Danúbio Gonçalves, na categoria gravura.
Capa do catálogo do 7º Panorama de Arte Atual Brasileira: Escultura e Objeto (1975)
Contando com 71 artistas e quase 200 obras, o 7º Panorama de Arte Atual reuniu obras categorizadas como escultura e objeto. Novamente, foram premiados artistas em ambas as categorias: Franz Weissmann e José Resende, em escultura, e Rubem Valentim e Sergio Augusto Porto, em objeto.
Artistas: Abelardo da Hora | Alfredo Ceschiatti | Amélia Toledo | Astrio Hermann | Caciporé Torres | Calabrone | Carmen Bardy | Cleber Machado | Clélia Cotrim | Corbiniano Lins | Ebling | Edo Rocha | Franz Weissmann | Haroldo Barroso | Hisao Ohara | Jackson Ribeiro | Joaquim Tenreiro | José Resende | Karol V. Pichler | Liuba | Lizarraga | Lourdes Cedran | Lúcia Fleury | Maria Guilhermina | Marília Kranz | Mário Agostinelli | Mário Cravo Jr. | Mário Cravo Neto | Mário Ormezzano | Mari Yoshimoto | Masumi Tsuchimoto | Maurício Salgueiro | Megumi Yuasa | Moriconi | Nicolas Vlavianos | Pagnano | Pedro Pinkalsky | Sérgio Camargo | Tatti Moreno | Tenius | Toyota | Vasco Prado | Zenon | Aluísio Carvão | Antônio Mir | Ascânio MMM | Bené Fonteles | Décio Ambrósio | Doree Gamar | Evany Fanzere | Farnese de Andrade | Geraldo Maver Jürgensen | Gerty Saruê | Gilberto Jiménez | Gilka Vianna | Ilsa Monteiro | Ione Saldanha | Jandyra Waters | João Carlos Galvão | José Ronaldo Lima | José Tarcísio | Juarez Para | Luiz Paulo Baravelli | Márcia Barrozo do Amaral | Peretti | Rose Lutzenberger | Rubem Valentim | Sérgio Augusto Porto | Solange Escosteguy | Ubi Bava | Vilma Rabello Machado
Capa do catálogo do 8º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1976)
No Panorama de 1976, foram reunidas quase 250 pinturas de 85 artistas, sendo contemplados com prêmio os artistas Takashi Fukushima e Wilma Martins.
O 8º Panorama foi o último em que as obras dos artistas premiados com o Prêmio-Estímulo foram automaticamente incorporadas ao acervo do MAM. A partir das próximas edições, alguns dos artistas premiados voluntariamente f izeram doações para o museu, nem sempre doando as mesmas obras expostas no Panorama.
Desde o 1º Panorama, a pintura figurativa e um novo realismo ganhavam espaço em relação ao abstracionismo e a geometria mais presentes na produção na década de 1950. Isso não foi diferente no 8º Panorama, como relata uma crítica publicada na Folha de S. Paulo à época e que destacava os modos como a exposição capturou essa transição na pintura brasileira pós-concretismo.
Artistas: Agi Straus | Aldir | Alice Brill | Anatol Wladyslaw | Antonio Henrique Amaral | Antonio Maia | Armando Sendin | Alfredo Volpi | Benjamin Silva | Bernardo Cio | Bia Wouk | Carlos Bracher | Carlos Eduardo Zimmermann | Carlos Lemos | Carlos Magano | Claudio Tozzi | Cleber Gouveia | Darel Valença Lins | D.J. Oliveira | Eu Heil | Emi Mori | Enéas Silva | Ermelindo Nardin | Estrigas | Floriano Teixeira | Fernando Coelho | Francisco Biojone | F. Rebolo | Tikashi Fukushima | Fulvio Pennacchi | Gilberto Salvador | Gisela Eichbaum | Glauco Pinto de Moraes | Glenio Bianchetti | Gregorio | Gretta | Gudino | Hedva Megged | Helena Wong | Helenos | Henrique Boese | Hermelindo Fiamminghi | Ianelli | Ilsa Monteiro | Irene Buarque de Gusmão | Ivan Freitas | José Antonio da Silva | João E. Adamoli | José Moraes | José Maria Dias da Cruz | J. Toledo | Manoel D’Assumpção Santiago | Maria Helena Andrés | Maria Luiza Leão | Maria Tomaselli Cirne-Lima | Marilia Torres | Marly Döring | Mauricio Nogueira Lima | Octavio Araújo | Paulo Roberto Leal | Pedro Tort | Philip Hallawell | Pierre Chalita | Pietrina Checcacci | Pindaro Castelo Branco | Ouissak Jr. | Reynaldo Fonseca | Roberto Vieira | Sant’Clau | Saverio Castellano | Sepp Baendereck | Silvio F. Oppenheim | Siron Franco | Takashi Fukushima | Tancredo de Araújo | Thomaz Ianelli | Tomie Ohtake | Tomoshige Kusuno | Tuneu | Vilma Pasqualini | Waldemar da Costa | Walter Lewy | Wega Nery | Wilma Martins | Yolanda Mohalyi
Capa do catálogo do 9º Panorama de Arte Atual Brasileira: Desenho e Gravura (1977)
O 9º Panorama de Arte Atual Brasileira apresentou 140 artistas e mais de 400 obras em desenho e gravura. Foram premiados, na categoria desenho, Amilcar de Castro e Jair Glass e, na categoria gravura, Emanoel Araújo e Ivone Couto.
Artistas: Alicia G. Rossi | Alfredo Caetano | Álvaro Apocalypse | Aloysio Zaluar | Anatol Wladyslaw | Amílcar de Castro | Arlindo Daibert | Antonio Lizárraga | Benjamim | Bathista Sena | Carlos Carrion de Britto Velho | Bia Wouk | Celina Lima Verde de Carvalho | Carlos Eduardo Zimmermann | Lothar Charoux | Maria Bonomi | Mira Schendel | Moacyr Rocha | Saverio Castellano | Thereza Miranda | Vera Boca Yuva Mindlin | Gregorio | Gisela Eichbaum | Glauco Pinto de Moraes | Helena Maria (Beltrão de Barros) | Gretta | Inácio Rodrigues | H. Fuhro | Ivan Fernandes | Isabel Bakker | Joaquim Arino Duran | Jair Glass | Junia Dantas | José Ronaldo Lima | Luis Carlos Lindenberg | Lourdes Cedran | Luiz Paulo Baravelli | Ruth Bess Courvoisier | Ricardo Augusto | Zoravia Bettiol | Vera Salamanca | Wilson Georges Nassif | Yara Tupynambá | Zaragoza | Zenon | Anna Carolina | Maria do Carmo Campos Guaroia | Maria Inês Rodrigues Kliemann | Maria Luisa Beer | Marília Rodrigues | Mário Gruber | Marlene Hori | Maty Vitart | Maurício Cals | Marcos Concilio | Olney Krose | Odilla Mestriner | Paiva Brasil | Philip Hallawell | Oussak Jr. | Reynaldo Fonseca | Roberto Galvão | Roberto Franco | Rubens Gerchman | Sepp Baendereck | Norberto Stori | Tancredo de Araújo | Tomos Hige Kusuno | Arthur Octavio de Camargo Pacheco | Clarisse Gueller | Claudio Tozzi | Conceição Piló | Danúbio Gonçalves | Dori Cabral | Dorothy Bastos | Fábio Magalhães | Gert V. Sarut | Gastão de Magalhães | Gilberto Salvador | Gilka Vianna | Guilherme de Faria | Hannah Brandt | Hipólito Rocha Junior | Massuo Nakakubo | Mira Schendel | Moacyr Rocha | Mário de Andrade | Luiz Carlos Brugnera | Luiz Sacilotto | Marilu Beer | Maria Luiza Guimarães | Maria Cecília Leme | Marlise Matheus | Omar Gonçalves de Souza | Oraci Gimenes | Orlando Silva | Patricia Galvão | Paulo Climachauska | Pedro Costa | Plínio Marcos | Ricardo Parise | Rosa Iavelberg | Ruth Apolônio | Sérgio Zanni | Tereza Augusta | Walter Goulart | Walter Lewy | Zarzur Filho | Zé Walter | Antonio Bandeira | Frederico Bracher | Mario Gruber | Juarez Machado | Ivo Vignoli | Iberê Camargo | Luiz Sacilotto | Aldemir Martins | Arcangelo Ianelli | Sérgio Camargo | Abraham Palatnik | Franz Weissmann | Mira Schendel | Fayga Ostrower | Rubem Valentim | Claudio Tozzi | Sergio de Camargo | Regina Silveira | Waltercio Caldas | Tomie Ohtake | Antonio Dias | Wesley Duke Lee | Maria Martins | Fayga Ostrower | Arcangelo Ianelli | Rubem Valentim | Antonio Henrique Amaral | Nelson Leirner | Mira Schendel | Abraham Palatnik | Antonio Dias
Capa do catálogo do 10º Panorama de Arte Atual Brasileira: Escultura e Objeto (1978)
O 10º Panorama fechou o terceiro ciclo de exposições dedicadas às diferentes técnicas artísticas, apresentando 160 obras, de 58 artistas, categorizadas como objetos ou esculturas. Amilcar de Castro foi novamente premiado, agora na categoria escultura, em que também foi premiado o artista Mario Cravo. Na categoria objeto, foram premiados Wilson Alves e Mary Vieira.
No catálogo, o crítico Mário Schenberg comenta que a participação de artistas jovens estaria reduzida nesse Panorama “sobretudo devido a fatores econômicos”. Porém, além de pleitear o papel das autoridades em viabilizar financeira e estruturalmente o trabalho desses artistas, Schenberg ressalta o tom político das obras de alguns dos mais jovens na exposição.
Artistas: Amilcar de Castro | Anca | Avatar Moraes | Renato Brunello | Caciporé | Calabrone | Carmen Bardy | Cleber Machado | Clélia Cotrim | Corbiniano Lins | Emanoel Araújo | João Carlos Goldberg | Haroldo Barroso | Helena Townsend | Hisao Ohara | Isabelle Rochereau | Károl V. Pichler | León Ferrari | Liuba | Lúcia Fleury | Lúcia Porto | Luiz Paulo Baravelli | Maria Guilhermina | Marília Kranz | Mário Agostinelli | Mário Cravo Neto | Mário Francisco Ormezzano | Masumi Tsuchimoto | Megumi Yuasa | M. Moura | Roberto Moriconi | Moussia | Paulo Laender | Pedro Pinkalsky | Pietrina Checcacci | Reynaldo Jardim | Richard Hideaki | Roberto Cidade | Roberto Gabriel Crivellé | Rubem Valentim | Sérgio Camargo | Sérvulo Esmeraldo | Sonia Ebling | Sonia Von Brüske | Joaquim Tenreiro | Yutaka Toyota | Vasco Prado | Nicolás Vlavianos | Zenon | Antônio Mir | Maria Teresa | Mari Voshimoto | Mary Vieira | Maurício Salgueiro | Paulo de Andrade | Nelson Leirner | Vilma Rabello Machado | Wilson Alves
Capa do catálogo do 11º Panorama da Arte Atual Brasileira: Pintura (1979)
Realizado no marco de 10 anos da instalação do MAM São Paulo em sua sede sob a marquise do Parque Ibirapuera, o 11º Panorama de Arte Atual Brasileira apresentou 195 pinturas de 67 artistas. Foram premiados Ricardo Van Steen e a consagrada pintora abstracionista, Tomie Ohtake.
Artistas: Alberto Teixeira | Alcides Santos | Aldir | Alice Brill | Anatol Wladislaw | Antonio H. Amaral | Armando Sendin | Bernardo Cid | Carlos Magano | C. Fang | Charoux, Lothar | Claudio Tozzi | Cleber Gouvea | Danilo Di Prete | Fernando Lemos | F. Rebolo Gonsales | Fukushima, Tikashi | Gilberto Salvador | Gisela Eichbaum | Glauco Pinto de Moraes | Gregorio | Heinz Kühn | Henrique Boese | Hércules Barsotti | Hermelindo Fiaminghi | Ianelli | Inácio Rodrigues | Iracema | Israel Pedrosa | Ivald Granato | Ivan Freitas | Jaime Yesoutrino Juritta | João Sebastião da Costa | José Antonio da Silva | José Maria Dias da Cruz | Juarez Magno | Luiz Áquila da Rocha Miranda | Luiz Paulo Baravelli | Mabe | Macollo Nitsche | Márcia Barrozo do Amaral | Maria Lidia Magliani | Maria Tomaselli Cirne Lima | Mário Bueno | Mário Gruber | Mauricio Nogueira Lima | Mira Schendel | Newton Mesquita | Newton Rezende | Niobe Xandó | Paulo Leal | Pietrina Checcacci | Raul Córdula Filho | Ricardo Van Steen | Roberto Burle Marx | Rodrigo de Haro | Rubem Valentim | Sepp Baendereck | Silvio Oppenheim | Takashi Fukushima | Tomie Ohtake | Tomoshige Kusuno | Tuneu | Ubirajara Ribeiro | Zaluar
Capa do catálogo do 12º Panorama de Arte Atual Brasileira: Desenho e Gravura (1980)
No Panorama de 1980, dedicado ao desenho e à gravura, participaram 108 artistas com mais de 300 obras. Na primeira categoria, foram premiados José Alberto Nemer e Leoni e, na segunda, Gilvan Samico e Marlene Hori.
Desde o 2º Panorama, em 1970, foram instituídas comissões oficiais, encarregadas de selecionar os artistas e as obras para as exposições, assim como a atribuição de prêmios. Veja abaixo a lista de integrantes dessas comissões nos anos 1980: Arcangelo Ianelli (1986), Alberto Beuttenmüller (1983 a 1985), Aldemir Martins (1983 e 1984), Alexandre Eulálio Pimenta da Cunha (1987), Álvaro Moya (1984), Aparício Basílio da Silva (1985 a 1989), Aurelio Martines Flores (1983), Berta Sichel (1989), Biagio Motta (1985 a 1988), Camila Duprat (1986 a 1989), Carlos von Schmidt (1987 e 1988), Cesar Luis Pires de Mello (1981), Danilo Di Prete (1980), Diná Lopes Coelho (1980 e 1981), Edo Rocha (1981), Emanoel Araújo (1986 a 1988), Emidio Dias Carvalho (1981), Fábio Magalhães (1980), Fernando Cerqueira Lemos (1980), Glauco Pinto de Moraes (1983 e 1984), Ilsa Leal Ferreira (1983), Ivo Mesquita (1989), José Nemirovsky (1980), José Zaragoza (1981 e 1983), Ladi Biezus (1981), Lisbeth Rebollo Gonçalves (1989), Luiz Antonio Seráphico de Assis Carvalho (1980 e 1981), Marcello Grassmann (1983), Maria Alice Milliet (1988 e 1989), Moracy de Oliveira (1984), Norberto Nicola (1980), Paulo Antonacio (1981), Percival Tirapelli (1989), Roberto Bicelli (1985 a 1988), Sema Petragnani (1983), Sonia Guarita (1981), Stella Teixeira de Barros (1985 a 1989), Torquato Saboia Pessoa (1981), Vera Lucia Ória (1984 a 1986), Wolfgang Pfeiffer (1985 a 1989), Zélio Alves Pinto (1985).
Artistas: Alcindo Moreira Filho | Antonio Lizárraga | Antonio Henrique Amaral | Bal Moura | Arlindo Daibert | Bia Wouk | Berenice Toledo | Charbel | Carlos Climen | Christina Parisi | Charoux | Clara Pechansky | Ciro Cozzolino | Darel | Darcv Penteado | Emmanuel Nassar | Elgul Samad | Gabriel Borba | Fabio Magalhães | Genilson Soares | Gastão de Magalhães | Gisela Eichbaum | Geada Brentani | Glauco Pinto de Moraes | Giselda Leirner | Gustavo Rosa | Guilherme de Faria | Humberto Guimarães | Guyer Salles | Ivald Granato | Italo Cencini | José Leonilson Bezerra Dias | Jair Glass | Leoni | J. Zanellato | Luciano Pinheiro | Liliane Dardot | Luiz Ernesto Moraes | Luiz Áquila | Marcia Rothstein | Magliani | Maria Tomaselli Cirne Lima | Marcos Concílio | Mauricio Fridman | Maty Vitart | Mô Toledo | Nardin | José Alberto Nemer | Newton Mesquita | O. Mestriner | Osmar Pinheiro Jr. | Paulo Cheida Sans | Paulo Houaiss | Sergio Niculitcheff | Szpigel | Tai Hsuan-An | Tania Kacelnik | Tito Camargo | Tuneu | Ubirajara | Ursula | Ursula Möllhoff | Vagner Dotto | Valdir Sarubbi | Valeriano | Walter Munhoz | Wega | Alex Flemming | Anna Carolina | Bené Fonteles | Bernardo Cid | Bia Medeiros | Bonfanti | Claudio Tozzi | Conceição Bicalho | Danúbio Gonçalves | Edith Behring | Evandro Carlos Jardim | Ely Bueno | Fayga Ostrower | H. Fuhro | Grudzinski | Iole Di Natale | Hudinilson Jr. | Ivone Couto | Isis Braga | Lena Cecilia Bergstein | Laurabeatriz | Luiz Barth | León Ferrari | Luiz Paulo Baravelli | Luiz Claudio Mubarak | Mauricio Nacif | Marlene Hori | Nelson Israel | Nakakubo | Otavio Roth | Odetto Guersoni | Regina Silveira | Pilar Benet | Romildo Paiva | Na Katz | Saint-Clair | Ruth Bess Courvoisier | Suzana Sommer | Samico | Walter B. Garcia
Capa do catálogo do 13º Panorama de Arte Atual Brasileira: Escultura (1981)
O 13º Panorama, dedicado à escultura, foi organizado com 44 artistas e mais de 170 obras, sendo premiados Emanoel Araújo e Nicolas Vlavianos.
No catálogo desse Panorama, o presidente do MAM à época ressaltou uma aparente crise na arte, que seria reflexo, no caso do Brasil, de uma crise social geral que persistia há mais ou menos duas décadas, considerando que o país estava sob ditadura desde 1964. Nesse contexto de crise constatada, o 13º Panorama se dedicou apenas à “escultura”, e não a “escultura e objeto” como em edições anteriores. Isso sugere a volta de um entendimento mais amplo acerca da “escultura”, como obra cuja linguagem se dá sob a forma tridimensional, talvez num esforço de simplificar o debate, ao invés de ampliar as crises.
Artistas: Abelardo da Hora | Agostinelli | Alfi Vivern | Amelia Toledo e Paulo França | Amilcar de Castro | Anca | Bruno Giorgi | Caciporé Torres | Calabrone | Corbiniano Uns | Cravo Neto | Elvio Becheroni | Elvira de Almeida | Elvo Benito Damo | Emanoel Araujo | Felicia Leirner | Franz Weissmann | Horacio Kleinman | Irineu Garcia | José Guerra | Károl V. Pichler | León Ferrari | Liuba | Lucia Fleury | Lucia Porto | Luiz Paulo Baravelli | Marcello Nitsche | Maria Guilhermina | Marilia Kranz | Mary Vieira | Maurino de Araujo | Moriconi | Ninca Bordano | Paulo Laender | Pedro Pinkalsky | Pietrina Checcacci | Renato Brunello | Rubem Valentim | Sérgio Camargo | Sérvulo Esmeraldo | Sonia Ebling | Vasco Prado | Vlavianos | Yutaka Toyota
Capa do catálogo do 14º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1983)
Após um período fechado em 1982 para uma importante reforma, projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi, o MAM São Paulo foi, uma vez mais, reinaugurado com uma edição do Panorama.
Em 1983, o 14º Panorama de Arte Atual Brasileira foi dedicado novamente à pintura, reunindo 72 artistas e quase 300 obras. Os prêmios foram ampliados, contemplando os artistas Ivald Granato, Cleber Gouvêa, Luiz Paulo Baravelli e Maria Tomaselli Cirne Lima.
No catálogo do 14º Panorama, o presidente do MAM celebra a reforma, dando ênfase ao novo espaço expositivo do museu: a Sala Paulo Figueiredo.
Artistas: Abelardo Zaluar | Adir Sodré | Aguilar | Alex Flemming | Aluísio Carvão | Antonio Henrique Amaral | Antonio Maia | Antonio Peticov | Antonio Poteiro | Antonio Vítor | Arcangelo Ianelli | Babinski | Benevento | Brueggemann | Carlos Bracher | Carlos Carrion de Britto Velho | Carlos Eduardo Zimmermann | Christina Parisi | Cláudio Kuperman | Claudio Tozzi | Cleber Gouvêa | Dijalma | Fernando Coelho | Fernando M. Velloso | Fernando Odriozola | Fernando Pacheco | Flavio Bassani | Francesc Petit | Frederico | Gilberto Salvador | Glass | Glauco Rodrigues | Gregório Gruber | Gustavo Rosa | Heloysa Juaçaba | Humberto Espindola | Inimá | Ivald Granato | Jacqmont | João Sebastião da Costa | José Claudio da Silva | Jungbluth | Luiz Aquila | Luiz Paulo Baravelli | Luiz Sacilotto | Magliani | Manfredo de Souzaneto | Maria Tomaselli Cirne Lima | Marília Kranz | Martinho de Haro | Maurício Nogueira Lima | Newton Mesquita | Píndaro Castelo Branco | Quissak Jr. | Raul Córdula Filho | Roberto Lúcio | Rodrigo de Haro | Rubem Valentim | Ruben Esmanhotto | Rubens Gerchman | Sante Scaldaferri | Sedin | Siron Franco | Takashi Fukushima | Thomaz | Tomie Ohtake | Tuneu | Ubirajara Ribeiro | Valdir Sarubbi | Valeriano | Zaluar
Capa do catálogo do 15º Panorama de Arte Atual Brasileira: Arte sobre Papel (1984)
O Panorama de 1984, destinado à “arte sobre papel”, abrangeu categorias que até então ficavam de fora da exposição por não corresponderem convencionalmente a “desenho” ou “gravura”, como o xerox, a arte postal e a própria confecção do papel. Nesse mesmo sentido, o Panorama do ano seguinte, que contemplaria escultura e objeto, foi dedicado às “formas tridimensionais”.
A realização do 15º Panorama contou pela primeira vez com a atuação de um curador, Alberto Beuttenmüller, membro da comissão. O papel da curadoria nos Panoramas, porém, só seria consolidado a partir do f inal dos anos 1990 e começo dos anos 2000.
Além dos 48 artistas convidados para a exposição e as mais de 140 obras apresentadas, o Panorama de 1984 também contou com uma mostra especial, figurando todas as obras premiadas nos Panoramas anteriores dedicados a trabalhos sobre papel. Por ocasião do 15º Panorama, foram premiados Alcindo Moreira Filho, Carlos Wladimirsky e Renina Katz.
Artistas: Marcelo Grassmann | José Guyer Salles | Maria Magno | Sérgio Rabinovitz | Amélia Toledo | Hilal Sarni Hilal | Frantz | Bené Fonteles | Maurício Coutinho | León Ferrari | Renina Katz | Paulo Bruscky | Gil Vicente | Italo Cencini | Otávio Roth | Luis Hermano | Mira Schendel | Nelson Augusto | Darel | Arlindo Daibert | Calasans Neto | Carlos Martins | Carlos Wladimirsky | Felix | Fernando Costa Filho | Flávio Ferraz Leme | Jacqmont | Lincoln Volpini | Alex Flemming | Ana Alegria | Anico | Antonello | Antônio Lizárraga | Ubirajara Ribeiro | Marcia Rothstein | Marcos Concílio | Schwanke | Siegbert Franklin | Waldir Sarubbi | Otoni Mesquita | Rubem Grilo | Jair Glass | Emanuel Araújo | Ivone Couto | Amílcar de Castro | José Alberto Nemer | Marlene Hori | Samico Gilvan
Capa do catálogo do 16º Panorama de Arte Atual Brasileira: Formas Tridimensionais (1985)
O 16º Panorama reuniu 50 artistas e expôs mais de 100 obras relacionadas a formas tridimensionais. A diretoria do museu também elaborou uma Sala Especial dedicada à obra de Franz Weissmann, um dos grandes escultores do construtivismo no Brasil, premiado uma década antes no 7º Panorama, enquanto na 16ª edição foram premiados os artistas Genilson Soares, Hisao Ohara e Valquíria Chiarion.
Artistas: Abraham Palatnik | Adriana Varejão | Aluísio Carvão | Amelia Toledo | Antonio Lizárraga | Athos Bulcão | José Carlos Ferreira (Boi) | Dudi Maia Rosa | Dulce Osinski | Eduardo Eloy | Emmanuel Nassar | Elides Mota | Fernando Velloso | Flávia Ribeiro | Geraldo Leão | Hermelindo Fiaminghi | Humberto Espíndola | John Nicholson | José Cláudio | Karin Lambrecht | Letícia Faria | Luciano Pinheiro | Manoel Fernandes | Marco Giannotti | Marco Paulo Rolla | Maria Lídia Magliani | Mariannita Luzzati | Maria Tomaselli Cirne Lima | Osmar Pinheiro | Raul Córdula | Rinaldo José da Silva | Roberto Lúcio | Roberto Tavares | Rubens Gerchman | Rubens Oestroem | Rybas (José Ribamar Silva Nery) | Sante Scaldaferri | Sérgio Fingermann | Tomie Ohtake | W. Bravo
Capa do catálogo do 17º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1986)
O 17º Panorama dedicou uma Sala Especial ao pintor cearense Antonio Bandeira, com curadoria de Stella Teixeira de Barros. No catálogo, Barros destaca a tendência abstracionista e a “explosão da figura” como inclinações da obra do artista.
Participaram da exposição do Panorama outros 42 artistas com cerca de 106 pinturas, e foram premiados os artistas Abraham Palatnik, Alcindo Moreira Filho, Marcello Nitsche e Tomoshige Kasuno.
Artistas: Abraham Palatnik | Aguilar | Alcindo Moreira Filho | Aldemir Martins | Amélia Toledo | Antônio Henrique Amaral | Antônio Lizárraga | Arlindo Daibert | Cassio Michalany | Celso Renato | Charles Watson | Cláudio Kuperman | Daniel Senise | Dudi Maia Rosa | Flávio Shiró | Geraldo de Barros | Glauco Pinto de Moraes | Hermelindo Fiaminghi | Ivald Granato | Ivan Freitas | João Grijó | John Nicholson | Kutka | Luiz Áquila | Luiz Paulo Baravelli | Maciej Babinski | Magliani | Marcelo Nitsche | Marco Túlio Rezende | Maurício Nogueira Lima | Paulo Roberto Leal | Percival Tirapelli | Rubens Gerchman | Sacilotto | Santuza Andrade | Sérgio Rabinovitz | Takashi Fukushima | Thomaz Ianelli | Thomie Ohtake | Tomoshige Kusuno | Tuneu | Wega Nery | Zaluar
Capa do catálogo do 18º Panorama de Arte Atual Brasileira: Arte sobre Papel (1987)
No 18º Panorama, dedicado à arte sobre papel, a Sala Especial recebeu obras do celebrado modernista Oswaldo Goeldi, representado na exposição por quase 70 obras. No Panorama, efetivamente, participaram 55 artistas e mais de 100 obras. Os prêmios foram ampliados mais uma vez, contemplando Arthur Luiz Piza, Marcello Grassmann, Maria Bonomi, Takashi Fukushima e Tuneu.
Artistas: Adão Pinheiro | Alberto Teixeira | Alcindo Moreira Filho | Alex Cerveny | Amilcar de Castro | Angela Leite | Antônio Dias | Arlindo Daibert | Bené Fonteles | Bia Vasconcellos | Bia Wouk | Carlos Martins | Cildo Oliveira | Cláudio Guimarães | Diva Elena Buss | Dorothy Bastos | Ester Grinspum | Evandro Carlos Jardim | Gerda Brentani | Glass | Gregorio Gruber | Humberto Borém | Itajahy Martins | Italo Cencini | Ivald Granato | João Câmara | Jordão Machado | Justino Marinho | Luiz Aquila | Maciej Babinski | Magliani | Marcelo Grassmann | Maria Bonomi | Maria Tomaselli Cirne Lima | Mario Gruber | Mauricio Coutinho | Mira Schendel | Nemer | Orlando DaSilva | Otavio Roth | Patrícia Furlong | Paulo Gomes Garcez | Percival Tirapelli | Pinky Wainer | Piza | Regina Silveira | Rubens Matuck | Samico | Sigbert Franklin | Takashi Fukushima | Thomaz Ianelli | Tuneu | Ubirajara Ribeiro | Valdir Sarubbi | Zivé Giudice
Capa do catálogo do 19º Panorama de Arte Atual Brasileira: Formas Tridimensionais (1988)
Encerrando o sexto ciclo de exposições dedicadas aos três diferentes suportes artísticos, a 19ª edição do Panorama foi destinada às formas tridimensionais, e a Sala Especial apresentou a obra de Júlio Guerra, autor do monumento ao bandeirante Borba Gato (Santo Amaro, São Paulo), que em julho de 2021 viria a ser incendiado por manifestantes. Participaram 58 artistas e cerca de 110 obras na exposição geral do 19º Panorama. Foram premiados Ada Yamaguishi com Lidia Sano, Joaquim Tenreiro e Mauro Fuke.
Artistas: Ada Takagaki Yamaguishi / Lidia Kinue Sano | Amélia Toledo | Amilcar de Castro | Ana Maria Tavares | Angelo Venosa | Antônio Lizárraga | Augustus Almeida | Bené Fonteles | Caciporé Torres | Caito | Celeida Tostes | Cláudio Guimarães | Cláudio Kuperman | Cleber Lobo Machado | Denise Milan | Edival Ramosa | Ennio Bernardo | Fernando Limberger | Frida Baranek | Genilson Soares | Gonzaga | Guto Lacaz | Haroldo Barroso | Hipólito Rocha | Hisao Ohara | Iole de Freitas | Jac Leirner | Jacqueline Terpins | Jeanete Musatti | Joaquim Tenreiro | Jorge Barrão | Jorge Luiz dos Anjos | Lilian Amaral / Jorge Bassani | Lucia Fleury | Luiz Pizarro | Marcelo Nietsche | Marco do Valle | Marcos Concílio | Mari Yoshimoto | Maria Tomaselli Cirne Lima | Maurício Bentes | Mauro Fuke | Megumi Yuasa | Moriconi | Nazareth Pacheco | Nelson Leirner | Osmar Dalio | Paulo Schmidt | Paulo Vasconcellos | Regina Silveira | Ricardo Mattar | Rita Zurita | Rubem Valentim | Sérvulo Esmeraldo | Franz Krajcberg | Stockinger | Theca Portella | Toyota | Tuneu | Tunga | Vlavianos
Capa do catálogo do 20º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1989)
Além da Sala Especial dedicada ao pintor Ernesto de Fiori, a 20ª edição do Panorama de Arte Atual Brasileira foi marcada pela comemoração simbólica dos seus vinte anos de realização. Nessa ocasião, o MAM também celebrava novos patrocínios e parcerias, voltados para a expansão das atividades do museu em termos educativos, documentais e estruturais.
Participaram do 20º Panorama 43 artistas, sendo expostas mais de 100 pinturas. Foram premiados três artistas que passaram a integrar o acervo do MAM São Paulo: Arlindo Daibert, Dudi Maia Rosa e Flávio Shiró.
Artistas: Alcindo | Alex Flemming | Alice Vinagre | Amélia Toledo | Arcangelo Ianelli | Arlindo Daibert | Boi | Caetano de Almeida | Carlito Carvalhosa | Carmela Gross | Cassio Michalany | Celso Renato | Daniel Senise | Dudi Maia Rosa | Eduardo Eloy | Emmanuel Nassar | Felipe Andery | Flavio-Shiró | Glauco Pinto de Moraes | Iberê Camargo | Ivald Granato | José Roberto Aguilar | Karin Lambrecht | Katie Van Scherpenberg | L.Suanê | Leda Catunda | Leonilson | Leticia Faria | Luiz Aquila | Luiz Paulo Baravelli | Maciej Babinski | Manfredo de Souzanetto | Marcelo Villares | Marco Gianotti | Maria Tomaselli Cirne Lima | Mônica Nador | Osmar Pinheiro | Paulo Pasta | R. Gerchman | Rossana Guimarães | Siron Franco | Takashi Fukushima | Thomaz | Tomie Ohtake | Tuneu | Wesley Duke Lee
Capa do catálogo do 21º Panorama de Arte Atual Brasileira: Papel (1990)
A seleção dos 67 artistas para o 21º Panorama partiu de uma curadoria plural, que conciliou o crivo de cada membro da comissão responsável. Considerando os principais procedimentos da arte em papel, a exposição foi dividida em quatro núcleos – gravuras, desenhos, papel como meio e livro de artista – e apresentou também, em uma Sala Especial, a obra de Henrique Oswald.
No total, foram expostas cerca de 220 obras e foram premiados os artistas Arnaldo Battaglini, Ester Grinspum, Milton Machado e Nelson Leirner.
Desde o 2º Panorama, em 1970, foram instituídas comissões oficiais, encarregadas de selecionar os artistas e as obras para as exposições, assim como a atribuição de prêmios. Veja abaixo a lista de integrantes dessas comissões nos anos 1990:
Ana Maria Tavares (1997 e 1999), Aparício Basílio da Silva (1990 e 1991), Aracy Amaral (1997 e 1999), Cacilda Teixeira da Costa (1997 e 1999), Camila Duprat (1990 e 1991), Eduardo A. Levy Jr. (1993), Elmira Nogueira Batista (1997), Emanoel Araújo (1990 e 1991), Glória C. Motta (1993), Ingrid Olsen de Almeida (1997 e 1999), Ivo Mesquita (1990, 1997 e 1999), Lisbeth Rebollo Gonçalves (1990 e 1991), Mario Gallo (1990 e 1991), Milú Villela (1997 e 1999), Percival Tirapelli (1990 e 1991), Radha Abramo (1993, 1997 e 1999), Renina Katz (1993), Stella Teixeira de Barros (1990 e 1993), Tadeu Chiarelli (1997 e 1999), Vera D’Horta (1993), Wolfgang Pfeiffer (1990).
Artistas: Amador Perez | Antônio Lizárraga | Carmela Gross | Célia Euvaldo | Elizabeth Jobim | Ester Grinspum | Francisco Faria | Gero Brenta | Iran do Espírito Santo | Ítalo Cencini | Jair Glass | Marcelo Villares | Marco Giannotti | Marco Túlio Resende | Milton Machado | Mônica Ador | Mônica Sartori | Nelson Leirner | Octávio Araújo | Paulo Monteiro | Paulo Portella Filho | Pinky Wainer | Sergio Sister | Takashi Fukushima | Valdir Sarubbi | Waltércio Caldas | Vera Rodrigues | Vânia Barbosa | Arlindo Daibert | Fernando Gomes | Flávia Ribeiro | Hudinilson Jr. | Fayga Ostrower | José Igino da Cruz | Laurita Salles | Luiz Hermano | Márcio Périgo | Regina Silveira | Sergio Fingermann | Uiara Bartira | Alcindo Moreira Filho | Amelia Toledo | Fernando Limberger | Marco Paulo Rolla | Mag Bicalho | Claudio Mubarac | Diana Domingues | Ermelindo Nardin | Evandro Carlos Jardim | José Roberto Leonel Barreto | Lucila Machado Assumpção | Selma Daffré | Ubirajara Ribeiro | Henrique Oswald
Cartaz do 22º Panorama de Arte Atual Brasileira: Formas Tridimensionais (1991) (foto: Patricia De Filippi)
Em 1991, o Panorama se dedicou novamente às formas tridimensionais da arte contemporânea brasileira, reunindo mais de 80 obras de 44 artistas. Numa edição mais sucinta devido à crise econômica que o país vivia no período, o 22º Panorama contemplou somente um artista com o prêmio-aquisição patrocinado, Ernesto Neto, e não realizou a publicação de um catálogo, mas apenas de um folder com a lista de obras e os créditos da exposição.
Capa do catálogo do 23º Panorama de Arte Atual Brasileira: Pintura (1993)
Sendo a última edição do Panorama a se dedicar a uma linguagem artística específica, o 23º Panorama apresentou 104 pinturas de 40 artistas, premiando Hermelindo Fiaminghi e Fernando Velloso.
Desde esta edição de 1993, os Panoramas passaram a ser realizados bienalmente, e a sua organização por linguagens ou técnicas artísticas deu lugar ao trabalho curatorial.
Artistas: Abraham Palatnik | Adriana Varejão | Aluísio Carvão | Amelia Toledo | Antonio Lizárraga | Athos Bulcão | José Carlos Ferreira (Boi) | Dudi Maia Rosa | Dulce Osinski | Eduardo Eloy | Emmanuel Nassar | Elides Mota | Fernando Velloso | Flávia Ribeiro | Geraldo Leão | Hermelindo Fiaminghi | Humberto Espíndola | John Nicholson | José Cláudio | Karin Lambrecht | Letícia Faria | Luciano Pinheiro | Manoel Fernandes | Marco Giannotti | Marco Paulo Rolla | Maria Lídia Magliani | Mariannita Luzzati | Maria Tomaselli Cirne Lima | Osmar Pinheiro | Raul Córdula | Rinaldo José da Silva | Roberto Lúcio | Roberto Tavares | Rubens Gerchman | Rubens Oestroem | Rybas (José Ribamar Silva Nery) | Sante Scaldaferri | Sérgio Fingermann | Tomie Ohtake | W. Bravo