Cala a Boca Já Morreu!, Ana Teixeira

Cala a Boca Já Morreu!, Ana Teixeira

03 mar 23 – 28 maio 23
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Silêncios e direitos

A instalação de Ana Teixeira para o Projeto Parede do MAM São Paulo é fruto de uma pesquisa que a artista realiza desde 2019, a partir da escuta de mais de uma centena de mulheres. Historicamente, a fala das mulheres sempre foi reprimida. É mais comum que mulheres sejam interrompidas, seja em reuniões de trabalho ou mesmo durante o lazer, do que homens. Tudo se passa como se elas não fossem capazes de seguir com seus argumentos. Além de enfrentar a violência física, o trabalho de Ana Teixeira discute a violência verbal contra a mulher.

Depois de fotografar as mulheres entrevistadas, a artista desenhou algumas delas segurando placas com dizeres que reforçam a necessidade de romper com a dominação masculina, para que todos os gêneros sejam tratados de modo respeitoso e igualitário. Ela dá voz às mulheres cis, trans e travestis, lembrando que não é admissível que elas sejam caladas. No fone de ouvido, é possível escutar 101 frases coletadas por Ana Teixeira (clique aqui e leia as frases na íntegra), nas quais a maioria das entrevistadas reafirma a liberdade das mulheres, critica o patriarcado e manifesta seus desejos ao responder à pergunta: O que você não quer mais calar?

Em 2021, Ana Teixeira realizou uma pesquisa no acervo da Biblioteca Mário de Andrade e elaborou a publicação Cala a Boca Já Morreu! (clique aqui para ler), cujas páginas estão também expostas no Projeto Parede. Os livros usados pela artista, pertencentes à Biblioteca Mário de Andrade, estão disponíveis para consulta na biblioteca do MAM.

A obra de Ana Teixeira revela que, no lamentável silenciamento das mulheres, há uma potência de significados que não cabe em uma parede. Em vez de vazios ou ausências, os silêncios, em especial esses que estão se rompendo, são promessas de um futuro com igualdade de direitos, inclusive o direito de fala.



Cauê Alves

pronac 221691 
parceria 
realização 
artista
Ana Teixeira
(Caçapava, São Paulo, Brasil, 1957 - vive e trabalha entre Colônia, na Alemanha, e São Paulo, Brasil)
Ana Teixeira

É artista visual, formada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA- USP) e mestra em Poéticas Visuais pela mesma escola. Seu trabalho transita por diferentes meios, com interesse particular pelo desenho e pelas intervenções em espaços públicos, tendo a literatura e o cinema como suas principais referências.

Grande parte de sua produção nos últimos vinte anos teve a cidade e seus habitantes/passantes como elementos substanciais. Seu trabalho foca na ideia da arte como uma possibilidade de encontros, que podem ser, antes de tudo, enfrentamentos entre os sujeitos participantes de suas ações e eles próprios.

Publicou os livros: Para que algo aconteça (2018), uma compilação de vinte anos de seu trabalho, com textos críticos de curadores e historiadores da arte; Minhas duas avós (infantil – 2017); Cala a boca já morreu! Leitura e coleta de Textos. Silenciamento feminino no acervo da Biblioteca Mário de Andrade (2021).

Participou de programas de residência artística no Brasil, Alemanha, Chile, Dinamarca e Canadá, e de exposições em diferentes partes do mundo.

Trabalhos da artista podem ser vistos em: www.anateixeira.com

imagens
mídias assistivas
01 - Apresentação do Projeto Parede "Cala a Boca Já Morreu!", Ana Teixeira / Silêncios e Direitos, Cauê Alves
02:51
02 - Descrição da Obra
02:09

videoguia | projeto parede: "Cala a boca já morreu!" - Introdução

videoguia | projeto parede: "Cala a boca já morreu!" - Obra sonora
serviço

Projeto Parede – Cala a Boca Já Morreu!

Abertura:
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Ingresso:

*Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.