O Museu de Arte Moderna de São Paulo disponibiliza em seu site a publicação digital do Seminário Internacional: Revisitando Pop / Flipping Pop, que buscou debater os paralelos entre a pop art americana e a tropicália brasileira e deflagrar outras formulações do pop por meio de novos diálogos Brasil-Estados Unidos, reunindo pesquisadores brasileiros e convidados internacionais.
A iniciativa, realizada em parceria com o Instituto MESA, tornará acessível ao público o conteúdo do seminário ocorrido em 2017 no MAM, que propôs explorar as sinergias entre duas importantes exposições de 1967, revisitadas por ocasião de seu 50º aniversário: a contribuição americana para a IX Bienal de São Paulo, conhecida como a “Bienal do Pop Art” e a exposição/manifesto “Nova Objetividade”, sintetizando a proposta das novas vanguardas brasileiras, organizada por um grupo de artistas e críticos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio).
O projeto, em colaboração com o curador e crítico Luiz Camillo Osorio e com o apoio da Terra American Art Foundation, foi realizado nos dias 8 e 9 de dezembro de 2017 no âmbito do 35º Panorama da Arte Brasileira Contemporânea – Brasil por multiplicação, ressaltando o legado destas convergências históricas para o contemporâneo na retomada do texto “Esquema Geral da Nova Objetividade” escrito por Hélio Oiticica e usado como ponto de partida conceitual para a curadoria da “35º Panorama”.
A publicação digital do seminário reúne nove contribuições dos palestrantes nacionais e internacionais com inclusão especial do artigo “Like Andy Warhol” [Assim Como Andy Warhol] do conferencista Jonathan Flatley (professor associado de literatura inglesa na Wayne State University EUA). Oferecendo uma nova leitura da obra de Andy Warhol, Flatley apresenta a tese explorada no seu livro Like Andy Warhol (Duke University Press, 2017) a partir da famosa frase do artista “Pop é gostar das coisas”, tratando “o gostar de Warhol como uma práxis, um trabalho afetivo desinstrumentalizado que — num contexto em que, segundo Warhol, ‘seria muito mais fácil não se importar’ — visava engajar e transformar o mundo”. Distingue, também, um esforço pedagógico no gostar promíscuo de Warhol, uma tentativa ambiciosa para iniciar os outros em seus prazeres. No seu artigo para o Flipping Pop, Flatley também situa sua abordagem no contexto sócio-cultural do Brasil-EUA da época, da IX Bienal de São Paulo e alguns paralelos entre Warhol e o trabalho de Oiticica e Tropicália.
Além do artigo de Flatley, a publicação Flipping / Revisitando Pop inclui ensaios de três mesas redondas do seminário com foco nas re-leituras históricas e contemporâneas do pop, nas exposições de 1967, o camp e as diversas relações entre as práticas artísticas e o espaço social na década de 1960. Tendo, é claro, como pano de fundo, a exposição apresentada no 35º Panorama. Foi incluída, ainda, por sugestão do curador/pesquisador Max Hinderer Cruz (também participante no seminário), a tradução – inédita em português – da entrevista com Hélio Oiticica e Mario Montez feita em 1971.
Outros participantes no seminário e autores que colaboraram com a publicação: Ana Maria Maia (pesquisadora/curadora); Denilson Lopes (professor associado da Escola de Comunicação da UFRJ); Izabela Pucu (pesquisadora/curadora e coordenadora da educação no Museu de Arte do Rio); Luiz Fernando Ramos (professor associado do Departamento de Artes Cênicas da USP) Sérgio B. Martins (crítico e professor de história da PUC-Rio), Sônia Salzstein (professora de História da Arte no Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP), Jessica Gogan (ex-diretora de educação e curadora de projetos especiais do Museu Andy Warhol) e Kenneth Allan (professor associado de história da arte da Universidade de Seattle).
Para conferir o conteúdo, acesse: mam.org.br/publicacoes