O 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão acontece entre entre 17/08 e 15/11 no MAM São Paulo. A curadoria de Júlia Rebouças selecionou 29 artistas e coletivos para a exposição, que celebra seus 50 anos nessa edição.  Após um extenso processo de pesquisa e viagens por diversas regiões do Brasil, incluindo cidades como Cachoeira (BA), Recife (PE), Brasília (DF), Florianópolis (SC), São Paulo e a região do Cariri cearense, a curadora convidou artistas que se relacionam com o conceito, entendendo a própria arte como “sertão” – em sua instância de experimentação e resistência –, contestando, portanto, o viés restritivamente geográfico facilmente associado à palavra. Sertão é apresentado nesta exposição como um modo de pensar e de agir, que tem a criação artística como um de seus importantes aspectos definidores.

 

1- Ana Lira (Caruaru – PE, 1977. Vive no Recife)

2- Ana Pi (Belo Horizonte, 1986. Vive em Paris)

3- Ana Vaz (Brasília, 1986. Vive em Lisboa)

4- Antonio Obá (Ceilândia – DF, 1983. Vive em Brasília)

5- Coletivo Fulni-ô de Cinema (Águas Belas – PE)

6- Cristiano Lenhardt (Itaara – RS, 1974. Vive em São Lourenço da Mata – PE)

7- Dalton Paula (Brasília, 1982. Vive em Goiânia)

8- Daniel Albuquerque (Rio de Janeiro, 1983. Vive no Rio de Janeiro)

9- Desali (Contagem – MG, 1983. Vive em Belo Horizonte)

10- Gabi Bresola & Mariana Berta (Joaçaba – SC, 1992 / Peritiba- SC, 1990. Vivem em Florianópolis)

11- Gê Viana (Santa Luzia – MA, 1986. Vive em São Luís)

12- Gervane de Paula (Cuiabá, 1961. Vive em Cuiabá)

13- Lise Lobato (Belém, 1963. Vive em Belém)

14- Luciana Magno (Belém, 1987. Vive em São Paulo)

15- Mabe Bethônico (Belo Horizonte, 1966. Vive em Genebra e Belo Horizonte)

16- Mariana de Matos (Governador Valadares – MG, 1987. Vive no Recife)

17- Maxim Malhado (Ibicaraí – BA, 1967. Vive em Massarandupió – BA)

18- Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990. Vive no Rio de Janeiro)

19- Michel Zózimo (Santa Maria – RS, 1977. Vive em Porto Alegre)

20- Paul Setúbal (Aparecida de Goiânia – GO, 1987. Vive em São Paulo)

21- Radio Yandê (Rio de Janeiro, 2013)

22- Randolpho Lamonier (Contagem – MG, 1988. Vive em Belo Horizonte)

23- Raphael Escobar (São Paulo, 1987. Vive em São Paulo)

24- Raquel Versieux (Belo Horizonte, 1984. Vive no Crato – CE)

25- Regina Parra (São Paulo, 1984. Vive em São Paulo)

26- Rosa Luz (Gama – DF, 1995. Vive em São Paulo)

27- Santídio Pereira (Curral Comprido – PI, 1996. Vive em São Paulo)

28- Vânia Medeiros (Salvador, 1984. Vive em São Paulo)

29- Vulcanica Pokaropa (Presidente Bernardes – SP, 1993. Vive em Florianópolis)

 

Acesse aqui as mini biografias.

Nessa página, veja mais informações sobre a exposição.

 

Serviço: 36º Panorama da Arte Brasileira: Sertão

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Endereço: Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)

Horários: Terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)

Telefone: (11) 5085-1300

Ingresso: R$ 10,00. Gratuidade aos sábados. Meia-entrada para estudantes e professores, mediante identificação.

Gratuidade para menores de 10 e maiores de 60 anos, pessoas com deficiência, sócios e alunos do MAM, funcionários das empresas parceiras e museus, membros do ICOM, AICA e ABCA com identificação, agentes ambientais, da CET, GCM, PM, Metrô e funcionários da linha amarela do Metrô, CPTM, Polícia Civil, cobradores e motoristas de ônibus, motoristas de ônibus fretados, funcionários da SPTuris, vendedores ambulantes do Parque Ibirapuera, frentistas e taxistas com identificação e até 4 acompanhantes.

 

Agendamento gratuito de visitas em grupo pelo tel. 5085-1313 e e-mail

educativo@mam.org.br

atendimento@mam.org.br

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) nasceu em 1948, a partir de olhares visionários como o de Ciccillo Matarazzo e Nelson Rockefeller, que entendiam a necessidade de colocar o Brasil no panorama da arte moderna mundial. E o MAM já nasceu grandioso. Foi pioneiro ao colocar a fotografia e a arquitetura em diálogo com as artes visuais mais consolidadas; abriu espaço para novos artistas e criou uma agenda potente para revelar talentos, possibilitar intercâmbios internacionais, formar olhares e colocar o Brasil na agenda internacional das artes.

O MAM também teve importante papel na história do cinema brasileiro, com a criação da filmoteca do Museu, que se tornou o embrião daquilo que seria a Cinemateca Brasileira, fundada em 1956.

A maturidade do MAM desenvolveu-se com exercícios de aprendizado e de muito trabalho nas situações de adversidade. Uma crise institucional-o abateu no início dos anos 1960, quando todo o acervo foi doado à Universidade de São Paulo (USP). Esse gesto intempestivo de Ciccillo Matarazzo proporcionou o nascimento do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), e hoje essas duas instituições buscam se complementar e fortalecer a identidade artística de nosso país, como testemunha a mostra recém-realizada, que comemorou os setenta anos do MAM com a articulação dos dois acervos.

Quando fui convidada a assumir a presidência do MAM, em 1995, havia outro momento difícil para o Museu. O prédio apresentava vários problemas estruturais, o acervo já não era dos mais relevantes, a população da cidade não o encarava como um destino de fruição de arte. Fui literalmente arregaçando as mangas, colocando baldes sob goteiras, articulando arquitetos, especialistas, amigos, juntando forças e a vontade de trazer de volta ao Museu a importância que ele merecia.

Creio que minha primeira grande ação foi a entrega de uma importante reforma do prédio, em 1995, que adequou a instituição aos padrões museológicos internacionais. O MAM buscou ficar equiparado aos melhores museus do mundo, no que diz respeito à climatização, segurança e conservação de obras. E essa etapa foi decisiva para garantir a expansão de suas atividades e de seu acervo. Foram criadas novas salas, auditório e abraçamos também o Jardim das Esculturas – localizado na área aberta do parque, em frente ao Museu. Nossa política de aquisição de acervo foi potencializada e fez o número saltar de 2 mil para 5,5 mil obras.

Mesmo sabendo que o acervo é o coração de uma instituição museológica, não deixamos de avançar também em outras áreas. Nesse sentido, realizamos grandes mudanças no campo da gestão e das iniciativas educacionais e curatoriais. Em 1995, quando iniciamos a atuação, escolhemos a área educativa como uma das grandes missões e prioridades da instituição. Desde o início, imaginávamos que o MAM seria um centro de referência no atendimento a escolas públicas, privadas, organizações não governamentais e público espontâneo, dando uma contribuição efetiva ao processo de formação de nossa sociedade.

Visando tornar esta missão uma realidade, criamos uma estrutura totalmente voltada para essa questão. O princípio norteador da área educativa era garantir que o Museu ocupasse a função de não só informar o público, mas também estimular a reflexão que levasse o visitante a descobrir suas próprias questões em relação à arte. Assim, a ideia de público passivo, receptor sai de cena e surge o público agente de sua própria visita e de sua experiência em diálogo intenso com a equipe de educadores, devidamente qualificados para esse acolhimento e construção de pontes. Entre 1995 e 2019, o Educativo recebeu um público de quase 1 milhão de pessoas, principalmente crianças e adolescentes.

O Educativo MAM não parou por aí. E, no Brasil, também foi pioneiro ao se voltar a segmentos que até então eram pouco considerados pelos museus e, ouso afirmar, até mesmo por parte da sociedade. A acessibilidade foi abraçada pela equipe e tornou-se outra referência em nossa gestão. Para as pessoas com deficiências, o Educativo MAM criou o programa Igual Diferente, que foi consolidado em 2002 e recebe instituições do terceiro setor e de educação especial para atividades dedicadas à fruição, à melhora da qualidade de vida e à integração social. O programa recebeu reconhecimento internacional e foi apontado no VSArts, em Washington, como uma das iniciativas mais representativas do gênero praticadas por museus em todo o mundo, entre outros prêmios.

Hoje, com 24 anos de atuação, o Educativo MAM é considerado referência em educação museal e já foi convidado para dar formação ou compartilhar experiências com diversas instituições do país, como Sesc, Centro Cultural Banco do Brasil, Museu de Arte Moderna da Bahia, universidades federais e estaduais, além de instituições internacionais como Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), Smithsonian Museum of the American Indian (EUA), Guggenheim (EUA), entre outras.

Certamente, vocês me ouviram falar diversas vezes do orgulho que sinto de ter criado o Educativo MAM, e esta pequena síntese corrobora um dos grandes objetivos que tinha ao chegar a esta instituição, quase se interligando com a Escola Caracol, que criei nos anos 1970 – uma das primeiras a experimentar o método Paulo Freire e cujo propósito era ensinar usando exemplos da realidade e incentivando o diálogo com as artes.

Avançamos também na gestão de recursos materiais do Museu. Criamos uma estrutura profissional focada em ampliar a captação e cuidar do dia a dia. Hoje o MAM mantém uma eficiente rede de financiamento composta de recursos captados – por meio de leis de incentivo à cultura, empresas, área governamental e sócios. Em 1994, o MAM contabilizava sessenta sócios (pessoas físicas) e ao longo de minha gestão mais 1,2 mil associados colaboraram com o museu. O programa de patrocinadores, que contava com duas empresas, hoje contabiliza 103.

Ainda para potencializar a arrecadação de fundos, o MAM criou sua própria, loja à semelhança daquilo que fazem alguns dos mais prestigiados museus do mundo. Criamos também espaço para restaurantes parceiros, ampliando, assim, o papel do Museu como local de acolhimento do público do parque e de fruição artística e gastronômica.

Com essa estrutura de gestão mais sólida, a área curatorial também conseguiu avançar em suas atividades de expansão do acervo, produção de mostras representativas e internacionalização da arte brasileira, propósitos elencados como fundamentais desde o primeiro momento de nossa gestão.

Recolocamos o Museu em uma agenda importante de exposições. Retomamos o Panorama da Arte Brasileira – a mais importante e perene mostra do MAM, que aponta tendências, novos artistas e temas da arte nacional contemporânea –, tornando-a bienal e intercalada ao calendário da Bienal de São Paulo que, é fundamental lembrar, nasceu dentro do MAM nos anos 1950. Aliás, devemos nos orgulhar porque, além de ser a gênese da Fundação Bienal, o MAM foi responsável por realizar as sete primeiras edições da mostra.

Nossa gestão também voltou a investir em parcerias internacionais, realizando mostras e atividades com instituições como MoMA, Centro Georges Pompidou e Museu de Arte Moderna de Paris.Entre inúmeros momentos curatoriais históricos nestas duas últimas décadas, lembro com especial emoção, a realização da mostra individual de Frans Krajcberg, Natura, e a mostra de celebração dos sessenta anos do MAM (2008), que ocuparam a OCA e nos renderam o grande prêmio de crítica da APCA daquele ano. Tenho orgulho de dizer que, nestes 24 anos, o Museu de Arte Moderna de São Paulo ganhou mais de cinquenta prêmios nacionais e internacionais. Entre 1995 e 2019, recebemos 5,6 milhões de pessoas em nossas exposições e atividades. Um número que se torna ainda mais relevante quando nos deparamos com as dimensões físicas do Museu.

Sinto grande felicidade quando relembro que meu tio Olavo Setubal me convidou a dirigir o Itaú Cultural e me contou que o fez porque percebeu minha participação na história do MAM como uma potente atuação que unia profissionalismo, paixão e capacidade transformadora. Aliás, foi por meio da generosidade de Olavo Setubal e da provocação que lhe fiz que pudemos ter, por muitos anos, a maravilhosa obra Spider, de Louise Bourgeois, pertencente ao Itaú Cultural, dialogando com o Museu e a Marquise do Parque Ibirapuera. Com isso, foi reafirmado meu compromisso de democratizar o acesso às artes, como também de dessacralizar importantes obras, em consonância com o desejo de seus artistas-criadores. Essa obra ganha ainda mais vida ao circular pelo Brasil. Neste exato momento, a “Aranha” encerra um ciclo em Inhotim e segue para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.

Este exercício de olhar para trás e celebrar as transformações pelas quais passamos nos dá a percepção do tempo, da construção de sentido e de legado. E, particularmente, deixa-me honrada perceber que fecho um ciclo no MAM com a felicidade de quem cumpre uma missão. A educação e a arte são minhas bandeiras, e estou certa de que no MAM elas foram fincadas com afeto, profissionalismo e compromisso de permanência.

E tudo isso só foi possível com a dedicação de apoiadores, amigos, equipe, curadores, artistas e cada visitante que deu nova vida ao MAM. E a cada uma dessas pessoas sou e serei sempre grata. Nesse sentido, quero celebrar algumas pessoas que representam muitas outras nesta narrativa de sucessos do MAM. Entre os executivos que passaram por aqui e tanto nos ajudaram, agradeço a Ronaldo Bianchi e ao nosso atual dirigente executivo, Carlos Magalhães. Entre as brilhantes presenças de nossa diretoria, agradeço e abraço a longa parceria com Alfredo Setúbal, que era diretor do Museu antes mesmo de minha chegada. Quando fui eleita, pedi que ele permanecesse, e ele foi um dirigente determinante nesta jornada de conquistas. No campo da curadoria, preciso simbolizar meu abraço de gratidão aos muitos parceiros e, mais especialmente, aos queridos Tadeu Chiarelli e Felipe Chaimovich. E, para simbolizar toda a equipe do MAM, destaco a dedicação de minha fiel escudeira Anna Maria Pereira.

Encerro esta etapa, depois de 24 anos, quando o Museu acaba de completar setenta anos de existência. Eu me sinto honrada por passar o bastão para a advogada, executiva do mundo financeiro e colecionadora Mariana Guarini Berenguer. Sigo também feliz de ver uma outra mulher à frente do MAM. E estou certa de que a trajetória de sucesso que retomamos continuará crescendo, ampliando alcances e reafirmando a importância central da arte e da cultura em nossa vida, na transformação do indivíduo pela potencialização do pensamento crítico e no desenvolvimento socioeconômico do Brasil.

Por fim, rendo homenagens a vocês, associados e conselheiros, que têm cada vez mais o papel essencial de defender e garantir vida longa ao nosso Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Um abraço afetuoso,

Milú Villela
São Paulo, 29 de abril de 2019

 

Entre os dias 24 de dezembro de 2018 (seg) e 1 de janeiro de 2019 (ter), o MAM estará em recesso. A loja retorna suas atividades normais no dia 2 de janeiro (qua) e o restaurante no dia 5 de janeiro (sáb).

As próximas exposições que lançam o calendário 2019 são Novas aquisições (abertura 12 jan) e Passado/Futuro/Presente – Arte Contemporânea Brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (abertura 22 jan).

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#MAMsaopaulo

A Casa Roberto Marinho, inaugurada em abril de 2018, abrirá no dia 6 de dezembro sua segunda grande exposição. A coletiva “Oito décadas de abstração informal”, uma parceria entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Instituto Casa Roberto Marinho, reúne quase 80 obras produzidas entre o fim dos anos 1940 e 2012, por artistas ligados ao estilo abstrato. A curadoria de Lauro Cavalcanti (diretor da CRM) e de Felipe Chaimovich (curador do MAM-SP) selecionou 41 obras da coleção do jornalista carioca e 37 do acervo do museu paulista.

“Oito décadas de abstração informal” apresenta a produção de 38 artistas da vertente abstracionista que não remete a formas geométricas pré-estabelecidas. São exibidas obras de precursores do movimento, como Maria Martins, Iberê Camargo e Maria Bonomi, e também de artistas contemporâneos, como Leda Catunda, Ernesto Neto e Luiz Aquila.

O encontro entre as duas coleções complementares resultou no amplo panorama de oito décadas. As obras do pós-guerra, período em que emergiu a abstração no país, são do acervo da Casa Roberto Marinho. Pertencem a essa coleção quase todas as obras dedicadas às décadas de 1940, 1950 e 1960, de nomes como Manabu Mabe, Tomie Otake e Antonio Bandeira. Já os trabalhos da produção mais recente brasileira pertencem ao MAM-SP e chegam até o século XXI, como o óleo sobre tela ‘Lamentação’ (1985), de Nuno Ramos; o vídeo ‘Danäe nos Jardins de Górgona ou Saudades da Pangeiade’, de Thiago Rocha Pitta (2011); e a acrílica sobre tela ‘Estúdio nº 41’, de Lucia Laguna (2012). De 1970 até 2012, a maior parte dos trabalhos é do acervo do MAM, que inclui ainda obras de Carlito Carvalhosa e Fábio Miguez, entre outros.

Entre as obras mais antigas da coleção Roberto Marinho estão uma tela de Vieira da Silva (de 1949) e uma escultura de Maria Martins, de 1954, que atraiu a atenção dos surrealistas franceses. Há ainda outras três esculturas na mostra: uma de Angelo Venosa, outra de Márcia Pastore e uma terceira de Frida Baranek.

Cavalcanti e Chaimovich contam que a “abstração informal” do título surge no Brasil no final dos anos 1940. Opondo-se tanto à arte figurativa, quanto à abstração geométrica, as pinturas e esculturas da abstração informal são caracterizadas pela expressão de gestos do autor. “Como resultado, o estilo de cada artista torna-se muito singular”, escrevem os curadores no texto de introdução à mostra.

“O impacto da abstração informal no Brasil, entre as décadas de 1940 e 60, foi suficientemente profundo para sobreviver ao experimentalismo em arte, a partir dos anos 1970. Apesar de não figurar utopias, a abstração informal atenta para cada singularidade do gesto artístico ou da matéria plástica, ainda que torta, precária ou parcial, mostrando-se uma estratégia viva de resistência à homogeneização da cultura”, avalia Felipe.

“A reunião dos acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Instituto Casa Roberto Marinho nesta mostra é uma rara oportunidade de aproveitar a pujança daquela produção com um olhar do nosso tempo. Sem a pretensão de um julgamento definitivo, pois cabe reconhecer a fascinante dinâmica que faz com que cada época crie, não apenas a sua arte, como também traga novos significados à arte anteriormente produzida que, desse modo, jamais será apenas pretérita”, comenta Lauro.

Conheça os 38 artistas que integram a exposição:

Angelo Venosa, Antonio Bandeira, Antonio Hélio Cabral, Carlito Carvalhosa, Carlos Uchôa, Célia Euvaldo, Dudi Maia Rosa, Edith Derdyk, Ernesto Neto, Fábio Miguez, Fernando Lindote, Flávia Ribeiro, Frida Baranek, Iberê Camargo, Ivald Granato, Jorge Guinle, Karin Lambrecht, Laurita Salles, Leda Catunda, Lucia Laguna, Luiz Aquila, Manabu Mabe, Marcia Pastore, Maria Bonomi, Maria Martins, Maria Polo, Maria Tereza Louro, Nuno Ramos, Paulo Monteiro, Roberto Burle Marx, Rodrigo Andrade, Shirley Paes Leme, Takashi Fukushima, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Tomie Ohtake, Vieira da Silva e Yolanda Mohalyi.

Sobre os curadores:

Lauro Cavalcanti nasceu em 1954, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É arquiteto, antropólogo, curador de exposições e escritor. Autor de vários livros sobre arquitetura, estética e sociedade, além de inúmeras mostras de artes plásticas realizadas no Brasil e no exterior. Foi diretor do Paço Imperial de 1992 a 2014. É professor da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI/UERJ) e desde 2014 é o diretor-executivo do Instituto Casa Roberto Marinho.

Felipe Chaimovich nasceu em Santiago do Chile, em 1968. É curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo desde 2002. Atua como crítico de arte do jornal Folha de SP e é professor titular pleno de história da arte contemporânea e crítica de arte na Fundação Armando Álvares Penteado, em SP. Chaimovich tem doutorado e pós-doutorado em filosofia pela Universidade de São Paulo.

 

Serviço:
Oito décadas de abstração informal
Coleções:
Instituto Casa Roberto Marinho
Museu de Arte Moderna de São Paulo
Abertura em 6 de dezembro de 2018, quinta-feira, às 20h
Local:
Instituto Casa Roberto Marinho
Rua Cosme Velho, 1105
Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21) 3298-9449
Visitação pública:
de 7 de dezembro de 2018 a 9 de junho de 2019
Horário de funcionamento regular:
Terça a domingo, das 12h às 18h
Ingressos: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia entrada)
Às quartas-feiras, a entrada é franca.
Aos domingos, “ingresso família” a R$ 10 para grupos de quatro pessoas.
A CRM respeita todas as gratuidades previstas por lei.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo expressa sua solidariedade diante da tragédia sofrida ontem pelo Museu Nacional. A perda irreparável do patrimônio coletado ao longo de 200 anos de história e pesquisa afeta profundamente a todos que lutamos por arte, educação, ciência e cultura no Brasil.

 

Foto: Roberto da Silva

 

MAM apresenta mostra do movimento artístico em São Paulo da década de 1940

Exposição relembra o espaço expositivo da Galeria Domus, relevante ponto de arte moderna em São Paulo de 1947 a 1951, por onde passaram importantes artistas nacionais e internacionais. A mostra exibe cerca de 70 obras da coleção do museu de artistas como Tarsila do Amaral, Lívio Abramo, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Mário Zanini, Emídio de Souza, Samson Flexor e Anatol Wladyslaw.

 

Em 7 de fevereiro de 2017, o Museu de Arte Moderna de São Paulo abre a mostra O mercado de arte moderna em São Paulo: 1947-51, que comemora 70 anos de abertura da Galeria Domus, considerado um importante reduto de arte moderna da Cidade. Com curadoria de José Armando Pereira da Silva, a exposição remete simbolicamente ao espaço da casa com exibição de 74 obras do acervo do MAM. Ainda que não seja possível assegurar que todos trabalhos tenham sido exibidos na galeria, as obras selecionadas representam a produção do final dos anos 1940, oferecendo uma visão do movimento artístico paulistano nos anos pré-Bienal. Patrocínio: Banco Safra

 

Segundo José Armando, a Galeria Domus esforçou-se para ser um importante espaço de arte moderna, refletindo a discussão da época entre pintura figurativa e abstracionismo. Durante os cinco anos de funcionamento, de março de 1947 a dezembro de 1951, a casa organizou 91 exposições, geralmente de curta e curtíssima duração, sendo a maioria de artistas atuantes na cidade e alguns estrangeiros de passagem, reunindo um conjunto de nomes fortes que assinalam a relevância da iniciativa para a cena cultural paulistana.

 

A Galeria Domus foi pioneira em privilegiar artistas que alcançaram carreira sólida e reconhecimento internacional como Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Alfredo Volpi, Lívio Abramo, Flávio de Carvalho, Oswald de Andrade, Mário Zanini e Paulo Rossi Osir. Os estrangeiros também foram acolhidos como os italianos Danilo Di Prete, Bassano Vaccarini e Ernesto de Fiore; o polonês Anatol Wladyslaw; o russo Samson Flexor; o alemão Arthur Kaufmann; o belga Roger van Rogger e sua mulher Julya; além de uma exposição de artistas húngaros e franceses; outra com pinturas e esculturas da África do Sul, Congo e Rodésia; e uma exposição de gravuras da Escola de Paris.

 

Fundada pelo casal de italianos Anna Maria e Pasquale Fiocca, a Domus transformou-se em importante ponto de encontro para jornalistas, artistas, escritores, colecionadores e aficionados. A atuação da galeria ocorreu em tempo de importantes transformações sociais com o avanço para a condição de metrópole e o surgimento de sinais da dinâmica cultural como polos de teatro e de cinema e as aberturas do Museu de Arte Moderna (MAM), do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da 1ª Bienal de Arte de São Paulo.

 

Apesar de contar com cuidadosa divulgação e boa rede de relacionamentos no meio artístico e social, a Domus não alcançou volume de vendas sustentável. Sem fluxo financeiro para garantir as atividades, os Fiocca decidiram fechar o espaço no início de 1952, gerando desconsolo no meio cultural.

 

Crédito da imagem: Interior da Galeria Domus, ao fundo: Anna Maria Fiocca, Pasquale Fiocca (dir.) e duas pessoas não identificadas. Fotógrafo desconhecido. Coleção Família Fiocca.

 

O mercado de arte moderna em São Paulo: 1947-51

No MAM, apresentada na Sala Paulo Figueiredo, a mostra O mercado de arte moderna em São Paulo: 1947-51 começa com um núcleo de obras que representa a exposição inaugural da Galeria Domus, em fevereiro de 1947, onde figuram, entre outros, trabalhos de Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Mario Zanini. Na sequência, é exibido o nicho composto por artistas imigrantes ou estrangeiros de passagem pela cidade como Samson Flexor, Anatol Wladyslaw, Danilo Di Prete, Bassano Vaccarini, Ernesto de fiori e Roger Van Rogger.

 

Outro núcleo remete a uma mostra especial de Alfredo Volpi, Paulo Rossi Osir, Francisco Rebolo e Mário Zanini, com objetivo de financiar uma viagem dos quatro à Europa. Também é recordada uma exposição de 67 artistas para arrecadar fundos em prol da revista Artes Plásticas, que não passou da quarta edição. Ainda há referência à exposição “Pintura Paulista”, no Rio de Janeiro, que exibiu tendências paulistanas em terras cariocas; além de uma homenagem aos críticos que divulgaram e fortaleceram o nome da galeria representado por obras do artista e crítico de arte Sérgio Milliet e por um busto do crítico Luís Martins, feito de cimento e terracota por Bruno Giorgi.

 

Finalizando o percurso expositivo são exibidos trabalhos de artistas com grande representatividade no acervo do MAM e que estrearam na Domus como os paulistas Raphael Galvez e Emídio de Souza, além do carioca Oswaldo Goeldi, que apresentou seus trabalhos em São Paulo pela primeira vez na casa. Para fechar a mostra, são expostas seis obras de Lívio Abramo, artista de reconhecimento internacional e que tinha boa presença nas exposições da Galeria Domus.

 

Segundo o curador, o espaço expositivo ainda conta com vitrines com documentos, convites, catálogos, revistas, recortes e fotos cedidos pelos herdeiros dos proprietários e por colecionadores. Para José Armando, as obras expostas dão uma boa visão do movimento artístico de São Paulo nos anos pré-Bienal. “A mostra permite observar como as escolhas da Domus cumpriram o papel de ser um espaço de arte moderna”, explica. “As obras revelam momentos importantes da carreira dos artistas que compuseram o panorama da pintura paulista no período”, finaliza.

 

José Armando Pereira da Silva tem mestrado em Teatro pela Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio) e em História da Arte pela USP. Foi redator e crítico do Diário do Grande ABC. Em Santo André, colaborou na organização dos primeiros salões de arte contemporânea. Foi professor de História da Arte e coordenador da Escola de Teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Publicou: Província e Vanguarda, A Cena Brasileira em Santo André, Thomas Perina, pintura e poética (com Days Fonseca), João Suzuki – Travessia do Sonho, Paulo Chaves – andamentos da cor e Artistas na metrópole – Galeria Domus, 1947-1951. Organizou: Guido Poianas – Retratos da Cidade (vários autores), Vertentes do Cinema Moderno, de José Lino Grünewald (com Rolf de Luna Fonseca), Luís Matins, um cronista de arte em São Paulo (com Ana Luisa Martins) e José Geraldo Vieira – Crítica de arte na revista Habitat.

 

Serviço

O mercado de arte moderna em São Paulo: 1947-51
Curadoria: José Armando Pereira da Silva
Abertura: 7 de fevereiro de 2017 (terça-feira), às 20h
Visitação: até 30 de abril de 2017
Entrada: R$ 6,00 – gratuita aos sábados
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo – Grande Sala
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Parque Ibirapuera (Portões próximos: 2 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
T (11) 5085-1318
atendimento@mam.org.br
Site do MAM:  www.mam.org.br
www.instagram.com/MAMoficial
www.youtube.com/MAMoficial
Estacionamento dentro do parque com Zona Azul: R$ 5,00 por 2h
Acesso para deficientes / Ar condicionado
Restaurante / Café

 

Mais informações para a imprensa

Conteúdo Comunicação
Roberta Montanari
roberta.montanari@conteudonet.com
C (11) 99967-3292
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